Navegação
Não avistarei a terra depois desta nua solidão.
Sem luz e sem imagem, o vazio
inventa-me e consome-me
como este sonho cruel que já não é meu.
Não lembrarei os meu olhos, a minha voz, o meu segredo.
Dobrarei os ventos para apagar a minha forma
e adormecerei meu corpo na doçura terrível do esquecimento.
Não avistarei a terra nem este mar lembrará que existe.
Nenhuma solidão lembra o seu regresso
se dela parte e ela é o seu único destino.
Marta López Vilar
Não avistarei a terra depois desta nua solidão.
Sem luz e sem imagem, o vazio
inventa-me e consome-me
como este sonho cruel que já não é meu.
Não lembrarei os meu olhos, a minha voz, o meu segredo.
Dobrarei os ventos para apagar a minha forma
e adormecerei meu corpo na doçura terrível do esquecimento.
Não avistarei a terra nem este mar lembrará que existe.
Nenhuma solidão lembra o seu regresso
se dela parte e ela é o seu único destino.
Marta López Vilar
In: La palabra esperada. Versão portuguesa de Marta López Vilar. Madrid: Hiperión, 2007
porque será que a solidão é nua?
ResponderEliminarbonita escolha.
beij
Nua e crua a solidão...
ResponderEliminarUm deserto....
Boa escolha...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Solidão...
ResponderEliminar... sem vestimenta...
... sempre é mais forte de ser sentida.
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Estimada e Sensível Poetiza de sonho:
ResponderEliminarUm "navio" à deriva sem significação pela solidão, o vazio, que parece naufragar em águas profundas.
Um poema doce na "navegação" das ideias deslumbrantes e de palavras harmoniosas e delicadas.
Fantástico. Adorei.
Mais um poema para não esquecer.
Beijinhos amigos de parabéns sinceros.
No maior respeito, admiração e consideração.
pena
Bem-Haja amiga, pela fantástica poetiza que é.
Gostei muito da sua escolha, obrigada pela partilha.
ResponderEliminarbeijinhos
assim a navegar
ResponderEliminarsou o fantasma
de um barco
que sou eu
bolinando
a solidão despida
em cada mastro
.
Marta, navegadora de palavras!
um abraço à Graça
Manuela
A solidão...quantas x nos sentimos nessa solidão k custa,faz sofrer...?
ResponderEliminarBeijinho de lua*.*
Muito bonito, ainda que de uma tristeza comovente...
ResponderEliminarUm abraço
Mais uma vez te fico grata por me dares a conhecer poesia de qualidade.
ResponderEliminarBem hajas!
Muito obrigada, Graça...
ResponderEliminarUm beijo
A solidão é escassa em conforto e rica em sofrimento...há destinos que são inevitáveis. Parabéns pela escolha do poema que vem ao encontro da solidão de cada um de nós...muito profundo! Grande beijo e obrigada pelas palavras bonitas!
ResponderEliminarKERIDA GRAÇA
ResponderEliminar...preciosa escolha!
...a Palavra linda
e
harmoniosa,
de mãos dadas com um tema triste.
xis létinha
Um poema com um final...arrebatador! Gostei!
ResponderEliminarPoema difícil de comentar, fico sem palavras, tanto o vazio e o nada em que se dissolveu o barco da navegação em que o ser deixou de ser arrais, e também o mar dixou de ser mar, e não sabemos nada das palavras que ficaram.
ResponderEliminarOi Graça,
ResponderEliminarbonito e reflexivo texto que você escolheu para a postagem... Agradeço seu carinho lá no Maria Clara... Bj e um ótimo fim de semana.
Neste livro da Marta a nostalgia e a dor (veja-se o poema de Adriano) são vividas com uma grande acalmação, direi mesmo: com uma grande serenidade, só uma poeta madura e com grande capacidade de olhar o mundo das paixões, consegue este distanciamento, esta apaziguada forma de dizer...
ResponderEliminarBoa escolha, minha amiga!
Beijos para ti e para a Marta - duas poetas que admiro.
Atrevo-me ainda,
ResponderEliminarA escrever sonhos na areia,
Sei o mar os vai levar,
Mas vai que um dia
Alguém os encontre!
Santaroza
Feliz FDS.....Beijos poéticos!!
São de vidro os olhos da solidão, para além da transparência apenas o vazio!
ResponderEliminarBonita esta partilha!!!
beijo
Navegação solitária...
ResponderEliminarUm belíssimo poema de uma autora que não conhecia. Parabéns!
Beijo.
Bonito poema! Não conhecia. Obrigada pela partilha, Graça.
ResponderEliminarBeijos.
"Nenhuma solidão lembra o seu regresso". Belo poema. Obrigada pela revelação.
ResponderEliminarBeijinho.
boa traducção e belo poema...
ResponderEliminarum beijo
adoro s poetas portugueses q falam do mar...
ResponderEliminarNão conhecia a autora.
ResponderEliminarObrigado por trazê-la aqui.
Beijoca
gostei muito, graça. um beijinho grande para si.
ResponderEliminarDesolação, desilusão total, são os sentimentos que este poema me inspira.
ResponderEliminarTristes mas Belos, como tanta coisa triste, como Chopin...mas que fazem vibrar meu coração e minha alma, apaixonada por Outonos e sonatas.
Bjs.
M.M.
um poema de solidão e ânsia de esquecimento. não conhecia e agradeço a partilha.
ResponderEliminarbeijo grande, Graça.
Navegação sem retorno.
ResponderEliminarA de todos nós, de resto...
Querida amiga Graça, parabéns pela excelente escolha que fizeste (embora eu prefira ler os teus poemas quando aqui venho...).
Bom resto de semana, beijo.
Solidão nua e crua num belissimo e sentido poema.
ResponderEliminarPoesia de qualidade.
Obrigada Graça por partilhar esta solidão...
Beijo amigo
Tecas
Mais uma escolha perfeita...
ResponderEliminarBeijinhos
Graça...
ResponderEliminarBelo poema!
A pior das solidões é aquela que se sente apesar de acompanhados...
Um beijo meu...
AL
Todas as formas de solidão nos fazem sentir completamente nus.
ResponderEliminarMas a pior forma de nudez é quando nos roubam as roupas e não queremos mais sair de dentro de nós mesmos. Então a solidão do quarto pode arder, pode corroer, pode nos fazer tardar por um espaço de tempo indeterminado.
Amigos poetas blogueiros, parabéns por utilizarem a internet como forma de dividir com o mundo o seu pensar, o seu compreender, desempenhando a missão do poeta que é se afirmar como ser humano, sobretudo perante si mesmo, captar os arquétipos coletivos de sua época e princípios universais, permitindo após compreender-se ou não compreender-se, que pela sua obra os da sua época tenham referência alternativa para fazer a leitura do mundo e as gerações posteriores entenderem a própria história da humanidade. Tudo temperado pelo sonho, pela sensibilidade e pela utopia. PASSOU A ÉPOCA DE ESCREVERMOS E GUARDAR NA GAVETA NOSSAS CRIAÇÕES DEPOIS DOS MAIS PRÓXIMOS FINGIREM TER LIDO PARA NOS AGRADAR. Através do meu blog quero aprensentar-lhes a video-poesia, que usa várias linguagens de uma só feita, a serviço do texto. Se gostar divulgue e compartilhe com os seus contatos. Acessar em:
ResponderEliminarwww.valdecyalves.blogspot.com
comovente solidão...
ResponderEliminar"adormecerei meu corpo na doçura terrível do esquecimento..."
arrepia e enternece.
beijo
Gostei do seu blog, das poesias..sentidas...Parabéns pelas escolhas!
ResponderEliminarGraça,
ResponderEliminarpelo amor de Deus...
Te ler acelera meus batimentos cardíacos!!
Gostaria de ter escrito este teu poema... Senti na alma cada verso.
Bravíssimo!!
Emoção igual, só ao ler Florbela Espanca.
Grande abraço.
"o vazio
ResponderEliminarinventa-me e consome-me
como este sonho cruel que já não é meu."
Lindo...
José
a arqueologia da nua solidão
ResponderEliminarque nos é foice
e circular destino
lindo e terrivelmente lúcido
___
um grande beijo minha querida amiga