Pouco a pouco desfolharam-se as rosas
em todos os jardins iniciando o enredo
das chuvas sobre as casas.
Estávamos no mês em que os crisântemos
se tornam mais brancos.
Contra a luz não ousávamos quebrar
o silêncio que na música se abrigava.
Schubert e as canções sem palavras.
O arco da voz preso no violoncelo.
O piano e o rumor sublime dos anjos.
Escutávamos a palavra não dita da sonata:
o azul dos lírios em quintais antiquíssimos!
Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009
em todos os jardins iniciando o enredo
das chuvas sobre as casas.
Estávamos no mês em que os crisântemos
se tornam mais brancos.
Contra a luz não ousávamos quebrar
o silêncio que na música se abrigava.
Schubert e as canções sem palavras.
O arco da voz preso no violoncelo.
O piano e o rumor sublime dos anjos.
Escutávamos a palavra não dita da sonata:
o azul dos lírios em quintais antiquíssimos!
Graça Pires
De O silêncio: lugar habitado, 2009
o azul das palavras no ritmo da poesia!
ResponderEliminarOlá Graça
ResponderEliminarEste poema já o tinha lido e relido no teu livro.
Muito bonito.
Obrigado.
Beijinhos
Ricardo
E acompanhado por Schubert...as palavras são transparentes....
ResponderEliminarObrigada pela visita e pelo comentário...
Beijos e abraços
Marta
Também gostei e consegui sentir a música.
ResponderEliminarUm beijinho, Graça.
O poema é lindo e a referência ao violoncelo me trouxe à memória o estupendo, magnífico concerto de Ballaké Sissoko e Vincent Ségal transmitido pelo Mezzo, em que a kora do primeiro e o violoncelo do segundo casaram maravilhosamente!
ResponderEliminarUm abraço amigo te deixo.
que bela sinfonia
ResponderEliminarsuave musica de um violoncello
tejes poesia
Deusas em danza.. voam ao céu..
abrazo!!
...e o azul dos lírios nos quintais antiquíssimos...
ResponderEliminarsão no meu olhar
o branco mais branco
da prece
em cada pétala
dos crisântemos
e em cada pulsar
do meu coração!
Bjs Graça e obgd. pela partilha
do que escreves e enche a alma!
Maria Mamede
"iniciando o enredo
ResponderEliminardas chuvas sobre as casas"apetece-me ficar aqui a reler, a reler,a reler...
:)
Um poema lindíssimo, que fala um pouco de uma supra-realidade, onde vibra a poesia. Talvez mais acessível a nossos sentidos que a realidade que julgamos conhecer pelo hábito.
ResponderEliminarBeijo, Graça.
Um livro imperdível
ResponderEliminarda nossa Graça
flores com poesia e música...
ResponderEliminarbeijinho Graça
Cara POETISA Graça;
ResponderEliminarAs palavras estão lá todas; exactas, precisas, sublimes, nós é que por vezes não sabemos escutá-las.
Excelente poema.
Gostei imenso.
Um beijo.
um poema que é quase uma sinfonia.
ResponderEliminara foto bonita e suave.
beijo
estamos no mês
ResponderEliminarem que os crisântemos são mais brancos
e numa viagem de inverno desejada
damos a mão às canções
no silêncio das músicas e dos poetas de palavras
tão bonito, Graça!
um beijo
manuela
Tão linda esta descrição de um tempo de mudança...estação ou alma
ResponderEliminarObrigada...gostei tanto.
Um beijo
"...Escutávamos a palavra não dita da sonata:
ResponderEliminaro azul dos lírios em quintais antiquíssimos!...
Que maravilha, minha querida amiga, que maravilha de poema, é só o que posso dizer. Um beijo amigo.
Muito poético e belo.
ResponderEliminarbeijinho,
Véu de Maya
Essa música é a mais difícil de se esquecer.
ResponderEliminarJC
Esplêndido! Sublime imagem que o poema forma.
ResponderEliminarBeijos, Graça.
Preciosa Poetiza Amiga:
ResponderEliminar"...Contra a luz não ousávamos quebrar
o silêncio que na música se abrigava.
Schubert e as canções sem palavras.
O arco da voz preso no violoncelo.
O piano e o rumor sublime dos anjos..."
Mais que perfeito. Divinal.
Parabéns pela beleza e ternura dos seus versos sublimes de encantar a que não se pode ficar indiferente, nem poderia jamais.
Abraço amigo de respeito enorme.
Sempre a admirar o que "confecciona" com a sua ternura.
pena
Bem-Haja, notável Ser Humano fantástico.
MUITO OBRIGADO pela linda visita que adorei.
Excelente!
Sim, as rosas desfolham-se mas ainda há botões para desabrochar.É tempo de pausa e de renovação.Escuta-se, como diz a poesia. o azul dos lirios em quintais antiquissimos.
ResponderEliminarUm abraço, Graça.
graça, um beijinho grande. já hoje falei tanto em si que nem sei que mais dizer aqui. fica um beijo de muita estima.
ResponderEliminarSatisfeita por ter encontrado mais um blogue de poesia.
ResponderEliminarBeijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas
"Contra a luz não ousávamos quebrar
ResponderEliminaro silêncio que na música se abrigava."
Esta, entre outras imagens sublimes, que ecoam como uma bela sinfonia.
Beijo.
GRAÇA
ResponderEliminarVim caminhando devagar mas com segurança.
Um beijo
CAMINHAR
Caminhar e parar
Chegar e não chegar...
Caminhei...
E cheguei...
Parei...
E não cheguei...
A contradição
Do certo e do errado
O caminhar e o parar...
É preciso caminhar...
É preciso agir...
Só assim
Cheguei e consegui!...
LILI LARANJO
O silêncio dando primazia a Schubert, ornado com as flores de quintais com história(s)...
ResponderEliminarBeijo :)
Em 1996 o violoncelista Mischa Maisky gravou com a pianista Daria Hovora um disco com canções musicadas por Schubert, mas sem as respectivas palavras, daí "Songs without words". A poeta Graça Pires realiza uma extraordinária e belíssima leitura destas canções sem palavras. Efectivamente, como é referido por Reinhardt Beuth,o instrumento designado por Schubert como arpeggione,era poeticamente referido como "guitarra de amor", quer pela sua forma esbelta quer porque as cordas exigiam ser acariciadas e não "picadas". Ausentes do disco, as palavras das canções, escritas entre outros pelos poetas Goethe e Heinrich Heine,são substituídas, e agora citamos a poeta, pelo «arco da voz preso no violoncelo». O violoncelo é a voz das canções e o piano acompanha-a, «O piano e o rumor ambiente dos anjos», e assim «escutávamos a palavra não dita da sonata».
ResponderEliminarNão deixa de ser espantoso como a arte poética de Graça Pires interpreta na perfeição e num registo comovente, delicado e sensível a melancolia outonal que se liberta das canções. Oiçam no disco, se possível, o comovente "Standchen", do Canto do Cisne,
acompanhado da leitura do poema de Graça Pires, como uma outra voz que se juntasse ao arco do violoncelo e ao rumor sublime do piano.
Um poema comovente...
ResponderEliminarlembro-me da primeira vez que o li...sempre a presença está a morar no seu vazio...
um beijo
cores, luzes, Schubert... este poema faz das palavras globalidade,
ResponderEliminarmuito belo, Graça!
um beijo
Olá querida, como sempre é um prazer ler as suas postagens,
ResponderEliminarEste poema é de uma beleza invulgar. Sublinho:Estávamos no mês em que os crisântemos
se tornam mais brancos.
Contra a luz não ousávamos quebrar
o silêncio que na música se abrigava.
Schubert e as canções sem palavras.
O arco da voz preso no violoncelo"
Magnífica metáfora. Os meus parabéns.
Beijo e uma boa semana
Canções sem palavras. Perfume das flores. O tempo da visita dos anjos. A solenidade do silêncio. Bosque de quietude de outono, cair das folhas no colo da melancolia. Aqui fiquei um pouco a ouvir a canção sem palavras. E vou melancolicamente calmo e não sei por quê, agradecido. Deixo-te um beijo.
ResponderEliminarBelíssimo. Como a música descrita!
ResponderEliminarUm beijo
A música tem este poder de sublimar os silêncios e a poesia o poder de sublimar ambos...
ResponderEliminarBjos
Belíssimo, como sempre! Com as palavras exactas, sem peso, diáfanas.
ResponderEliminarÉ sempre um deleite vir aqui. (e, normalmente, copio os poemas para o meu caderninho... já que não sei escrevê-los.)
Obrigada.
Sempre encantadora sua escrita Graça... Bj com carinho.
ResponderEliminarPorque há tanta dor nos teus poemas? Tanta saudade?
ResponderEliminarbelo, belo, esta melodia que se escuta em silêncio na companhia dos crisântemos e talvez dos lírios.
ResponderEliminarobrigada, Graça. um beijo.
Há momentos em que as palavras estão a mais.
ResponderEliminarMas, a tua poesia, nunca tem palavras a mais. Nem a menos. Pareces um relógio suiço poético... tal é a tua precisão no que dizes.
Querida amiga Graça, desejo-te um bom resto de semana.
Um beijo.
A música que sopra nas tuas palavras, tem o ritmo certo dos acordes líricos.
ResponderEliminarBeijinho,
Chris
Ao som da música e das palavras não ditas, cresce a plenitude do ser, em que tudo se cria e tudo se transforma.
ResponderEliminarÉ sempre agradável reler tão bela poesia!
Um beijo
José
e as tuas palavras Vivaldi
ResponderEliminarbrisas doces para ti *****
Moro numa rua chamada "Crisântemos" em uma casa com quintal. Que bênção: ainda há quintais, árvores, flores e poesias! Isso é um grande bem! Sua poesia é acolhedora e traz paz! Grandes abraços, em Paz e Bem!
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