Katia Chausheva
Ao longo dos anos conservei
uma inesperada tristeza reflectida
em meus olhos cor da sede.
Pedra a pedra, casa a casa,
sombra a sombra vagueio
pelas sensações e aguardo
que se repitam os sonhos
que resistiram à violência do tempo.
Podia escrever com sangue
o instante, sem amparo,
onde reclinei a cabeça
para aguardar a morte
dos desejos.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Ao longo dos anos conservei
uma inesperada tristeza reflectida
em meus olhos cor da sede.
Pedra a pedra, casa a casa,
sombra a sombra vagueio
pelas sensações e aguardo
que se repitam os sonhos
que resistiram à violência do tempo.
Podia escrever com sangue
o instante, sem amparo,
onde reclinei a cabeça
para aguardar a morte
dos desejos.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
Um encadeado de beleza, ternura, musicalidade e sempre, sempre a poética. Belíssimo!
ResponderEliminarContigo é possível
ResponderEliminarrepetir os sonhos
Bj
escreves de e com tantas marcas, ptofundas, mas sem sangue...
ResponderEliminarbeijinho Graça
Há sempre um ou mais sonhos que resistem. Bom poema. Abraço.
ResponderEliminartenho teu apoio sou feliz
ResponderEliminarobrigado por leres-me
sempre simpatica.
um encanto teus poemas.
beijo amiga!!
Feliz a hora em que li teu comentário em meu blog e, em seguida, desejei vir aqui, agradecer o comentário e me alimentar dos teus versos.
ResponderEliminarPois encontrei neste teu poema denso uma combinação de frases perfeita. E é essa expectativa de que os sonhos que resistiram a impiedosa passagem do tempo voltem que nos alimenta a alma de esperança.
Fantástico poema!
P.S. Graça! Toda vez que visitas meu blog e deixas um comentário como esse último, eu me sinto no céu. Um elogio assim é muito significativo por que vem de alguém que escreve esplendidamente bem. Parabéns! A tua arte é altamente expressiva.
Porém Tu, Senhor, És um escudo pra mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.
ResponderEliminarCom a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte.
Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou.
SL 3:3-4-5
DEIXO COM ABRAÇO DE PAZ E ALEGRIA DO PAI EM TEU CORAÇÃO.
Já tinha saudades da Dulcineia. :)
ResponderEliminarÉ bom reencontrá-la! Há um sentimento de aconchego, de retorno a um afecto que esteve ausente (demasiado tempo).
Beijo terno e grato.
Consagrada Poetiza Amiga e de sonho:
ResponderEliminar"...Pedra a pedra, casa a casa,
sombra a sombra vagueio
pelas sensações e aguardo
que se repitam os sonhos
que resistiram à violência do tempo.
Podia escrever com sangue..."
"Isto" é encantador. Lindo.
Mesmo na tristeza tem "arrepios" de forte ternura, sensibilidade arrebatadora e fascínio.
Um poema admirável do existir.
Parabéns sinceros.
Abraço amigo agradecido pela magia deslumbrante deixada expressa no meu blogue com pureza e delícia.
Com constante admiração pelo que concebe de beleza imensa.
pena
Bem-Haja, notável poetiza.
Gostei muito.
É uma honra a sua amizade.
Lindo e comovente. O poder encantatório da poesia presente no teu poema.
ResponderEliminarBeijinhos
Bem-hajas!
a morte dos desejos
ResponderEliminaré a violência de um tempo
por isso repito os sonhos
e o seu poema
letra a letra!
um beijo
manuela
Buscar, sempre, a morte dos desejos...
ResponderEliminarbeijo
os desejos acabam por morrer.
ResponderEliminarum belo poema, como é hábito.
beij
Posso assinar contigo?
ResponderEliminarGrande abraço, amiga.
Sonhos que teimam em resistir ao prazo.
ResponderEliminarJC
sede insaciada a dos poetas.
ResponderEliminarbelíssimo.
beijos
Cara POETISA Graça;
ResponderEliminarBelo poema. As palavras ganham vida nos versos da sua poesia.
Gostei imenso.
Um beijo.
Pretexto (um bom pretexto) para dizer como passo muitas vezes por estes poemas, delicados, tocantes, intensos, simples e sábios, nesta e noutras ordens das palavras.
ResponderEliminarJosé Manuel T. S.
http://subito-jmts.blogspot.com/
Tal como Dulcineia, também eu tenho mantido uma "inesperada tristeza nos olhos", talvez porque
ResponderEliminartanta vez me sinto Quixote a combater moínhos...
Obrigada Amiga pelo que me/nos dás e pela beleza com que o fazes.
Bjs.
M.M.
Uma beleza!!
ResponderEliminarBeijos, Graça.
belas palavras cheias de pausa e sangue a correr por elas,
ResponderEliminarum beijo
Mas os sonhos nem sempre se repetem e o que fica mesmo é esta tristeza tão entranhada....
ResponderEliminarLindo...
Beijos e abraços
Marta
Declino o sonho da vida com outros sonhos que matam a sede, assombram a violência e guardam em sua escrita as palavras dos desejos mais íntimos.
ResponderEliminarJorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 03/01/2011
e que assim seja por muito tempo, querida graça. um beijinho grande*
ResponderEliminarÉ bom sonhar e ter sempre algum desejo. É um poema com um final um pouco triste já que ...."reclinei a cabeça para aguardar a morte dos desejos."
ResponderEliminarUm abraço, Graça.
"Ao longo dos anos conservei
ResponderEliminaruma inesperada tristeza..."
Gosto quando falam em vez de ser eu a fazê-lo...
:)
BElo , belo o seu poema de regressos , e talhados palavra a palavra .
ResponderEliminarUm abraço
JRMARTO
Uma esperança legítima e muito reconfortante, mas, na "violência do tempo", é difícil que se repitam os sonhos. Muitos vão ficando pelo caminho...
ResponderEliminarPoema muito belo, profundo e íntimo!
Beijo.
Há sonhos assim, "que resistiram à violência do tempo". Um belíssimo poema, Graça.
ResponderEliminarBeijos.
a morte dos desejos talvez seja o pior tipo. o nada. triste e belo, graça.
ResponderEliminarA tristíssima morte dos desejos. A tua comovente escrita, Poetisa.
ResponderEliminarBeijo.
Feliz de quem consegue escrever palavras como se fossem música!
ResponderEliminar[da matéria, do elemento que se resguarda e nos aconchega na palavra]
ResponderEliminarum abraço,
Leonardo B.
:) nao gosto de pensar que os desejos morrem...prefiro antes que adormeçam..
ResponderEliminarUm abraço doce Graça*
Minha querida
ResponderEliminarComo sempre um deleite para a alma, um poema maravilhoso...o desejo nunca morre, apenas se aquieta no tempo.
deixo um beijinho
Sonhadora
Há mortes que nos tardam...
ResponderEliminarGraça, lê-la é, por si, um acto de sublimação. Obrigada...
Um grande beijinho
Caminhamos. Não somos mais eternos que o sol, que a galáxia, que o universo - o sabido e o por saber.
ResponderEliminarUm dia, deixarão de ser assim. Um dia, deixaremos de ser assim.
Mas andaremos sempre por aí, a sonhar, a ser e a não ser. Sempre nas asas de um sonho.
A ser, eternamente, o efémero.
Os sonhos nunca se repetem, só a tristeza se repete. A alegria é irrepetível, nunca é igual, tal como os desejos.
ResponderEliminarUm brilhante poder de síntese neste poema para dizer uma vida inteira.
Bjs.
Deixo um beijo de agradecimento pela sua visita e comentário e pelo muito que gosto da sua poesia.
ResponderEliminarPalavras tão ternas para falar de algo tão profundo!
ResponderEliminarAbraço
Que enorme conceito, a repetição dos sonhos...
ResponderEliminarBeijo :)
O ritmos de cada palavra deslumbra a palavra seguinte... gostei!
ResponderEliminarBjs
Chris
Mais uma vez, que belas estas memórias!
ResponderEliminarbjs
Belíssimas palavras que tão bem condizem com a imagem!
ResponderEliminarnão são as memórias de Dulcineia.....nem as minhas ......mas a beleza que se veste aqui ......onde a POESIA adormece
ResponderEliminarretiro.me (mas)
deixo
.
um beijo
( um pouco triste porque a brevidade do tempo não me permite ficar ...... a ler ......... apenas )
Doce poema à resignação "reclinei a cabeça para aguardar a morte dos desejos"
ResponderEliminarbeijinho
e é esta a casa onde vagueio.
ResponderEliminarem cada dedo, a violência de um desejo incumprido
- aqueles que um dia, pedra a pedra, solidificaram um muro avesso à luz.
outros há como rasgos de trincheiras onde a morte se passeia.
tantas sombras exiladas
permanentes nos meus olhos.
__
um beijo, minha amiga.
fechei os olhos,
ResponderEliminaré o que faço quando entristeço,
como se fecha uma comporta e a água na vaza.
aprisionei-me no tempo, dentro da tristeza que os lábios me sorriem e os olhos reflectem, em sonhos.
vivi eternamente quando acostei no teu peito o meu beijo e o fiz raiz na pele que me deste a beijar.
um abraço
adoro aqui vir, graça!
Deitar os olhos sobre a tua poesia é refletir um universo espelhado de metáforas e sentimentos.
ResponderEliminarbeijo no coração
Dulcineia, o alter ego da poeta, romântico, onde as sensações, as emoções se expressam em linguagem de segredo, a poesia velada ( entreaberta somente a olhos que a possam captar, com muita beleza).
ResponderEliminarBjos, minha amiga.
Publiquei este lindo poema no meu blogue de Noite de Tormentas traduzido por mi.
ResponderEliminarQueres ver?
Obrigada.
Beijinhos
Flor