3.9.15

Poderão perdoar a nossa ausência?



Vêm de todos os lugares, por caminhos
que fervem sangue e luto.
Aos milhares, saem dos túneis da noite e do medo.
Não trazem bandeiras.
Um ardil cavado na lonjura enjeita-lhes a idade.
E chegam extenuados, traídos, indefesos.
Procuram um chão e um abraço.
As sombras coladas aos muros
são a morada da esperança que lhes resta.
Poderão perdoar a nossa ausência?

Graça Pires, 2015

55 comentários:

  1. Tristeza me dá ao ver esse quadro e o que está acontecendo!! bjs, lindo dia! chica

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  2. Não está ausente quem assim se pronuncia!

    Um beijo

    Lídia

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  3. Lindo o que escreveu, um olhar demonstra sensibilidade para perceber que desejam sentirem -se acolhidos.

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  4. o cenário é demasiado triste e violento.

    um grito de alerta escrito com palavras tocantes e sábias.

    eu não consigo escrever sobre este tema.

    beijo

    :(

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  5. Uma busca de esperança...
    É preciso lutar até o último suspiro...

    Abraços

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  6. Como é triste este cenário...
    Tenho uma profunda angústia só em pensar
    que a quantidade de seres humanos padecendo, em busca
    de um lugar mais feliz, é de um número inestimável!
    Sem contar os que já se foram por esta causa...
    Lindo tua sensibilidade.
    Beijos,
    Mariangela

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  7. Muito triste, esta situacão, tempos brutos demais para nossos olhos sensíveis, trazemos o coração trancado na dor por esses irmãos. Seu poema traduz esta dor/abraço/cleri

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  8. A dor em cada uma das palavras... A vontade de dar esse abraço, estender a mão a quem tanto precisa....
    Adorei...
    Obrigada pela visita
    Beijos e abraços
    Marta

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  9. assim como nós também não perdoaremos aos novíssimos e sempre iguais construtores de muros


    permanece a humanidade dos poetas


    um abraço, Graça

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  10. Nossa, que evolução maravilhosa desses versos!
    Cadinho RoCo

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  11. É impossível não se emocionar com seu poema à dor tocante de nossos semelhantes.
    Um grande abraço.

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  12. Um tema sensível e muito atual.

    Será que nos irão perdoar os vindouros?

    Creio que a Europa está a ser engolida e o Islão será a religião oficial dum futuro bem próximo.

    Beijinhos

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  13. Tocante de emoção e de atualidade! Muito bonito. Obrigada por palavras tão profundas e, ao mesmo tempo, tão serenas.

    Beijinho

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  14. Reconheço as nossas bandeiras de cores lúcidas

    Bj

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  15. A Europa, todos nós, estamos hoje colocados perante um desafio que é um imperativo moral: amar um próximo que, sendo distante nas suas raízes culturais e modos de vida, é nosso irmão, nosso igual, na sua frágil humanidade.
    Se não formos capazes de ser solidários com os «extenuados, traídos e indefesos» de que fala o belo e tocante poema da Graça, então algo está profundamente errado na civilização e cultura a que pertencemos, não teremos coração num mundo sem coração.

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  16. É uma triste realidade..

    Isabel Sá
    http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

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  17. Só alguém muito evoluída consegue se colocar no lugar do outro, parabéns companheira! abração

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  18. Esta ausência ficou bem patente na foto da criança morta na orla da praia. Só espero que o seu impacto tenha resultados palpáveis na postura e acção dos líderes europeus.
    Um excelente poema, para além de ser bem oportuno.
    Graça, tenha um bom fim de semana.
    Beijinhos.

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  19. Hola,,,buena entrada...un saludo desde Murcia...

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  20. Não, não podem perdoar. Um belo poema nas circunstâncias actuais.

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  21. Querida amiga Graça

    Hoje colhemos os frutos
    da nossa opção social.
    Países que invadiram países
    para ficar com suas riquezas.
    Religiões que perderam o sentido da fé
    e da tolerância,
    para disputar com outras a maior influência.
    Há muitos culpados.
    Para muitos não há perdão,
    seja pelos seus atos
    ou por suas omissões.

    _______________________________

    Desejo que desejes ser feliz.
    Toda felicidade do mundo
    começa com um simples desejo de alegria.

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  22. Ouvi o vento e a música
    Procurando um porto na madrugada
    Ouvi a chegada de um navio
    Julguei sentir uma voz amada

    Meu Armando, meu amor...
    Uma criança jogando lama ao meio dia
    Embrenhada e perdida na alma
    Com rimas colorindo pálpebras de nostalgia

    Doce beijo

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  23. Até quando teremos que presenciar cenas assim?
    _ por onde andamos nós?
    obrigada ,Graça pelo poema tocante.
    um abraço

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  24. OI GRAÇA!
    LINDO E TRADUZINDO TODA A TUA SENSIBILIDADE NA LEITURA DO QUE DESTES AOS INCIDENTES QUE, TOMARA SENSIBILIZE, GOVERNANTES DOS PAÍSES AOS QUAIS ELES PEDEM ASILO.
    TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS!
    ABRÇS
    -http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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  25. O Mundo doente que não ouve
    o sonho de quem não quer
    a Morte a acontecer...
    outra vez, mais uma vez.
    Esta europa é um deserto
    demente, que não sente
    o medo de tanta gente.
    Um beijo no abraço do seu belo poema.

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  26. Até quando teremos nossas mãos atadas?
    Belo poema, Graça.
    Beijos!

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  27. Nada pode perdoar a ignorância, ela nada têm de santidade.
    Beijos

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  28. teresa p.5:23 da tarde

    Este poema retrata, com grande sensibilidade, a tragédia humana dos migrantes que fogem da guerra "e chegam extenuados, traídos indefesos, procurando "um chão e um abraço". Solidariedade tem de ser a palavra de ordem, quer da Europa e das Nações, quer de todos nós, como seres humanos.
    Muito belas e tocantes as palavras e a foto.
    Beijo

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  29. Podemos nós perdoar-nos a nossa ausência?
    bj

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  30. lindíssimo poema, abordando um tema bem atual e forte... beijinhos querida Graça

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  31. Oi, amiga Graça Pires !
    Não há o que dizer, mas muito a fazer.
    São zumbis assustados, encurralados pela
    desgraça, fugindo em direção aos quintais
    alheios.
    Teu lindo poema registra este triste momento
    histórico.
    Um fraterno abraço, muito emocionado, aqui
    do Brasil.
    Sinval.

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  32. Belo e tocante, inscrito da tua sensibilidade humana,
    também compartilho deste mesmo sentir...
    Beijo, Graça.

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  33. Poderão, minha Amiga?...

    (sinto a voz embargada e incapaz de escrever)

    beijo, Graça

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  34. E a nossa ausência está existindo
    e demoradamente existindo...
    Bj.
    Irene Alves

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  35. A humanidade minha amiga está de luto perante tanta indiferença e cobardia.
    Nunca pensei assistir a tamanha provação.

    Um beijinho com amizade
    ~Fê

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  36. Há felizmente ainda quem não esteja ausente, minha amiga. Exemplo disso é este belo poema/reflexão que fazes e eu contigo também.
    Um beijo enorme sempre presente.

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  37. Não perdoemos aos causadores de tanto sofrimento: Israel, EUA, el Assad

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  38. Excelente Reflexão traduzido num excelente Poema !
    Beijinho
    Luis Sousa

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  39. Boa noite, Graça! Seu poema me emocionou muito, mas sei que apenas a emoção nada vai resolver.
    triste sabermos o que acontece ao nosso redor e nada ou quase nada podermos fazer.
    Até quando, as pessoas vão demorar para aceitar que somos irmãos, e eles veem de todos os lugares. O Brasil é um celeiro de pessoas que chegam de todos os países, vamos rogar a Deus que os demais também resolvam acolher os nossos irmãos menores. Grande abraço!

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  40. Boa noite Graça,
    Um poema magnifico que em cada palavra, em cada linha, reflecte de forma muito emotiva o sentir do povo em fuga! "As sombras coladas aos muros"....Os muros que nos envergonham.
    Um beijinho.
    Ailime

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  41. Boa noite Graça.
    Um poema emocionante, triste realidade. Feliz semana, estou ausente por problemas familiares, só passei rapidinho. Beijos.

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  42. Ortografia do olhar perfeitamente
    pontada, com o sentir de quem sente.
    Quem sabe se na Terra cresce
    uma escrita nova que nos resgate.
    A nós e àquela pobre gente.

    Obrigado, Graça, pelo privilégio desta escrita.

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  43. Me debato

    com essa realidade!

    Mª. Luísa

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  44. Muitos contra o acolhimento destes seres
    seres humanos tratados com toda a desumanidade
    seres sofridos
    que não têm a culpa de entre eles poderem vir malfeitores
    não podemos fechar os olhos ao seu sofrimento
    à sua dor
    o meu coração sangra um mar de lágrimas de inocentes.

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  45. Propaga-se
    um turbilhão de
    lamentos mudos
    que rasgam bocas
    bocas ressequidas
    famintas
    sem pão sem chão.

    maria maia

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  46. Boa tarde, belo poema que foca a realidade que emociona, o sofrimento destas pessoas que só procuram a paz e a sua dignidade de vida, faz-nos pensar que um dia também nos pode acontecer, todos estamos sujeitos ás guerras provocadas em prol da riqueza de quem as provoca.
    AG

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  47. ~~~
    ~ Impressivo
    este drama vergonhosamente acontecendo na Europa!

    ~ Poema de grande beleza e humanidade expressando
    a solidariedade que as pessoas de bem desejariam...
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    ~~~ Abraço, Poeta amiga. ~~~
    ~ ~ ~ ~

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  48. Já li o teu poema noutro lugar e, aí, o elogiei pela pertinência e beleza poética.

    Faltava-me o título...excelente em tudo.

    Beijo

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  49. Fantástico texto, que aborda tão triste, cruel e insana realidade...
    Eles fogem do país deles... muitos dos nossos, foram forçados a ir para outro país...
    Mundo triste este... que frusta todas as expectativas de quem pretende viver apenas em paz, e ter alguma dignidade...
    O pior é que quem desencadeou estes êxodos bíblicos... e atiçou o radicalismo... está a salvo deste mar de problemas, que nos vai ser deixado como legado, aqui na Europa, para os próximos anos... por ter um mar imenso pelo meio...
    Há mares e mares... e para alguns destes infelizes, há mesmo um ir sem voltar... e sem chegar a lado nenhum...
    Bjs
    Ana

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  50. Os sobreviventes ao caos hão de perseverar, edificarem do nada e mostrarem sua supremacia sobre os que os rechaçaram.
    Porque a convivência com a morte sopra ao espírito vozes que mais ninguém testemunha, confere ao ser uma força impossível de outra forma.
    Não será para nossos olhos.
    Mas tempo virá...

    deixo-lhe um bj amg

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  51. Um poema belo, profundo e tocante para uma realidade que envergonha estes tempos.
    Penso que nunca poderão perdoar a ausência do primado pela dignidade humana...
    Bjo, Graça

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  52. A imagem já fala fundo ao coração, mas ao ler suas palavras, mais tocados ficamos.
    O homem carece de amor e não percebe que a cada dia se distancia mais de Deus através de suas violentas atitudes e banalidades.

    Parabéns pelos belos versos.
    Abraços e ótimo dia.

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  53. Tão urgente, fazermo-nos presentes.

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