Katharina Jung
Ainda que não sejam lineares
os caminhos percorridos
já esquecemos aquilo
que em cada etapa
foi tropeço queda
viagem inacabada.
Fincamos os pés sedentários
em avanços e recuos
até que o movimento da vida
nos torna viajantes e aventureiros
sem recear distâncias.
Às vezes corremos atrás do vento
numa espécie de estonteamento
sempre próximos do começo
dos primeiros passos
à procura do lugar onde fica
a casa em que nascemos.
Graça Pires
De O improviso de viver, 2023, p. 62
46 comentários:
Graça,
nem sei como lhe agradecer as palavras que deixou num dos últimos poemas que publiquei e que me comoveram sinceramente, embora não tivesse conseguido responder-lhes na altura própria.
Ontem tive de fazer um enorme esforço para escrever e publicar e, hoje, continuo a dar o meu máximo por cada palavrinha que deixo escrita. Continuo sem saber se amanhã conseguirei coragem para tanto ou se me vejo obrigada a voltar ao silêncio destes últimos três meses.
Às vezes tenho saudades do tempo em que "corremos/corria atrás do vento* numa espécie de estonteamento".
Mais uma vez o seu poema tocou-me profundamente.
Obrigada, Graça. Muito obrigada.
Um beijo
Que lindo,Graça!
E sim, por vezes nos despreendemos do presente e voltamos ao passado e boas lembranças dele!
beijos, ótima semana! chica
Nunca corras atrás do vento
Que o vento mundos percorre
É como o amor no pensamento
Sem se cansar, corre, corre, corre
.
Saudações poéticas. Domingo feliz.
.
Memórias felizes que não queremos que fiquem na sombra do Vento... Por isso, dançamos com o Vento...
Beijos e abraços
Marta
Graça!!!
É bonita a visão
de estarmos correndo trás do vento.
Lindos versos que iluminam a mente
de quem lê e se entrega a ela.
Bjins de ótima nova semana.
CatiaoAlc.
Afinal somos caminheiros inúteis.
Um abraço.
Boa noite de domingo, querida amiga Graça!
"Ná esquecemos aquilo
que em cada etapa
foi tropeço queda
viagem inacabada"
Que consigamos esquecer tudo e nada nos atrapalhe de sermos felizes!
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
Sigo o teu conselho
e sempre que corro atrás do vento
descubro lugares
que já tinha esquecido
Beijo amigo
Os caminhos que percorremos, são sempre úteis, apesar das pedras que surgem na viagem.
Excelente poema, amiga Graça. Gostei bastante.
Deixo os meus votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Melancólico poema. Me gusto mucho. Te mando un beso
Mais um bonito poema que vim cá conhecer!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
O importante é haver ventos de feição...
Excelente poema, gostei imenso.
Boa semana.
Um beijo.
O vento pode ter sempre duas posições opostas: ajudar-nos a chegar mais depressa ou dificultar a nossa progressão.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Corramos atrás do vento, pois é sinal de que estamos vivos.
Amiga, beijinho de boa semana e saúde :)
Olá,tudo bem?
Explêndido poema!!
Bom dia . Amei este seu poema com precisão desta nossa travessia. Vamos e voltamos e muitas vezes em círculos. Que bos ventos abram nossa estrada. Bjs
Novidade:
https://pensandoemfamilia.com.br/memorias/tempo-das-costuras/
Um poema sublime!
Quantas vezes me vejo a correr atrás do vento, tentando rever memórias de outros tempos.
Beijinhos
Muito belo e verdadeiro.
Temos alguma facilidade em esquecer...
Beijinhos e boa semana!
This piece is stunning.
www.rsrue.blogspot.com
Adorei o poema e a imagem que o acompanha.
A vida é uma procura inacabada, em que somos viajantes e aventureiros.
Montaigne escreveu há mais de 400 anos: «A alma que não tem um ponto de mira perde-se, pois, como sói dizer-se, é não estar em parte nenhum em todo o lado estar.»
Mas é difícil conservar o ponto de mira quando o vento sopra forte e nos estonteia. Ou nos interpela e seduz.
ManuelFL
Quanto mais os nossos pés se tornam sedentários, mais corremos
atrás do vento em direção ao nosso primeiro aconchego...
Uma metáfora brilhante e muito bela...
Boa semana. Beijinho
~~~~~
Penso mesmo que o reduto final que procuramos é essa casa em que nascemos. Ou talvez queiramos regressar ao útero materno. E seja assim que a terra-mãe nos abre os braços a fim de nos misturarmos com ela sem distância.
Tão bonito o seu poema, Graça.
Um abraço e boa semana
Um belo poema que transmite alguma nostalgia e desejo de voltar ao tempo em que, com esperança, corria atrás do vento. O movimento da vida fez de nós viajantes e aventureiros, mas no íntimo sempre à "procura do lugar onde nascemos." A foto é maravilhosa. Beijo.
Querida Graça
Sempre emotivas as suas palavras, minha amiga Graça,
que nos levam de volta ao ponto de partida, donde talvez
não devêssemos ter saído.
Mas tudo vale a pena, escusando-me de citar o poeta.
Que haja ventos e marés e vagas que nos levem a porto
seguro.
Tenha uma boa semana.
Beijinhos
Olinda
Boa tarde Graça
Um poema muito talentoso, emotivo e cheio de memórias com nuances de um sonho.
Também eu corro atrás do vento, por isso costumo dizer que não quero perder nunca esse meu lado de criança.
Gostei muito, e a foto está muito bem escolhida para suporte do poema.
Boa semana com saúde e harmonia.
Um beijo
:)
Boa tarde e uma excelente terça-feira minha querida amiga Graça. Poesia maravilhosa sobre o vento. O triste é saber que através dele, o fogo tem se expandido rapidamente em solo brasileiro 😢.
Melancolía en la evocación. Ya el nombre de este gran poema es profundamnete inspirador...
Abrazo até vocé, Graça Poeta. Un lujo leerla como siempre...
Correr atrás do vento... tem o seu quê de poético! 👏😘
Graça, a forma como explora os caminhos da vida, com suas incertezas e aventuras, é realmente tocante. A imagem de nos tornarmos viajantes e aventureiros, sem medo das distâncias, é inspiradora. UM POEMA MUITO LINDO! Beijos!
Às vezes perdemos nossos passos e somos levados por este mesmo vento.
Ouvimos o seu canto e retomamos a travessia tão fugaz.
Beleza e elegância no vento Graça.
Bjs e que a semana seja leve.
A vida, querida Graça, empurra-nos para a frente e não adianta querermos ficar no mesmo lugar, mesmo que seja por pouco tempo; costumo dizer que gostaria de ficar sempre como estou e onde estou, porque estamos de saúde, temos tudo o que necessitamos e a paz no nosso país ainda se vive, mas....por que não voltar um pouco atrás? Rever os dias felizes na minha aldeia, sentir a felicidade de ter terminado os estudos, a emoção desmedida de ter sido mãe e a fantástica sensação de ter sido avó ....só em pensamento posso voltar a esses tempos, assim como a todos os outros menos felizes e a alguns de grande dor. Daqui em diante não sei como será, mas tenho a certeza que o vento, ameno ou furioso empurrar-me-á para a frente, porque foram essas as ordens da vida. Pensando bem, querida Amiga, que faria eu naquela casinha da aldeia onde fui tão feliz, mas que agora está vazia de gente, sem as flores que enfeitavam o Jardim e com o quintal coberto de ervas daninhas, saudoso do tempo em que mãos dedicadas o cavavam, semeavam e plantavam? É para a frente que tenho de ir e espero que os ventos não me empurrem com muita força , para que o resto da caminhada seja suave. É o que te desejo, a ti, querida Amiga, suavidade nos teus dias, com saúde sempre. Parabéns pelo belo poema! Beijinhos carregadinhos de amizade
Emília
Es un espejo de ese pedacito de vida, es un sueño de todas las noches, la belleza de sentirnos contenidos en esa casa paterna, muy ilustrativo y bello.
Abrazo
Oi Graça
Seu poema sempre me comove _ o vento nos leva a tantos lugares, alguns inóspitos outros muito felizes e ficamos a pensar naqueles ventos que leva vidas... e outros que são lufadas de ar como esse seu poema. Obrigada e saiba que seu talento com as palavras é de muito valia pra quem lê e reflete .Nunca deixe o vento te levar a outras paragens que não o de escrever. Grande abraço,Graça _ sempre uma honra tê-la como amiga. Virtual, mas nem parece ! Vejo-a através da sua escrita e é linda! Beijinhos
Bom dia, Graça
Belo poema, correr atrás do vento é uma metáfora incrível, o vento é algo intocável, somente na memória recordamos momentos magnificos da infância, bjs querida.
This beautifully captures the essence of life's journey—its non-linearity and the way we evolve through our experiences. Each stumble and retreat shapes us into travelers, fearless in our pursuit of growth and discovery. The imagery of chasing the wind and seeking the place of our origins resonates deeply with the perpetual quest for meaning and belonging.
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A moving, true text. Your words written straight from your passion for creating are delightful!
Maravilha, querida Graça, a vida nos leva a várias decisões, umas correr com o vento,
outras correr dele à procura de mais sossego.
Um feliz final de semana, minha amiga,
todo de bom, muita paz.
Beijos.
1ª estrofe: Esquecemos algumas etapas, outras reinventamo-las (ando a ler Psicologia ao deitar. Nota-se?) 2ª estrofe: Primeiro, achei a estrofe essencialista (nunca mudamos o mundo é que muda. Em certos aspectos, concordo. Há uma vontade indómita que nos toma desde sempre e que não controlamos). Numa segunda leitura, achei-a existencialista, ou seja, somos o que o mundo nos deixa ou quer que sejamos. 3ª estrofe: O tempo circular: cada vez mais é também um tema recorrente quando escrevo poesia. Mas como dizem os primeiros versos, "Às vezes corremos atrás do vento/ numa espécie de estonteamento", esse lugar do início já não é mesmo — i.e, tudo se transforma. E voltando ao tema da memória refeita, até mesmo ela se transforma. Mil beijinhos, Graça. Um santo fim-de-semana
Muito belo o seu poema Graça. Puro fascínio!
Corremos atrás do vento, estonteados, mas o vento que às vezes leva para longe o que queremos e amamos são os mesmos que trazem algo mais para ser amado...a casa onde nascemos, as raízes, a origem!
Uma boa semana. Tudo de bom minha Amiga.
Um beijo.
Olá, amiga Graça
Passando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e deixar os meus votos de feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Bonito poema.
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Querida Gracinhamiga
Que dizer mais deste teu poema? Que, como sempre, é belíssimo? Uma vulgaridade! Mas, cuidado, nele entra - e d que maneira... - o Vento (com cacha alta!). O Vento que o marca, o Vento que te marca, o Vento que tão bem utilizas e que e deixa deslumbrado! Só tu, minha querida Amiga podias contar - e cantar - esse Vento que é teu, que é meu, que é nosso. Mais uma vez, muito e muito obrigado!!!!!
Beijos queijos do teu sempre fã
Henrique
É preciso esquecer ou pelo menos amenizar lembranças negativas, para que a disposição de lutar e desbravar permaneça sempre em nós.
Significativos versos.
Boa semana.
experienciatitude.blogspot.com
Olá, amiga Graça, gostei muito de ler o seu poema "Atrás do vento",
cujo tema sempre atrai os poetas, porque muitas são as suas possibilidades,
como, por exemplo, as lembranças que o vento trás.
Uma ótima semana, minha amiga, com muita paz.
Beijos.
Olá, amiga Graça
Passando por aqui, relendo este lindo poema que muito gostei, e deixar os meus votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
hats off to you for incredible poem that speaks more than pile of books !
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