Pedro Pires
Pela noite, as sardinheiras aprisionam a luz,
para enganar a morte dos desejos.
É por isso que o olhar matinal dos pássaros,
em pleno voo, nos pode enlouquecer.
Pensamos então: um pranto que desagua
nas dunas, não absolve o remorso
dos barcos seduzidos pelo vento.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
para enganar a morte dos desejos.
É por isso que o olhar matinal dos pássaros,
em pleno voo, nos pode enlouquecer.
Pensamos então: um pranto que desagua
nas dunas, não absolve o remorso
dos barcos seduzidos pelo vento.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
42 comentários:
...e tanta coisa acontece pela noite...
Belo, como sempre querida Graça.
Bjs.
Maria Mamede
pois não...
abraço Graça
O olhar matinal dos pássaros nos trazem a beleza que continuas a imprimir nos teu poemas e por isso ainda mais gosto de os ouvir ao acordar.
Beijinhos, Poeta.
Brilhante e Admirável Poetiza Amiga:
Este poema é um hino doce e soberbo às sardinheiras e à noite, numa suada labuta quotidiana.
Perfeito. Saído do seu génio fabuloso.
Parabéns. Adorei.
Fabuloso, bem como, a sua sensibilidade sublime e enorme.
É EXTRAORDINÁRIA.
Beijinhos amigos de respeito, estima e consideração.
Sempre a admirá-la.
pena
Bem-Haja, notável poetiza enorme.
Adorei. Pleno de intensidade genial.
Da inteira sedução.
como eu gosto
dos barcos seduzidos pelo vento!
o mesmo
que enlouquece as sardinheiras
pela noite dentro
esse tempo
de Quando as estevas entraram no poema
hei-de ler um dia, Graça!
um beijo
Manuela
O toque subtil daquilo que nos rodeia, um olhar sobre o equilíbrio das coisas...
Gostei muito!
ficou-me o sabor amargo daquelas noites sedutoras. havia um céu sempre estrelado e nele a via láctea era um poema escrito pelos nossos sonhos e a luz da noite enfeitiçava borboletas de asas levemente esbranquiçadas e a lua entoava canções de amor sobre o sedoso manto da terra onde nos deitávamos. ficou-me o sabor amargo daquelas noites sedutoras, porque foram muitas, porque foram longas, porque foram loucas, porque foram novas, porque foram nossas, porque foram ontem...
um beijo, graça
Diz a poesia que as sardinheiras aprisionam a luz, sim, é verdade, mas ao amanhecer explodem em luz e côr.
Gostei muito, Graça.
Uma boa semana.
Saudações fraternas! Lendo teus versos, fui acometido de uma saudade repentina, saudade de uma casa, que não era minha, era de outro, só a usei por uns dias, lá nesta casa: Dois pisos, um abaixo e um acima, no de cima, uma porta aberta para o mar, porta de largas aberturas e quando fechadas, permaneciam abertas aos olhos, pois, de vidro foram feitas1 Portas para o mar, portas de vidro, portas para os passaros e para meus olhos, que contente ficavam com o amanhecer e com o entardecer, com os barcos de pescas, traineiras, sardinheiras e passáros, chorando, gritando, lamuriando, seguindo seus irmãos do mar, homens de olhos miudos, tez endurecida e vidas comprometidas! Homens do mar, eu também do mar fui um dia na poesia e no gosto pelo sal, pelo sol, e peixe que disputei com garças e martins pescadores! Beijo fraterno!
Engana, mas não se sabe por quanto tempo.
até mais.
Jota Cê
Muito belo, Graça! Beijos.
pela noite tudo pode acontecer, até o Poeta pode fazer poemas como este.
beij
AHH, QUE SAUDADES DE VIR AQUI!!
Teu poema é que seduz o olhar sedento...
Grande bjo!
breve, com aparência simples, mas fundo em cada palavra... Encantou-me.
Obrigado,
um beijo
Fica lá....escondido, calado....
Longe das cores e da luz....
Mas fica....
Lindo, simples....
Beijos e abraços
Marta
Sabe que este poema tem cheiro ou qualquer coisa assim?
:)
Toda a sedução das palavras, ilustrada pela bela foto do Pedro.
Muito belo, como sempre!
Beijo.
Da sedução, da loucura, da morte, tudo aprisionado pelas flores na noite.
Só tu sabes dizer "isto" "assim".
Grata. Beijo.
Oi Graça, é sempre muito bom aportar por aqui... Bj com carinho,
Úrsula
Os pardais acordam sempre
de madrugada!
Beijoca
adoro a noite
o luar
que ternura !!!!
beijos!!
o olhar dos pássaros, sim, pode nos enlouquecer.Em voo, tudo pode. Me fez voar, Graça. lindo!
pois não querida Graça.
as areias são porosas
para a imensidão dos prantos.
as sardinheiras serão a absolvição a florescer no desejo dos mastros.
são tão belas as tuas palavras Graça! saio, tantas vezes, com o coração a tremer...
__
um grande beijo
bela a sedução do vento. sobre os barcos...
belíssimo.
beijos
...a Graça sempre a seduzir nos
Lindo******
Há gestos que nada acrescentam, mas outros são uma espécie de baterias que nos impedem de enlouquecer quando não há sol por perto...
Querida amiga, a excelência deste teu poema é óbvia e costumeira...
Bom fim de semana. Beijos.
"Amigos são flores plantadas ao longo
do nosso caminho para que saibamos
encontrar primavera o ano todo."
(Letícia Thompson)
Feliz Sábado e beijos na alma...M@ria
Obs:Tem selinho aqui,um carinho prá voce!Leve-o.
Se o que vem junto das asas pode nos ensandecer, sua poesia sempre haverá de nos redimir. Sigamos então o curso dos barcos que levam ao seu mar, Graça.
Melhor seria que não houvesse remorso. Mas o poema é sublime.
Beijos
É sempre um prazer de leitura visitar esse teu Ortografia do Olhar.
Postei um poema seu lá no Inscrições, uma riqueza de poema.
Beijo.
Vim pela Dade. Prazer em conhecer sua poesia.
Beijos.
Porque gosto desta poesia: porque cada frase é um poema dentro do poema e têm uma observação e inquietação de vida humana e única... poemas com muita luz... Bravo, Graça Pires... Um abraço.
«As sardinheiras aprisionam a luz...» e a beleza dos seus versos refectem-na num poema lindíssimo!
Um beijo Graça!
Não sou ave e adoro as sardinheiras...de todas as cores.Belíssimo poema,um hino à Natureza imprimido por palavras e imagem.
Perfeito e belíssimo.
Bjito
este poema é belissímo, Graça! imagens lindas e ricas de sentido.
um beijo.
Olá Graça bom dia!
O voo redentor dos pássaros, pode enlouquecer de desejo, os barcos que seguem ao sabor do vento.
Bj e boa semana!
José
um pranto que desagua
nas dunas... é uma imagem única!
Bjs e bom fds
...lindíssimo o poema Graça. Que bom vir aqui.
Um beijo Graça
O olhar matinal dos pássaros que nos enlouquece, a sardinheira que engana a morte dos desejos, os barcos seduzidos pelo vento....
Metáforas de uma alma que quer o voo, livre das amarras, um ser ao vento.
Belo poema, minha querida amiga. Teu canto traz a beleza em releituras, na entrelinha.
Bjos.
Não absolve. Mas liberta (-NOS).
Beijo
Quando deixaremos de fintar/enganar a morte? O remorso não é absolvido, mas ainda assim há a esperança...
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