
Mais que mil palavras, valia cada imagem
fixada pelos fotógrafos: um poema-memória
legitimado pelo povo para sempre.
Mulheres, homens e crianças queriam
ser fotografados ao lado dos soldados.
O espanto na expressão de todos
tornava-os aliados uns dos outros
na festa da liberdade
e naquela alegria recuperada.
E, no limite quase nulo de um fio de luz,
era indizível a paz de cada rosto no retrato.
Graça Pires
De Era madrugada em Lisboa: louvor a um dia com tantos dias dentro, 2024, p. 27