Gonçalo Viana
Os barcos têm sede: falta mar.
Os lenços não respiram: falta vento.
Que outro (a) mar das marés do teu olhar
me tragam ao país a que pertenço.
Os vidros têm fome: faltam cravos
assomados à janela do futuro.
Da teia dos meus dedos farei barcos.
Serão velas as palavras que procuro.
Hugo Santos
In: Armas de (a) mar. Lisboa: Ulmeiro, 1988