Laura Makabresku
Às
vezes a grafia é escassa
no
desadorno do poema.
Ponho
no rebordo dos dentes
uma
ferocidade
que
estremece qualquer culpa.
Uma
farpa que deixa na pele
o
rasgão da cólera delineado
em
monólogos emudecidos.
E
abro, à liturgia da música,
a
incisão do peito
para
forjar no coração a nocturnidade
melódica
de chopin, derramando
das
teclas a intimidade de uma súplica.
Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015
64 comentários:
Essa raiva nos dentes que traz todos os sentimentos à mistura...
(bonito)
Beijos, Graça :)
às vezes estes poemas arrepiam-me :)
beijo Graça
Há dias em que temos que lutar, não contra o Mundo, mas contra nós....
Raiva, tristeza, desilusão... tudo se mistura numa dor profunda...
Lindo....
Um Bom Ano 2017
Beijos e abraços
Marta
Adorei Parabéns
Excelente ano de 2017
Beijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Olá Graça.
É sempre muito agradável visitar o teu blog. Hoje, o segundo dia do ano, fazes um mimo para os teus amigos leitores, com este maravilhoso poema, de tua autoria, que tem este belo título: “A intimidade de uma súplica”. Mas essa tua postagem vai mais longe, com a escolha dessa bela imagem de mulher (Laura Makabresku). E no que diz respeito ao teu poema, Graça, se quisesse falar sobre ele o correto seria republicá-lo neste comentário, mas me contente apenas com esses versos, que transcrevo:
“Ponho no rebordo dos dentes
uma ferocidade
que estremece qualquer culpa.”
Parabém minha amiga poeta, pela beleza e profundidade de teus poemas.
Os meus votos para ti, em 2017, sois, em síntese: amor, paz, saúde, poemas,
amigos.
Beijos. Pedro.
Da raiva também nascem poemas. :)
Um ano muito bom, Graça. Beijinhos
Boa tarde, lindo poema para começar o ano, feliz 2017.
AG
a raiva que ficará diluída numa melodia...o saber lidar com certas situações.
um bom ano de 2017
abraço com beijo dentro
:)
Contra todos os silêncios
as palavras podem ajudar
a rasgar caminhos
Bjs minha amiga
Boa tarde Graça,
para começar um belo poema.
Bjs
Tânia Camargo
Às vezes as palavras são escassas para expressarmos o que sentimos (nunca as tuas..)...
abraço Graça
Começar o ano a ler a tua excelente poesia é magnífico, GRaça!
Para ti e quem amas , o meu voto de muito bom 2017, num grande abraço
"Às vezes a grafia é escassa no desadorno do poema." Ai tantas vezes, ai tantas!
Bom 2017, repleto de poesia!
Beijos
São de uma claridade excelsa as tuas palavras, mesmo quando gritam.
Um Ano pleno de POESIA.
Beijinho
Lídia
Olá
As vezes às palavras faltam para determinar um desejo ou um olhar.Bjs e bom e abençoado ano novo.
Gosto de passar por aqui e deleitar-me com excelentes poemas.
Sempre arrasando com suas belas linhas amei,
tenha uma semana abençoada, obrigado pela visita.
2017 com sucesso em todas as áreas.
Blog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
Boa noite Graça,
Magnífico poema!
Há momentos em que as palavras por escassas, mas intensas e belas, precisam que a música as liberte “de qualquer culpa” e as transforme num maravilhoso poema como este.
Minha amiga e enorme Poeta, um beijinho.
Ailime
ficamos sempre aquém, Graça.
por muito que os dentes ranjam e a incisão do peito sangre!
... e, no entanto, de "uma luminosa claridade" tua Poesia, que tanto admiro.
o poema é de antologia. amei reler aqui.
beijo, minha Amiga.
Basta-me Chopin para que a súplica seja a intimidade do poema.
Arrasas-me! Beijo.
A Graça inicia o ano com o registo anatomico dum sentimento profundo.
Tantas vezes apenas esboço, esgar entre sorriso e lagrimas, palavras sem som atascadas num lamaçal de temor.
Bom Ano, cara poeta.
Querida Graça,
Há instantes de fuga sem sairmos do lugar. As suas palavras aqueceram cumes de sensações, o que já provou fazê-lo de forma sublime. Não se pode ficar indiferente à nocturnidade de um momento que se banha em música... música líquida, para mim.
Gostei muito e vou levar.
Grande beijinho.
Lília
Que força tem esse poema, Graça!
Deu para imaginar o turbilhão de emoções...
Belo poema para começar 2017!
Beijo, querida amiga.
De facto, os noturnos de Chopin são um bálsamo para todas
as tristezas: angústias, desesperos e revoltas...
Muito belo é este poema em que nos revelas Chopin tocando
a intimidade de uma súplica!
Belíssima a tua luminosidade deslumbrante...
Um beijo, querida Poeta amiga.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Olá Graça
Belo poema, bjs querida.
Graça!
Que tão belo poema!
Um abalo que nos faz estremecer de impotência pela impotência das palavras.
São pequenas e poucas demais para abarcarem o que faz rasgar o peito!
Obrigada!
beijinho! :)
Este teu poema é magnífico, vai na raiz da dor e
transcende no caminho das palavras, numa expressividade
poética excelente e belíssima!...
A melodia de Chopin é um bálsamo nas teclas
da alma.
Parabéns pelo poema, amiga Graça.
Que este ano seja um caminho de rosas com a
melodia de Chopin nas teclas da alma da poeta!
Beijo.
Boa noite querida Graça.
Um poema belo e cheio de sentimentos. As vezes os sentimentos são tantos que nós fazem fraquejar diante deles. Amei a imagem. Um lindo 2017. Enorme abraço.
" fiquei em silêncio e falei com você de diversas maneiras silenciosas" esta frase ouvi e acho que combina muito com este poema!
Beijo grande e bom Ano .
Saude, e muita inspiração, essa parece nunca faltar.
Pouco tempo para passar na blogosfera...
e, hoje, que a noite está do meu lado, não criando incómodos, deixa-me visitar os amigos.~~
Ana
Graça:
Nos seus poemas não há grafias escassas nem poemas desguarnecidos.
Todas as palavras têm o peso intensional e o lugar preciso.
É única a escrita que a Poeta constroi, rendilhando cada frase, cada texto.
E eu gosto muito.
Sobre o poema: fica aberto (também) o meu peito.
Um beijo, Amiga e que todos os seus dias sejam uma alegre poesia.
A poesia pode ser escassa, escassas são as palavras quando a dor é forte. Quando se cerram os dentes
Salve, Graça! Primeira visita de 2017 e já encontro algo que dialoga com o que estou escrevendo... O que me deixa muda é a face de tudo o que pulsa, que me permite viver e tecer minhas próprias correntes.
Feliz 2017 para nós.
Beijo
Com a melodia de Chopin (que adoro!) as palavras tomam uma nova dimensão, terminando num belíssimo poema.
Desejo que tenhas um excelente 2017, pleno de felicidade.
Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Maravilhoso amo a sua sencibilidade, obrigado pela visita.
Blog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM
E o ano começa com um poema sublime!
Bom Ano.
Beijinhos
Maria
Um poema profundo e eloquente...
Maravilhoso trabalho, Graça! Para ler e reler...
Deixando um beijinho e os meus votos de um muito feliz e inspirador 2017!
Ana
Sublime a escolha de cada palavra que tão bem exprime o pensamento, o sentimento, a visão interior... Quase se ouve o ranger dos dentes.
Muito bom!
Bom Ano e bons poemas, Graça!
Mesmerizing and effective photo and words!
you created a magic with your outstanding description and captivating photo .it just touched my soul!
best wishes for you and family for new year dear.
Encontro dois andamentos neste belíssimo poema. No primeiro a tónica é desadorno, ferocidade, farpa, rasgão, cólera; no segundo, é liturgia, coração, súplica. O primeiro é um prelúdio (contraponto?) ao segundo, uma construção poética intermediada pela íntima musicalidade dos Nocturnos, de Chopin.
Adorei a ilustração.
Beijo, Graça.
Un felice 2017 per te.
Um poema sensível e a conclusão maravilhosa: " ...A intimidade de uma súplica."
Boa 5a feira, Graça... O meu abraço...
E, pelos vistos, a "indecisão do peito" é a mãe de excelentes poemas como este.
Gostei imenso, parabéns por mais este exemplo poético talentoso.
Bom resto de semana, querida amiga Graça.
Beijo.
Estive por aqui.
E desejo que 2017 esteja a ser um ano muito feliz.
Abraço
MANUEL
"a intimidade de uma súplica" Sublime!
A imagem é, também, uma maravilha.
Beijo.
Adorei. Adorei.
É bom voltar aqui em 2017
e beber a sua maravilhosa poesia.
Bjs.
Irene Alves
dois andamentos,
Stockhausen e a dor de um rasgão
e o íntimo, nocturno, Chopin
um abraço, Graça
Muito forte e belo!
Gosto de te ler, pois falas à minha alma.
Beijo
Acredito que as lutas mais violentas são contra nós mesmos.
Abençoado 2017!
Abração esmagador.
Os poemas não necessitam de adornos quando as palavras saem assim de si.
Belas.
Um Bom 2017 para si Graça e muita inspiração.
Bjs
Passando para deixar um abraço pelo ano
novo, dizer que estou voltando tbém as minhas
postagens,agradecer pela sua amizade pq aqui
vejo tudo de bom.....Felicidades é o que tenho
pra te dar...
Abraços com carinho!
└──●► *Rita!!
Feliz Ano Novo! Beijos
Forte poema q sai com força de dentro da alma. Que 2017 seja um bom ano para vc. Bjs
Procuramo-nos, procurando, quase sempre (é essencial) dentro de nós.
Tem uma forma de dizer as coisas que me toca sempre profundamente, Graça. Grato.
Abraço
Olá
O adorno no poema expressa perfeitamente
a dor.
Bjs e bom domingo.
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Graça Pires
São as metáforas aqui, e sempre que, se vislumbram nos teus poemas, a exigir poder interpretativa, o que motivante para realce.
Abraço
Ah, querida Amiga, Graça Pires, boa noite !
Que intimidade, que súplica, que beleza de
criação poética !
Interpretar os teus sentimentos, postados
nestes belos versos, seria auto condenar-me
à heresia literária.
Basta-me enviar um "parabéns" e um "fraterno
abraço", aqui do meu Brasil.
Sinval.
Adoro 'passear-me' pelo seu blog - visito-o com frequência e delicio-me sempre. Hoje, não sei por que fragilidades, tocou-me particularmente esta súplica. Com o mar no horizonte, estou certa de que me virão interrogações ao longo do dia. Felizmente!, porque também é essa uma 'função' do texto poético! Muito obrigada, Graça, e um excelente Ano Novo.
Dolores Manso
Já tinha saudades da sua poesia tão peculiar Graça....
Gostei particularmente da força que este poema imprime.
Beijinho...
Tão singelo e tão grande, Graça!
Bjnhos
A palavra pede passagem com tal singeleza neste poema que não há ferocidade que a apague a sua beleza. Poema para ler e guardar.
Beijo, gentil amiga!
Em relação a este magnífico texto apenas me apraz dizer: sempre que escrevo são estas as palavras que que definem o que escrevo!
Parabéns!
Um poema em que o sujeito poético foi exímio na revelação do sentir que envolve uma súplica. Há um percurso neste processo, há um antes e um depois do clímax; uma súplica é um ato dramático, sempre. Além da (tua) arte poética, este poema atrai pelo sofrimento que, em si mesmo, acarreta.
Parafraseando-te: às vezes os poemas são como as dores do parto.
Bjo, amiga Graça e um ótimo 2017.
(Ultimamente, para aproveitar o tempo, venho aos blogues pelo TM; por vezes arrisco a comentar e corre bem, isto é, não me foge o comentário por um toque involuntário em algo ou por falha momentânea da rede. Hoje de manhã "fugiu", valeu-me tê-lo, primeiro escrito num rascunho. É sempre mais seguro pelo pc.)
Lindo poema, amiga Graça. A súplica muda em favor de uma presença, expondo a fragilidade humana alimentada pela dor, pela falta, pelo excesso de sentires... Beijo e ótima semana para você.
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