15.11.21

Aparecia depois das febres

Katharina-Jung


Aparecia depois das febres
no fim dos caminhos 
dos longos roseirais, situados 
a poente da cidade sobrelotada. 
Abria a cancela do pátio 
como quem diz, em voz baixa, uma oração. 
Despia-se e deitava-se na erva 
com as mãos sobre o ventre. 
E, deslembrada de tudo, 
ficava a ouvir o coração comovido e inquieto. 

Graça Pires 
De A solidão é como o vento, 2020, p. 45

62 comentários:

Isa Sá disse...

Bonito poema.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

brancas nuvens negras disse...

O contacto íntimo com a natureza em contraponto com a confusão das urbes. Gostei do poema.
Um abraço.

Maria João Brito de Sousa disse...

Não sei se mulher, se entidade, mas fascina-me a ideia de a ver sobre a erva, "deslembrada de tudo", " a ouvir o coração comovido e inquieto".


Um beijo, Graça.

Marta Vinhais disse...

Ás vezes, precisamos de ficar longe de tudo e de todos e escutar apenas o nosso corpo...
Lindo...
Beijos e abraços
Marta

chica disse...

Lindo e bem inspirado...E como é preciso ouvir o coração quando esse falar quer! beijos, linda semana,chica

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça.
A solidão é a grande inimiga do ser humano. Principalmente aquela, que nos é imposta contra a nossa vontade, e nos faz muito mal...

Belo poema.

Votos de uma excelente semana, com muita saúde.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Graça,
Seus versos nós
levam aos suspiros.
Amo ler seus versos.
Bjins querida
CatiahoAlc.

babYpose disse...

Beautiful escape. Have a nice day.

R's Rue disse...

Love reading your words.

Maria Emilia B. Teixeira disse...

Penso que solitude é diferente de solidão, não esta relacionada a sofrência para quem é inteiro.
Boa semana. Bjs.

carlos perrotti disse...

Mais um poema inspirador, como todos os que vêm de você, Graça... A imagem fecha o círculo de sua sensível mensagem, amiga.

Um grande abraço e cuide-se ainda por favor.

Cidália Ferreira disse...

Um poema maravilhoso! :)
-

Beijo, e uma excelente semana.

" R y k @ r d o " disse...

Imagem e poema, deslumbrantes.
.
Uma semana feliz …cumprimentos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Uma alma sofrida que se deixava apenas embalar pelo bater do coração.
Muito belo e instigante este poema, que me deixou a refletir sobre as suas tão brilhantes metáforas.
A foto é maravilhosa.
Gostei muito, minha Amiga e Enorme Poeta.
Um beijinho e uma boa semana com muita saúde.
Ailime

teresadias disse...

Poema delicado e belíssimo, minha querida amiga.
A imagem, bem a imagem é mais uma escolha feliz.
A natureza tem poderes inimagináveis.
Beijo, saúde, protege-te muito.

Rogério G.V. Pereira disse...

deslembrada de tudo,
ficavas a ouvir o coração inquieto e comovido
diz-me poeta
o que ele te terá dito
(sob a forma de poema)

alberto bertow marabello disse...

Sarebbe bello se ascoltassimo i cuori, i nostri e quelli degli altri.
Bellissima poesia, amica.
Buona settimana, prenditi cura di te.
Um beijo

bea disse...

Que mulher original a Poeta nos trouxe. Ou, quem sabe, dorme em cada uma de nós essa que se despe de tudo e repousa sobre a erva húmida.
Boa semana, Graça.

JUAN FUENTES disse...

Los poemas son las flores de la literatura.

Tais Luso de Carvalho disse...

Que lindo poema, minha amiga Graça,
triste, a solidão incomoda, mas belo poema.
Uma feliz semana, cuidando-se.
Beijinho

J.P. Alexander disse...

Bello y esperanzador poema. Te mando un beso

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Graça!
Desnudada de tudo e de todos, pode ouvir sua própria voz no silêncio.
Muito bonito e profundo em toda simbologia que a poeta adorna seu poema.
Que Deus abençoe sua vida e de sua família!
Beijinhos carinhosos de paz e bem

Toninho disse...

Que lindeza este ser que deslembra e mergulha em si belamente e impetuosamente.
Na solidão crescem não se entregam.
Muito lindo Graça sempre aplaudindo.
Beijo e feliz semana amiga.

Elvira Carvalho disse...

Tão belo, Graça!
Logo que passe esta fase muito má da minha saúde, vou querer este livro.
Ou será que está esgotado?
Abraço e saúde

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Um belo poema de que gostei bastante.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Edite Lima disse...

Lindo e comovente poema. Inspirador
Cheguei a vê-la despida deitada sobre a relva
. Abraços.

https://kantinhodasmensagens.blogspot.com/2021/11/botando-cabeca-pra-funcionar-322021.html?m=1#comment-form

Juvenal Nunes disse...

Leio uma comunhão com a natureza... nada de mais retemperador e vivificante.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes

Isa Sá disse...

Mais um bonito poema.

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Laura. M disse...

Se siente la naturaleza a través de tus hermosas palabras Graça. Belleza de foto.
Buen martes.
Un abrazo.

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
This is so nice. Wonderful.

Greetings and hug,
Marco

pensandoemfamilia disse...

Lindo e profundo mergulho. Bjs

LuísM Castanheira disse...

Toda a inquietude
aqui, ali, lá longe
e o momento
de fuga e comunhão.
(caminhos do coração)
Gostei muito, Graça
Um beijo e boa semana
Cuida-te

LuísM Castanheira disse...

Ah....e parabéns pelo novo livro
"ANTÍGONA PASSOU POR AQUI"

Daniela Silva disse...

Dá-me licença para criar uma história a partir desse texto?~
Um beijinho e continuação de boa semana!
http://endlessfeelingsoficial.blogspot.pt

São disse...

E como é necessário ouvir os corações inquietos e comovidos, minha Amiga....

Beijinho e que tenhas um semana feliz !

Luiz Gomes disse...

A natureza e cidade podem e devem viver em paz e harmonia. Parabéns pelo lindo poema minha querida amiga Graça.

Anete disse...

Lindos dizeres, Graça, no seu excelente poema. Duas palavras me tocaram mais: oração e coração!
Beijinhos e boa noite...

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Graça.

Gotei muito deste seu belo poema, do qual peço licença para transcrever os versos finasi:

“Despia-se e deitava-se na erva
com as mãos sobre o ventre.
E, deslembrada de tudo,
ficava a ouvir o coração comovido e inquieto.”

Boa continuação da semana, amigo Graça.
Um beijo.

manuela barroso disse...

Queria dizer que ninguem sabe ser tao puro e tao autentico , tao sábio e eloquente como tu na tua poética
Um abalo quase sísmico se sente ao ler- te.
E aquietamo- nos para vvoltar a ler , a ler .
E sabes que li
E encontro sempre mais
Um grande abraço, Graça!

Maria Rodrigues disse...

Profundo e belo poema.
Beijinhos

ManuelFL disse...


Nós também ouvimos (e sentimos) o coração comovido e inquieto, deslumbrados com a poesia da Graça.

Beijos

© Fanny Costa disse...

Olá, Graça!

Que texto maravilhoso! Quanta paz sentimos quando estamos em silêncio, em quietude no meio da natureza! Fez-me lembrar um aluno que tive há muito tempo e que nunca esqueci. Um dia, esse aluno foi viver para o campo e disse-me estas palavras:" Ó professora, eu quando estou deitado sobre a relva, oiço a relva a crescer!"

Adorei!

Beijinhos, querida!

Majo Dutra disse...

Um ser feérico que simboliza toda a inquietação da grande urbe...

Gostei de ler, amiga Graça.

Dias bons. Beijos
~~~~~

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça.
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito apreciei, e desejar a continuação de ótima semana, com muita saúde.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Agostinho disse...

O palco nem sempre é um verde e
fofo chão de metáforas
nem a solidão um nó apertado
impossivel, enquanto houver mãos
No paradoxo dos opostos há
quadros, espaços, tempos, chances,
deslumbramentos,deslumbramentos, desmembramentos
Despir-se de toda a tralha que embaraça os passos,
para se ouvir a si?
É vital isso mas é
tão difícil pôr-se a nú.

Saúde, Amiga Graça Pires, e que a fonte magnífica, que jorra poesia tão bela e sensível, se mantenha íntegra para saciar a fome de poesia de tantos quantos os que ficam à espera de um novo poema, de um novo livro (vou procurar).
Um beijo grato.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Um poema muito intímo, quando se procura a solidão para melhor apreciar e viver a natureza e o momento.
Muito belo, assim como a foto que o acompanha.
Boa semana com saúde e paz.
Beijinhos
:)

Margarida Pires disse...


Despia-se e deitava-se na erva
com as mãos sobre o ventre.
E, deslembrada de tudo,
ficava a ouvir o coração comovido e inquieto.

Tão lindo de se ler, minha querida Graça!
Um momento de pura serenidade!
Um doce abracinho!
Megy Maia🌺🍀🍂

Jaime Portela disse...

É na solidão que se pode ouvir o coração.
Excelente poema, como sempre.
Continuação e boa semana, amiga Graça.
Beijo.

baili disse...

lovely poem dear Grace !

life is like a rush hour ,there must be sometimes to spend with heart so he can tell what he feels and how he want things in real as we often burry our heart under the burden of unwanted stuff just to fulfill the desire to be fit among others ,which is not fair .

health ,peace and joy to you and yours !

Olinda Melo disse...


Esquecer-se de tudo para se lembrar de si
e das suas entranhas, com as mãos pousadas
no centro do equilíbrio do corpo humano.
Dali irradia o centro do universo e a nossa
comunhão com essa coisa fluida mas palpável
e sempiterna que é a nossa Alma.

Quem senão a Graça se lembraria disso e de
dizê-lo assim num Poema tão envolvente?

Como sempre rendida à sua Poesia, querida
amiga.

Beijinhos
Olinda

mz disse...

Sempre magnífica a sua poesia, Graça!
Sou grata por a ter encontrado.

Um abraço,
Mz

teresa p. disse...

"E, deslembrada de tudo, ficava a ouvir o coração comovido e inquieto."
Excelente poema sobre a solidão, aquela que leva a entrar, silenciosamente, no interior de nós e a escutar o som dos sentimentos da alma. A foto que ilustra o poema é maravilhosa.
Beijo.

Carlos Augusto Pereyra Martínez disse...

Así se está consigo mismo. Reconciliación consigo mismo (ma). Un brazo. Carlos

Daniela Silva disse...

Obrigada querida.
Um beijinho e um bom fim semana
endlessfeelingsoficial.blogspot.pt

Mário Margaride disse...

Boa noite, amiga Graça.
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito apreciei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde.
Beijinhos!

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Gaby Lirie disse...

Uma verdadeira oração esse poema querida Graça. Sempre te leio com todo coração.

Imenso abraço!

Arthur Claro disse...

Linda poesia.

Arthur Claro
http://www.arthur-claro.blogspot.com

lanochedemedianoche disse...

Precioso poema de amor en soledad. Feliz Domingo.
Abrazo

A.S. disse...

Ouvindo o coração, comovido e inquieto,
Tudo acabará num sorrido do nada,
no encontro e no abandono,
no repouso das folhas e das cinzas.

É muito bela a tua Poesia, Graça!
Ler-te é sempre um doce fascínio...
Uma boa semana, com muita saúde. Cuida-te muito!

Um beijo!

Fá menor disse...

Muito belo!
Temos de saber parar um pouco para ouvir o coração.

Beijinhos e tudo de bom!

solfirmino disse...

É a pausa antes do recomeço. Temos que saber a hora. Antes que o corpo reclame por nós. Ouvir o que vem de dentro faz um bem enorme...
Beijinhos

Ana Freire disse...

Aquela pausa tão necessária, para juntar forças, antes de nos erguermos de novo, a braços com a turbulência do mundo...
Magnifico momento poético, Graça! Para ler, reler... e interiorizar...
Um beijinho grande!
Ana