Willy Ronis
Inesperadamente indago um suposto dia
em que o assombro ganhou asas de albatroz
no meu corpo e voou, a grande altura,
para o sul de um contexto sem remédio.
Ouço a exuberância do prazer
repleta de nocturnos muros,
dissimulados no rito corporal
de uma solidão indiferente a todas as consequências
e espreito o teu rosto por cima do ruído da cidade.
As minhas pernas lentas vincam, no chão,
um espaço rival da minha sombra,
e um aceno indicia todos os sítios,
desertos de palavras onde perigosamente te procuro.
Graça Pires
em que o assombro ganhou asas de albatroz
no meu corpo e voou, a grande altura,
para o sul de um contexto sem remédio.
Ouço a exuberância do prazer
repleta de nocturnos muros,
dissimulados no rito corporal
de uma solidão indiferente a todas as consequências
e espreito o teu rosto por cima do ruído da cidade.
As minhas pernas lentas vincam, no chão,
um espaço rival da minha sombra,
e um aceno indicia todos os sítios,
desertos de palavras onde perigosamente te procuro.
Graça Pires
De Conjugar afectos, 1997
11 comentários:
a força do desejo -
gostei, Graça!
As minhas pernas lentas vincam, no chão,
um espaço rival da minha sombra,
e um aceno indicia todos os sítios,
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_______________________.
brilhante. a tuA sombra.
cintila!.
É interessante como a fotografia e o poema jogam na mesma área, a de uma intensidade célere, algo oblíqua, talvez mesmo clandestina. A do desejo, por certo, como diz a maria m.
Um beijo
Asombraprojetadanaluz
oequilibrionaassimetria
LINDAS PERNAS
NO MEU ESPAÇO
LENTAMENTE
O caso Cláudia, não está perdido. Mandem Mails a esta gente e não só:
geral@embaixadadobrasil.pt
Temos que estar solidários com a menina Cláudia.
Pede a outros blogues que façam o mesmo.
Gostei. Excelente cantinho este...
Parabéns :)
Este poema nem parece teu, Graça...
ao ler, parece-me mais rápido, não se são as pernas, se as sombras...
Abraço
poema rente ao chão. na exuberância dos corpos. a violação da luz na cintilação das sombras...
um beijo Graça.
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obrigada.
Pé-atrás-pé, pela desregulada calçada, mulher de coragem, enfrentando a sombra adiante.
Belo.
Maria, também gostei que viesses.
Isabel, a tua simpatia é que brilha neste meu espaço.
Soledade. É o desejo, sim: algo oblíquo, algo clandestino...
Obrigada Mar Arável pela visita e pelas palavras.
Obrigada Alquimista e volte sempre.
Luís, o poema não parece meu? às vezes acontece...
Herético, gostei do poema rente ao chão, apesar das asas...
Tchivinguiro, obrigada pela visita e pelas palavras. Estarei atenta ao teu espaço.
Um beijo a todos.
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