Se viesse do mar o silêncio
transparente desta mágoa,
eu podia desenhar
um barco para fugir,
ou esperar que a maré
levasse a água
que outras sedes me trouxeram.
Graça Pires
transparente desta mágoa,
eu podia desenhar
um barco para fugir,
ou esperar que a maré
levasse a água
que outras sedes me trouxeram.
Graça Pires
De Uma extensa mancha de sonhos, 2008
32 comentários:
que outras sedes me trouxeram.
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Por vezes a sede está connosco. Noutros momentos não temos 'sede' de nada. É aí que impera o silêncio, a solidão.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
Mastigando a infinita sede.
...o silêncio
transparente desta mágoa...
Beijo,
mariah
A sede insaciável do Poeta.
Lindo.
Prezada poeta Graça Pires, depois de muito ter reflectido nos comentá
rios anónimos do maluco (ou será da maluca?) , que disse mal da sua poesia, decidi corrigir-lhe este poema tornando-o SEMANTICA
MENTE mais rico (lá me esqueci do
raio do acento circunflexo!), assim, e peço-lhe que me desculpe,
tirei as referências ao mar, ao silêncio, à mágoa, etc., pois, segundo a pessoa em questão, isso
empobrece um poema, portanto, e de acordo com essa teórica, o seu poema sairia enriquecido se ficasse, por
exemplo, assim:
"Se viesse do meltenério o estrema
controlécito desta induração,
eu poderia concatenar
uma barcagem para esbagoar
ou esborcinar a maré, etc., etc."
Veja, cara poeta, como o poema ficou logo semanticamente (quem me
teria roubado a tecla do acento
circunflexo?) mais rico. Isto sim
é que é poesia! Depois poderia aindar temperar com um ou outro palavrão... Formalmente, e como a/o maluca/o sustentaria, a minha cara poderia também trocar as minúsculas pelas maiúsculas, as vírgulas pelos pontos, etc.
Isso sim, é que era um poema formal
mente rico... Olhe, e porque não um
poema com as letras de pernas para
o ar? Isso é que era enriquecimento
formal...Eu vou assinar este comen-
tário, para que me possa responder...
(eheheheh!)
G.
que belo!
______________que prazer!
obrigada.
beijos.
É lindo.
Vou passar por aqui mais vezes.
Eduardo
O mar vem sempre e traz o silêncio, o barco, a vida...
Beijinhos
Fermoso texto.
"Se viesse do mar o silêncio"
as ondas seriam segredos
os corais, seus desejos...
e o desafio de inventar um mundo
perto do jeito que preciso
como um paraiso
cria o sonho de ser mais alguém
um dia mudo, uma musica no mute
que acorda a inocência
desta vontade de me molhar
"que outras sedes me trouxeram."
mas só uma veio pra ficar...
De fato, há mágoas que, de tão fortes, nos calam, deixam-nos perplexos. O silêncio, de etéreo que é, contundente na alma a ponto de servir qualquer embarcação imaginária, insegura, traçada a lápis, para a fuga.
Para a fuga do barulho imenso que faz o silêncio dentro de cada qual, porque cada qual tem suas mágoas e os seus silêncios conseqüentes.
Que a maré carregue as águas (turvas ou claras) que outros rompantes meus me-as fizeram beber.
Fuga do silêncio que causa a mágoa...
Fuga ou o olvidar do que se bebe quando a garganta seca e só se bebe quando ela está árida...
Perdoe-me o devaneio. Mas que a sua poesia (de tão rara) me precipita o pensamento.
Cá virei mais vezes colher da sua estética, da sua arte.
E não me furtarei, com o perdão da ousadia, de comentar que o Sr. Victor aí logo abaixo é nada menos apaixonante.
Quem sabe (nem sei do que comentam em verdade) com as pernas para o ar o poema fique formalmente mais rico (rsrsrs). Que espirituoso esse sr. Que brilho ele tem!
Abraço e fique com Deus.
Uma sua admiradora brasileira,
Bárbara Carvalho.
De fato, há mágoas que, de tão fortes, nos calam, deixam-nos perplexos. O silêncio, de etéreo que é, contundente na alma a ponto de servir qualquer embarcação imaginária, insegura, traçada a lápis, para a fuga.
Para a fuga do barulho imenso que faz o silêncio dentro de cada qual, porque cada qual tem suas mágoas e os seus silêncios conseqüentes.
Que a maré carregue as águas (turvas ou claras) que outros rompantes meus me-as fizeram beber.
Fuga do silêncio que causa a mágoa...
Fuga ou o olvidar do que se bebe quando a garganta seca e só se bebe quando ela está árida...
Perdoe-me o devaneio. Mas que a sua poesia (de tão rara) me precipita o pensamento.
Cá virei mais vezes colher da sua estética, da sua arte.
E não me furtarei, com o perdão da ousadia, de comentar que o Sr. Victor aí logo abaixo é nada menos apaixonante.
Quem sabe (nem sei do que comentam em verdade) com as pernas para o ar o poema fique formalmente mais rico (rsrsrs). Que espirituoso esse sr. Que brilho ele tem!
Abraço e fique com Deus.
Uma sua admiradora brasileira,
Bárbara Carvalho.
sempre o mar como inspiraçao!
também eu me inspiro nele.
gosto sempre dos poemas que vás tecendo com palavras belas e singelas.
um beijo de carinho
Desenhar o mar no silêncio e deixar que as ondas nos apagassem, o medo.
gostei muito, esse mar é profundo e como sempre, me faz sufocar...
abraço de paris.
LM
"...o silêncio transparente desta mágoa..."
É um poema belíssimo que toca fundo na alma.
Beijo
Quão bela é a simplicidade!
Feliz final de semana, zogia.
Se nossas mágoas pudessem ser literalmente afogadas pelo mar, por outras águas, mataríamos a sede das dores da alma.
É sempre muito bom estar por aqui.
beijo no coração
Olá Graça
O silêncio e a mágoa e as alternativas para os resolver.
Belíssimo texto
"Se viesse do mar o silêncio
transparente desta mágoa,"
Este seu belo poema deixa-me sem palavras!
Vou continuar a ler!
Um forte abraço!
Um poema lindíssimo, amiga. O mar, eterno tema dos poetas, deixa-me sempre um gostinho especial.
Continuo de férias, pouco ligada à net, mas venho desejar-te um bom fim de semana. Do meu mar e da minha serra envio-te beijinhos e um abraço amigo.
Pois.
Mas o silêncio não vem do mar
Temos que procurar outras paragens
pois podias, Graça...
abraço
O Verão tem destas coisas...
Esse mar de mágoa, de sede, devora-nos e alimenta-nos.
Beijo, Graça.
comparo um pouco o silêncio à transparência... nunca os temos a 100%. e andamos todos de algo sequiosos
abraço, graça
Com um bocadinho de tempo livre para divagar, vim aqui ler a poesia de que gosto e esta especialmente deu-me paz e sossego.
Obrigada Graça.
Um bom começo de semana.
Prezados Graça e Victor: Diante de visitas tão ilustres, só tenho a agradecer e dizer que, apesar da imensidão do mar que nos separa, tenho pelos dois grande simpatia e admiração e os fiz amigos do coração. Retornem sempre que quiserem a este humilde lar. Fiquem sempre com Deus! Beijo enorme.
Bárbara.
muito bonito, Graça. um beijo.
Belo poema que veio do mar...
***
Diante deste oceano de poesia que vem de dentro de você, resta a nós somente o sonho do naufrágio.
Belíssimo, claro!!!
Tudo o que escreves tem a marca da tua imensa e profunda sensibilidade poética... e eu fico quase eufórica, tonta de prazer as ler teus versos!
Beijos sentidos.
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