A cor convicta do poente
Quando a aurora
começa a dissipar
as trevas na palidez da terra
avançamos com
a argúcia da palavra
sobre a
imperfeição de cada instante.
Seguramos a
lança das memórias.
Seus véus de
renda deciframos.
Por sua farpa
ateada as aceitamos.
A luxúria de
seus gritos consentimos.
Para que nos
seja assombro
a cor convicta
do poente.
Graça Pires
De A incidência da luz, 2011