6.11.17

Grito

Christine Ellger

Há a palavra em duelo no poema. 
Há um grito rasgando o surdo rumor 
da chuva de novembro. 
Um grito a cortar a respiração 
das árvores sem folhas. 
Um grito que estremece nas mãos 
das mulheres estéreis 
e no silêncio das aves que não voam.

Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

63 comentários:

_ Gil António _ disse...

Se o grito fosse como o vento
Que passa sereno, sem escolhas
Levaria ao mundo o meu lamento
Por ver as árvores sem folhas
....................
Amei seu poema
.
Semana feliz.

Cidália Ferreira disse...

Começando pela foto que é excelente, o poema não fica a trás. Parabéns!!

Beijo e uma excelente semana.

Larissa Santos disse...

Inspiração Divina. Gostei muito
A foto é maravilhosa

Bjos
Boa Segunda-feira

Alfredo Rangel disse...

Ah!Este grito presente no coração daqueles que quase não mais sonham, na alma dos que já não choram, nos olhos de quem já nem têm a quem olhar... Lindíssimo, Graça. Parabéns...

Luis Eme disse...

Um grito poético cheio de significado...

abraço Graça

chica disse...

Divino e inspirado grito! Adorei! bjs, chica

Célia disse...

Há um grito de vida pela vida em seu poema. Majestosa sua inspiração no foco essencial da vida.
Abraço.

Nequéren Reis disse...

Maravilhoso as vezes devemos gritar para esvaziar da situação,
obrigado pela visita, tenha semana abençoada.
Blog:https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM

A Nossa Travessa disse...

Querida Gracinhamiga II

Ese teu poema é um espanto!Um grito no papel e no sentimento. Mais uma vez aplaudo-te!

Qjs do Henrique, o Leãozão

Marta Vinhais disse...

Um grito... Sonhos... Desejos.. Paixões...A vida que não podem ficar esquecida....
Lindo..
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Muito bom este poema e magnificamente ilustrado.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
O prazer dos livros

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
A wonderful poem with a beautiful picture.
This could be nice to be framed.

Hugs, Marco

Agostinho disse...

Boa tarde, amiga Graça Pires
Fui abençoado por este dourado outonal que guardo nos bolsos para os dias que hão-de vir. Abri a janela para conferir o Ortografia. Experimentei o gozo de haver poesia. Inexplicavelmente

Li li li li
Até que os olhos deixaram de ver
o contorno e a linha e
a boca repetiu a imagem do som
que pairava no ar
até o silêncio imprimir aos lábios
o movimento da imobilidade total
O verso revelou-se então
na sua cristalização divina
desenhada no "ó" dum beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um grito em forma de poesia
em Novembro que deixou cicatrizes
um grito asfixiado que por vezes é preciso deitar fora nem que sejam
por meio das palavras

a imagem de suporte é muito bonita

gostei...

boa semana.

beijinhos

:)

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde , querida amiga Graca !
Um grito sufocante e proveniente se um coração angustiado ... ele ressoa como frio cortante na alma dilacerada ..
Seja feliz e abenciada !
Bjm de paz e Ben

Ailime disse...

Boa noite Graça,
Que poema tão belo!
Há um grito que teima em quebrar o silêncio das ausências.
Mas, na sua excelente poesia, há um grito imenso e inspirador da Poeta na sublime forma como tece as palavras.
Um beijinho, minha Amiga, e continuação de boa semana.
Ailime
sinais de esperança

Mar Arável disse...

Há gritos que não dormem
Bj sempre

Tais Luso de Carvalho disse...

Não diria que é um grito maravilhoso, mas um sofrimento intenso. E a ilustração é divina, casa perfeito com o poema triste.
Beijo, querida Graça. Uma feliz semana.

Toninho disse...

Há um sofrer sem conta amiga.
No silencio o grito pela vida
Semana maravilhosa
Beijo

Daniel Costa disse...

Graça Pires
Não me canso de meditar em cada poema teu. Com isto penso que fica dito o que penso.
Beijos

Anónimo disse...

Um grito oriundo d'uma alma em sofrimento!
Que bela ilustração!
Desejo um dia azul com muita paz!
Abraço!

Ana Bailune disse...

Um grito necessário, que não quer nem pode mais calar-se...

Diana Fonseca disse...

Que palavras poderosas.

Anónimo disse...

Das árvores despidas outras o não ficam
e essas também gritam
gritam no poema quase dor
na ausência da chuva, por amor
das que (a)guardam as palavras
neste outonal calor.

Abro as janelas e espreito a madrugada
e o frio choca com o poema, na chegada
só aí, desperta a alvorada.

- todas as aves ficam presas à minha mão...!

Muito belo este "significado", minha Amiga!
Gostei mto.
Um beijo, Graça.

Louraini Christmann - Lola disse...

Aiiii!
Mulheres estéreis e aves que não voam...
Elas existem e por isso estão tão lindamente nesta poesia.

Mas estremeci...

Bell disse...

Sempre há um grito preso.

bjokas =)

Franziska disse...

Hay un sentido dramático y una profunda desesperación expresado en los versos de este gran poema. Es perfecto. Feliz semana. Un abrazo.

LuísM Castanheira disse...

anónimo sou eu...
Das árvores despidas outras o não ficam
e essas também gritam
gritam no poema, quase dor
na ausência da chuva ou do amor
das que (a)guardam as palavras
neste outonal calor.

Abro a janela e espreito a madrugada
e o frio choca com o poema, na chegada
só aí, desperta a alvorada.

- todas as aves ficam presas à minha mão...!

(texto/poema dum comentário meu que, por sabe-se qual mistério, saiu 'anónimo' - à Graça Pires as m/desculpas)

ANNA disse...

Excelente grito y maravilloso a la vida.

Besos

Black&WhiteAccademy disse...

è sempre un piacere leggere le tue emozioni carissima...un abbraccio

Maria Rodrigues disse...

Gritos que vêm do fundo da alma de quem sofre.
Um poema sublime!
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco

manuela barroso disse...

Tudo parece estéril neste tempo em que a névoa sufoca todos os grito.
Mais uma poesia com que me deixas a olhar para o vazio com o tanto que dizes, Graça!
Abraço, querida amiga

Majo Dutra disse...

Excelente, querida Amiga.
Beijos
~~~

Sinval Santos da Silveira disse...

Querida Amiga/Poetisa, Graça Pires !
Todos temos gritos sufocados que, um
dia, são libertados... Parabéns.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil,
e uma ótima semana !
Sinval.

baili disse...

Ah...so touching and beautiful dear Grace
"silence of birds who do not fly"
silence that speaks so loudly

Raquel Loio disse...

Lindo! Adoro poesia :)

Sofia disse...

Passei só para desejar um bom resto de semana!

Mais um poema bonito!

Beijinhos

Olinda Melo disse...


Palavras por dizer, lágrimas por chorar.
Uma situação que atravessa a sociedade,
o nosso mundo, o recesso do lar.
Cada qual com a sua vida sofrida.

Bj

Olinda

Mariazita disse...

Soberbo, este poema, Graça!
Li e reli, de tal modo me agradou.
Talvez por haver demasiados gritos sufocados, que tanto gostariam de se expandir...
Esperemos que a chuva, que teima em não aparecer, possa contribuir para a descompressão...

Continuação de boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Emília Pinto disse...

Há " palavras em duelo" , há árvores perdendo as folhas porque a natureza assim quis, há outras tantas que são decepadas,há rios que parecem chorar lágrimas acinzentadas sufocando os peixes antes felizes nas suas águas cristalinas que gritam, gritam mas nāo encontram ouvidos dispostos a escutá-los. E depois há gritos de todos nós que, apesar dos tremendos ruidos à nossa volta , continuamos a gritar na esperança que nos ouçam; há gritos gritados bem alto, até à exaustão, há gritos silenciosos de almas desesperadas, há gritos dados por aqueles olhinhos tristes de crianças que têm fome , que têm frio, que não tem um afago na hora de deitar , mas....todos são abafados por outros gritos mais poderosos, pelos estrondos dos canhões, pelo barulho estridente das moto -serras, pelo crepitar das madeiras comidas pelas chamas, pelo roncar de motores potentes que sufocam as cidades, correndo, atropelando, poluindo, como se, só a eles estas pertencessem; " enclausurados " em blocos de cimento, almas choram e corações gritam a sua tristeza, a sua dor, a sua solidão, mas....outros barulhos se alevantam espalhando-se dominadores por toda a cidade. Eu também grito, Graça, e muito, mas, especialmente quando vejo os tais olhinhos tristes que já não sabem como gritar e, olhando-os, imaginando-os, penso nos meus netos e, então amiga.... a minha alma grita...grita...grita ...
Juntei ao teu grito poética o meu, Graça, sem poesia, mas sincero e com vontade de gritar ainda mais e muito mais ainda. Junto, deixo-te um beijinho muito especial e o meu agradecimento pelo grito que nos deve levar a uma profunda reflexão. Também nós somos causadores de alguns " GRITOS" !
Emilia

Jaime Portela disse...

E há tantos gritos.
Uns audíveis, outros nem tanto.
Magnífico poema, parabéns.
Bom resto de semana, amiga Graça.
Beijo.

Teresa Almeida disse...


A natureza arrefece. O grito rasga o silêncio sofrido. É Outono na natureza e em tantos corações!
Poema tão belo quanto dorido.

Beijinho, Graça.

Manuel Veiga disse...

poema declinado no feminino para assim falar das dores da natureza!
e no grito que "estremece nas mãos das mulheres estéreis",
escutar "o silêncio das aves que não voam"

gostei muito, Graça
beijo, minha Amiga

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Graça!
Belíssima imagem como abertura para O grito, poema também belíssimo, que tem belos versos como estes:

Um grito a cortar a respiração
das árvores sem folhas.


Parabéns, querida amiga Graça.
Um beijo. Pedro

ManuelFL disse...

Também nós soltamos um grito, de apreensão por não ouvirmos «o surdo rumor da chuva de novembro», de júbilo por partilharmos o poema da Graça.
Beijo.

Marta Moura disse...

Um quadro muito bonito acompanhado por um poema ainda mais bonito.

Teresa Durães disse...

Há um grito que nos leva a ir mais além

José Carlos Sant Anna disse...

É no “grito que estremece nas mãos”, que se instaura a realidade vital do poema, fazendo-o retornar ao ser original que o habita em estado de latência. Noutras palavras, poesia é adentrar o ser.
Um beijo, minha amiga!

Gaby Lirie disse...

Poesia que chega no grito mais profundo e inaudível do ser. Lindo poema!

Abraços!

Fá menor disse...

Há um grito mudo que nos entope a voz... para lá dos poemas que nos assombram o voo.

Belo o teu grito.

Beijos.

Ana Freire disse...

Se pensarmos bem... o silêncio pode mesmo conter tantos gritos silenciosos...
Um poema lindíssimo... que nos aponta com sensibilidade, para o facto de, por detrás de um silêncio... muito sofrimento se poder esconder...
Excepcional, como sempre, Graça!
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

teresa p. disse...

Também há silêncios que são gritos de solidão. O poema é profundo e belo e a imagem que o ilustra é magnífica.
Beijo.

AC disse...

Novembro não corre de feição: simulam-se podres verões, as folhas mostram-se indecisas, as nascentes gemem por alimento...
O teu poema, contudo, é intemporal. Sobrevoa pequenos dramas, dando cor a sentimentos, a estados de alma...
Mais um grande poema, Graça!

Um beijinho :)

solfirmino disse...

Querida, por aqui as chuvas de novembro também rasgam as folhas. Até dezembro é primavera...
Beijos

CÉU disse...

Olá, estimada Graça!

Um poema de todos os tempos, assim o considero, pois sempre houve palavras em duelo, quantas vezes, sem razão, mas "fica bem" ser do contra, estar do lado de lá da barricada e quanto mais barulheira se fizer, "melhor". As pessoas gostam de movimentação e romarias, já há muito percebi.

O clima está a mudar, penso que mundialmente, ainda hoje ouvi essas afirmações na televisão, e portanto temos de nos habituar e aceitar aquilo que vem ou não vem. E não vale a pena barafustar, lamentar, pke muitas são as causas para esta situação e o Homem tem contribuído para algumas delas.

As árvores sem folhas é uma situação natural, pois estamos na estação da queda. Não sei se gritam, mas poeticamente tudo é possível.

As aves continuam a voar, embora noutras direções e menos, porque o tempo está frio e desagradável. As mulheres estéreis não deveriam "gritar", pois há atualmente tantos recursos para que possam ter uma criança e nem precisam pagar como fez o CR7 (que situação estranha)!

E estava eu aqui a pensar que o país, nós, começávamos a estar em estado de graça, afetos e mais afetos, economia a crescer, desemprego a diminuir, salário mínimo nacional a aumentar, progressivamente, aumentos para todos os funcionários públicos, descongelamento das carreiras e mais umas tantas medidas, de que agora não me lembro (deve ser do avançado da hora) e "zás", incêndios e mais incêndios, seca, legionella e as palavras de Adalberto Campos Fernandes, Ministro da Saúde, que me deixaram a pensar: "o país está pobre, velho, muitas vezes abandonado e entregue a si próprio". Então, mas que contradição é esta? Nós temos uma forma de governo, a possível. Não irei berrar, porque sempre fui pelo diálogo e serenidade.

O seu excelente poema exprime, talvez, o estado de alma de mutos portugueses, não o meu, mas não há mal que sempre dure. Pensemos positivamente.

Gostei da imagem, que está triste, acastanhada, abandonada, mas aquelas duas cadeiras precisam de uma "mãozinha". Talvez daqui a mais uns tempos, quem sabe?

Beijos e bom domingo!

Larissa Santos disse...

Boa tarde. Venho desejar um Domingo feliz

Hoje no nosso blogue:"A amizade não precisa ser perfeita, mas sim verdadeira." Mini conto.

http://brincandocomaspalavrass.blogspot.pt/

Bjos
Muita paz e amor..

Anete disse...


Um grito suplicante! Há esperanças, sem dúvida...
Bjs

deep disse...

Um poema que "grita" dor e beleza.

Boa semana, Graça.

Beijo

teresa dias disse...

Olá Graça!
O grito do poeta não quebra vidros, mas arrepia...
Lindo!
Beijo.

RN disse...

O grito de uma alma ferida é capaz de parar as tormentas por pequenos instantes.
Um poema profundo que muito apreciei!
Um beijinho

manuela baptista disse...

assim gritado, esse grito é mágico

um abraço, Graça

AC disse...

A contramão
de mão em mão
também encontra o seu chão.

Tem uma sensibilidade única, Graça!

Um beijinho :)

Graça Alves disse...

Uma forma de dizer maravilhosa!
Sabe a dom inato!
Beijinho