9.6.25

Imagem

 



A imagem consente apenas 
que nos doa a mesma dor
daquelas mães que adivinham a morte
pelo cheiro da fome
em bocas que lhe sugam a secura do peito.

A respiração tão vulnerável tão frágil
a tocar o chão de um país com crianças
que têm uma enorme velhice no lugar dos olhos.

Graça Pires
De O improviso de viver, 2023. p. 60

41 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

Uma imagem de dor e um poema que sente a mesma! Boa semana 😘

bea disse...

Poetas como a Graça dizem tudo em pouca palavra "um país com crianças que têm uma enorme velhice no lugar dos olhos". Quanto envelhece, por dentro dos olhos, a falta de esperança!

chica disse...

Imagem e poesia que mostram a aflição dessa triste realidade!
beijos, linda semana! chica

Mário Margaride disse...

Há imagens que não precisam de legenda. Esta é uma delas.
A fome, a miséria, a guerra que proliferam um pouco por todo o mundo, em especial na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, são o exemplo dessa realidade.

Poema forte e realista, que nos alerta para essa triste verdade.
Esperemos que um dia haja paz nessas zonas de guerra.

Deixo os votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Ailime disse...

Bom dia Graça,
Um poema magnífico que expõe o que de tão trágico acontece no mundo, principalmente às crianças indefesas e que tanta dor nos causa. Muito triste o que se passa neste mundo envolto em guerras e quezílias dramáticas que só levam à dor, ao sofrimento e à morte.
Um beijinho minha amiga e Enorme Poeta.
Uma boa semana.
Emília

Eduardo Medeiros disse...

E só pensar que 30% do que o Brasil produz - um dos maiores produtores de alimentos do mundo - se perdem em deslocamentos, como entender tal imagem? E pior, como entender que no Brasil haja ainda quem passe fome?

Maria João Brito de Sousa disse...

Um belíssimo e magoado poema à dor materna, Graça. Aqui, entre os que nada de nada têm, não havia espaço se não para essa imensa e quase inimaginável dor.

Um beijo

Marta Vinhais disse...

Uma dor enraizada na alma....porquê?
Beijos e abraços
Marta

São disse...

A imagem e o teu sentido poema dizem tudo sobre o rebaixamento a que os Donos do Mundo estão levando a Humanidade.

Amiga, boa semana e forte abraço.

ManuelFL disse...

Este poema, e a imagem que o acompanha, tocam o mais fundo da nossa condição de seres humanos.
Um misto de dor e de revolta.
Apetece trazer para o nosso aconchego a mãe e a criança.
E a poeta.
Beijinhos.

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, querida Graça, terrível essa foto, mais triste...impossível.
Que triste e vergonhoso mundo!
Poema maravilhoso, como sempre, minha amiga.
Uma feliz semana!
Um beijo.

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Poema reflexivo, quantas crianças passando fome, triste realidade, só a misericórdia de Deus, um forte abraço.

Roselia Bezerra disse...

Querida amiga Graça, uma dura realidade que estamos presenciando ao vivo nos horrores das guerras pelo mundo.
Uma cena deplorável que dá uma tristeza enorme em nosso coração.
É preciso termos, pelos menos, amor no coração pelo próximo.
Muito bom seu grito poético.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz e bem

Luiz Gomes disse...

Boa tarde e uma excelente segunda-feira minha querida amiga Graça. Seu poema e foto servem de alerta, para o mundo que vivemos. Tenho certeza que Portugal, também sofre mudanças climáticas. Só um louco que não acredita.

carlos perrotti disse...

Versos que duelen, pero necesarios, porque los "seres humanos" no terminamos de tomar conciencia... Cómo es posible que situaciones (crímenes) así persistan.
Abrazo admirado, Poeta!!

brancas nuvens negras disse...

Quem tem filhos e netos quase sente a dor dos sacrificados. Um dia alguém inventará o Amor.
Boa semana.
Um abraço.

A Paixão da Isa disse...

pois é a vida nao é facil para ninguem seja o Pais que fore bravo pelo poema bjs feliz semana com muita saude

Aleatoriamente disse...

Graça, suas palavras cortam com delicadeza.
É como se a poesia dissesse o indizível essa dor ancestral, silenciosa, que tantas mães conhecem no corpo e na alma. A imagem da fome como prenúncio de morte e o peso da infância interrompida pela velhice no olhar… tudo tão dolorosamente verdadeiro.
Obrigada por dar forma e voz a uma realidade que muitos fingem não ver. Sua escrita é necessária. É ferida e também denúncia. É arte que nos obriga a sentir.

Obrigada 🙏🏻
Beijinhos
Fernanda!

Olinda Melo disse...

Palavras dolorosas que entram no nossos corações de forma
terrível. São situações que vemos constantemente, a fome que grassa e faz vítimas quando não são as armas que ceifam destes inocentes.
Beijinhos, querida Graça.
Olinda

J.P. Alexander disse...

Profundo poema debemos ayudar los uno a los otros. Te mando un beso.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Graça, infelizmente, a fome está em todo o mundo,
o que é uma tristeza. Um desleixo dos governos.
Votos de uma semana com saúde e paz.
Um beijo, amiga.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde Graça
Neste poema comovente, a autora transforma uma imagem brutal em palavra sentida, dando voz à dor calada das mães em territórios marcados pela guerra e pela fome. Com versos contidos e poderosos, revela a vulnerabilidade de uma infância roubada e a dignidade de quem carrega o peso do mundo no olhar. Uma escrita que nos convoca à empatia e à memória.
Comovente...
Boa semana com saúde e Poesia.
Deixo um beijo
:)

Juvenal Nunes disse...

Um poema dramático, a prenunciar a tragédia.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

teresadias disse...

Uma imagem tão forte que olhei e voltei olhar e senti correr no rosto toda a vergonha e tristeza do mundo. Se os que podem fazer algo para acabar com tanta dor não fazem, o que posso fazer eu? Talvez aconselhá-los a ler um poema todos os dias.
Querida amiga Graça, obrigada por esta publicação comovente, verdadeira, necessária.
Beijo.

Rogério G.V. Pereira disse...

... e ainda se diz
que Deus criou o Homem à sua imagem
este poema-legenda desmente

Beijo hereje

A.S. disse...

As tuas palavras traduzem fielmente algo de trágico e perturbador
que a imagem nos mostra. Apenas me ocorre uma pergunta:
Até quando?
Que tenhas uma feliz semana Amiga Graça, com muita saúde...e esperança!
Beijo.

Jornalista Douglas Melo disse...

Amiga Graça,
A fome e o desperdício são um contraste cruel. É um paradoxo doloroso em um Mundo abençoado com tamanha abundância, onde as riquezas naturais e a capacidade produtiva poderiam alimentar a todos, mesmo assim, a fome ainda assola milhões de pessoas.
A crueldade deste cenário se acentua quando testemunhamos o colossal desperdício de alimentos. Toneladas de comida, perfeitamente consumíveis, são descartadas diariamente, seja no campo, no transporte, no comércio ou em nossas próprias casas.
Este descarte irresponsável não apenas representa uma afronta à dignidade humana, mas, também um desperdício de recursos preciosos, como água, energia e solo, empregados em sua produção. Enquanto crianças definham de inanição e famílias inteiras enfrentam a insegurança alimentar, o lixo transborda com o que poderia lhes garantir a sobrevivência.
Reverter esta triste realidade exige mais do que indignação; requer ação. Precisamos de políticas públicas eficazes para otimizar a cadeia de produção e distribuição, incentivar a doação de excedentes e, fundamentalmente, promover uma mudança de mentalidade em cada um de nós. Reduzir o desperdício em nossas geladeiras e pratos é um pequeno gesto que, somado, pode fazer uma diferença gigantesca na luta contra a fome.
O alimento é vida, e tratá-lo com o devido respeito é um imperativo moral em um planeta que, ironicamente se alimenta das nossas lágrimas, mesmo tendo mais do que o suficiente para todos.
Beijos...

Duarte disse...

Uma imagem que não necessita de palavras, mas se vai acompanhada dum poema como o teu... DIZ MUITO.
Forte abraço de vida

Eros de Passagem disse...

Queria tanto dizer alguma coisa que mudasse essa dura realidade que a imagem e o poema revelam, mas não as tenho. Reconheço a minha impotência, embora saibamos que a luta com as palavras é vã. Não podemos calar. Esta é a arma que dispomos.
E ainda bem: o seu poema não cai no lugar comum. As imagens codificadas traduzem com rara poesia, a dolorosa dor que grassa pelo mundo.
Um beijo, minha querida amiga!

Klaudia Zuberska disse...

A beautiful poem but so sad. True. Life can be unfair, cruel, full of pain, hunger... we should appreciate what we have and help others who need help.

Luís Palma Gomes disse...

Quanta dor, quanta diferença entre os outros continentes e África. Mas o seu poema vai mais fundo no meu entender e não deve ser lido em função da imagem. Se fosse eu até não colocava foto para não condicionar a leitura. As mães que advinham a morte ou a indigência dos filhos, a secura do peito, como metáfora da impotência e a velhice no lugar dos olhos, como sinal de uma contemplação impotente acontecem todos os dias nos locais mais fartos da humanidade. Boa semana, Graça

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça,
Passando por aqui, para desejar um bom fim de semana, com tudo de bom.

Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Vanessa Vieira disse...

Um poema intenso, uma imagem que consome!
Uma reflexão necessária!


Abraço, minha querida!

baili disse...

Despite all the knowledge and wisdom nations have acquired today,this image slaps on the face of civilisations so hard that shakes the walls of a sensitive soul strongly 🥹
Powerful dear Grace 🙏♥️

lis disse...

Leio os comentários acima e me calo diante do que todos já falaram_ triste foto, triste vida,e triste mundo que se decompõe a cada dia .Seu poema diz o quanto é trágico e de difícil compreensão. Grande abraço Graça e oremos por dias mais leves para todos.

Ana Tapadas disse...

A Poesia que se impregna do sofrimento humano...
Maravilhoso!
Beijo, minha amiga.

Margarida Pires disse...

Minha querida Graça, quando vi a imagem doeu cá dentro! Minha alma chorou!
Um abraço esperançoso!
Megy Maia

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça.
Passando por aqui, para desejar uma feliz semana com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

alberto bertow marabello disse...

Sono immagini che non sono immagini, sono persone, sofferenze, sono tragedie e sono morti. Sono un urlo immenso che ci dice di fare qualcosa, noi fortunati che possiamo. Noi fortunati che dobbiamo.
Un abbraccione grande, amica Poetisa.
Um beijo

Cesar disse...

Realidade deplorável. Quase impossível alguém não sensibilizar-se.
Abraço, amiga.

Agostinho disse...

Tão triste quanto belo o poema

As cataratas dos poderosos
não enxergam a fartura de fome
epidémica que grassa no mundo

Um beijo, querida Poeta.