16.6.25

Na senda do cansaço

 

Michael Bilotta




Não vamos sucumbir.
De tão arriscado
este tempo
não tem remissão.
É soluçante a vida
onde nos estranhamos
na senda do cansaço.
Tudo se insinua
como farpas de mágoa
a ferir o mundo.
Não vamos sucumbir.

Graça Pires
De Talvez haja amoras maduras à entrada da noite, 2035, p. 44

39 comentários:

Jaime Portela disse...

Os tempos são de risco, mas há que resistir e não sucumbir.
Magnífico poema, gostei imenso.
Boa semana.
Um beijo.

chica disse...

Tempos preocupantes dão esse cansaço... E assim estamos! Linda poesia e tela! beijos, ótima semana, chuca

Rogério G.V. Pereira disse...

Teu poemeto
o entendo
como um apelo
a que adiro
e dele faço
meu grito

Beijo amigo

Mário Margaride disse...

Os tempos que vivemos são difíceis e desgastantes. Todavia, não nos deixemos arrastar pelo cansaço. Saibamos resistir a estas contrariedades com denodo e esperança.

Belo poema, amiga Graça.

Beijinhos carinhosos, com estima e amizade.

Feliz semana, com muita saúde e paz.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Marta Vinhais disse...

Arriscamos, mas temos que resistir e avançar....
Beijos e abraços
Marta

Eduardo Medeiros disse...

Olá, Graça.
Tanto a ilustração quanto teu poema expõem de forma tão forte e marcante estes tempos sufocantes que vivemos.

Bravo!

alberto bertow marabello disse...

Che bella poesia, amica mia. Non è tempo di essere sconfitti, non è tempo di morire, non è tempo di essere stanchi. Purtroppo è ancora tempo di lottare ed amare.
Un abbraccio forte.
Ti auguro una serena e felice settimana.
Um beijo

Regina Graça disse...

Apesar do cansaço, não vamos sucumbir! Obrigada, Graça Pires, os seus poemas renovam sempre as nossas forças... Beijinhos

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Boa tarde Graça
Um poema breve, mas de intensa ressonância emocional. A repetição do verso “Não vamos sucumbir” ecoa como um mantra de resistência face ao desgaste do tempo e às farpas invisíveis da existência. A metáfora da vida “soluçante” transmite com delicadeza a vulnerabilidade humana, sem perder de vista a força de quem persiste. Um registo contido, mas pungente.
Apesar de tudo, não vamos sucumbir.
Um poema que é um grito a este mundo actual.
Deixo um beijo
:)

carlos perrotti disse...

Ya la foto que ilustra predispone a una prosa poética que quita el aliento pero renueva la luz... Impactante lo que transmite e inspira, Poeta.
Abrazo sinceramente pleno de admiración!!

São disse...

Não vamos sucumbir, não, porque é muito necessário conservar o que nos custou a conquistar!

Amiga, beijinho e feliz semana :)

Roselia Bezerra disse...

Querida amiga Graça, gostei muitíssimo do seu positivismo num tempo tão angustiante como o atual.
Se começarmos a não confiar, vamos nos enlouquecer antes da hora.
Não vamos sucumbir, repito com você, com toda confiança em quem governa o Universo de fato... já que os aqui da Terra estão baratinados...
Tenha uma semana abençoada!
Beijinhos fraternos de paz e bem

Eros de Passagem disse...

Me perguntei, amiga Graça: a imagem se cola ao poema? É ilustração ao que diz a poeta? Me pareceu que há o geral, mas o particular me calou mais forte. As duas se imbricam. O eu é o nós, os que se encontram no limiar de uma vida em que o tempo “não tem remissão”. Quando “a vida é soluçante”, que rica imagem metáfora que traduz o estertor da idade provecta, “onde nos estranhamos”. E por vai a beleza desse poema, tão belamente escrito. E a circularidade do poema obtida com a reiteração do verso inicial... Que bela uma pérola você extraiu da ostra. Como se a todo instante diante das “farpas de mágoa a ferir o mundo”, repetíssemos, apesar de tudo, não vamos sucumbir.
Uma boa semana e outros belos poemas com o suor do seu rosto.
Um beijo, minha amiga!

Maria João Brito de Sousa disse...

Junto-me a si neste quase sussurrado mas firme "Não vamos sucumbir", Graça, mas "as farpas de mágoa" , essas não param de ferir o mundo nem de ceifar vidas aos milhares...

Um beijo

bea disse...

Não sei mesmo se não vamos sucumbir. Acontecendo, não será por cansaço, mas porque o mundo nos enleia numa trama de que se não sai ileso. Contudo, creio que sim, que, haja o que houver, sucumbimos cansados. Viver custa.
Uma semana mais amena é o que lhe desejo, Graça - apesar do calor:).

Daniela Silva disse...

Que texto forte e sensível. Consegues descrever de forma muito autêntica um sentimento que tantas vezes nos invade. A tua escrita toca e faz pensar. Obrigada por partilhares algo tão verdadeiro.

Com carinho,
Daniela Silva
💜 https://alma-leveblog.blogspot.com
Convido-te a visitar o meu blog, onde partilho palavras com alma.
✿¸.•°”˜˜”°•.✿

J.P. Alexander disse...

Profundo y melancólico. Te mando un beso.

brancas nuvens negras disse...

Já estamos na resistência.
Boa semana.
Um abraço.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Graça, parabéns pelo seu poema "Na senda do cansaço",
poema que gostei muito de ler, e que valeu uma segunda leitura.
Votos de uma boa semana, minha amiga.
Um beijo.

Juvenal Nunes disse...

É essencial a determinação de não querer sucumbir. Mesmo cansados por tão incontáveis obstáculos é urgente reagir.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes

Aleatoriamente disse...

Teu poema Graça é um grito contido, mas firme, de resistência diante de um tempo difícil, exausto e desumanizante. Ele começa com uma frase que se repete no fim “Não vamos sucumbir” como um mantra, uma decisão interior contra o colapso, como se dissesse: apesar de tudo, seguimos. Ao dizer que “este tempo não tem remissão”, você revela uma percepção de que vivemos uma era dura, sem trégua, onde os erros parecem se repetir e as chances de cura são escassas. É um tempo “arriscado”, perigoso não só por fora (nas crises, nos conflitos, nas dores do mundo), mas também por dentro um tempo que adoece subjetividades.
A imagem de uma vida “soluçante”, em que “nos estranhamos na senda do cansaço”, é especialmente poderosa. Há aqui a ideia de um desgaste tão profundo que passamos a não nos reconhecer mais, nem a nós mesmos, nem uns aos outros. O cansaço não é só físico é existencial, afetivo, talvez até ético.
E então vem a constatação: “tudo se insinua como farpas de mágoa a ferir o mundo”. Nada é neutro. Até.
Mas ainda assim, como ela diz não vamos sucumbir. Porque algo em mim (e talvez em todas nós) insiste. Mesmo com o corpo exausto e o coração em pedaços, eu insisto. Há uma coragem que sobrevive no meio da dor. E é nela que, dia após dia, nos apoiamos .

Belo!
Abraço Graça !

Isa Sá disse...

Mais um bonito poema que vim cá conhecer.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

ManuelFL disse...

Este poema é como que um espelho da foto e do tempo que estamos a viver.
Na senda do cansaço só apetece gritar:" Não vamos sucumbir".
Beijinhos

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Um poema muito belo, que nos fala deste mundo ferido pelo cansaço de tanto sofrimento a que vamos assistindo e vivendo.
Não podemos sucumbir!
Temos que ser fortes para enfrentar o presente e o que ainda nos espera.
Beijinhos minha Amiga e Enorme Poeta.
Boa semana.
Emília

lis disse...

Oi Graça querida
Estamos todos a falar do momento que vivemos e as vezes não nos
damos conta que nada mudou tanto ,se pensarmos num passado não tão
distante, quando nosso povo quase sucumbia-se... e assim caminhamos certos que
sucumbir jamais_ vamos em frente com Fé a arma poderosa que temos .
Beijinhos e obrigada por ser essa lindeza com a escrita que encanta a todos nós.
Beijinhos

Fá menor disse...

Não podemos mesmo sucumbir ao tempo sem remissão!

Beijinhos e tudo de bom!

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, querida Graça, muito forte poema, na verdade estamos
todos exaustos!
Sim, a paz está cada vez mais longe, o perigo mais perto...
E a intolerância continua crescendo e a paz no mundo pouco importa...
A imagem é angustiante!
Um beijo, querida amiga, uma boa semana...

Olinda Melo disse...

Querida Graça
A imagem remete-me de pronto para "L' écume des jours", de Boris Vian.
E o seu poema traz-nos a consciência de que os dias não estão de
feição, estamos cada vez mais ignorantes e como tal fazemos de conta
que os problemas são os outros. Nesse grande engano, os senhores do
mundo tomam decisões que, mais cedo ou mais tarde, acabarão por trazer
tragédia para todos. E mesmo nós no nosso quotidiano...
Tenha uma boa semana, amiga.
Beijinhos
Olinda

teresadias disse...

“Não vamos sucumbir.”
Enorme e impactante mensagem poética, querida Graça.
Vivemos um tempo de escuridão, preocupação, desalento e tristeza. Um tempo onde déspotas e fantoches destroem e matam em guerras sem sentido.
Escolheste uma imagem tão sufocante quanto a dor de assistir aterrorizado ao que se passa neste mundo magoado e nada poder fazer.
Beijo. Fica bem minha amiga.

Os olhares da Gracinha! disse...

Que imagem cheia de sentimento 💜... e bela e pertinente prosa poética! 😘

Laura. M disse...

Dura imagen hoy, pero no nos rendiremos. Seguiremos avanzando.
Buena semana.
Un abrazo.

manuela barroso disse...

É tão forte este teu primeiro verso e tão assertivo que pareceu romper os tímpanos com o grito que nele imprimes .
É um “ murro na mesa” tão estrondoso que nos acordas com essa força que imprimes
E que dizer “ das farpas de mágoa “ na vida “ soluçante”?
Não minha querida amiga , vamos ser fortes mesmo que dentro do peito o coração se declare incapaz de ver imagens em setas angustiantes .
Mas cá dentro , morremos do sentimento maior : AMOR E COMPAIXÃO!
O nosso abraço , Poeta !😘

teresa p. disse...

"Não vamos sucumbir" não obstante a crueldade que grassa no tempo negro que vivemos! "É soluçante a vida / onde nos estranhamos / na senda do cansaço." Não, não vamos sucumbir! Poema sublime e foto de acordo com o texto. Beijo.

lanochedemedianoche disse...

Resistiremos confiados en el amor de Dios, la vida es hermosa solo él nos puede salvar. Profundo y doloroso prosa amiga poeta.
Abrazos

Klaudia Zuberska disse...

Great poem. Sometimes it's really hard, but you can't give in. Definitely not without a fight.

Isa Sá disse...

A passar por cá, hoje, para desejar um ótimo dia.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Alécio Souza disse...

Querida Graça,
O mundo anda bastante machucado por tantas guerras e ódio, mas não podemos sucumbir as tragédias, temos que seguir lutando por dias melhores!
Um beijo!

Agostinho disse...

A decisão de sobrevida brotou
antes do tiro da partida

Viver-se-á em apneia
no turbilhão sónico
que confunde os passos?

A Poeta faz-nos acreditar nisso
Se o Poema dilatar o tempo
seremos talvez imortais.

Um beijo, querida Poeta.

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça,
Passando por aqui, para desejar um feliz fim de semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com