O nome de Ariadne
O nome de Ariadne,
guardo-o na alma como se fosse meu.
Póstumo. Reticente.
Bordado na seda do meu sangue.
A desinquietar-me o destino,
como se fora o dote que me coube.
Caminho sobre os cílios de Teseu,
adormecido e exausto como um herói vencido.
Creta é tão próxima da ilha onde me perdi
a exorcizar contradições e remorsos.
Minos, o senhor do meu palácio de cristal,
tornou-me cativa de mim própria.
Graça Pires
De Labirintos, 1997
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