Em momentos propícios ao silêncio das águas
Torna-se nítida a
textura das conchas
esboçadas em
areias onde a lua se despenha
quando o
momento é propício ao silêncio das águas.
Um denso azul
cresce em espuma
sobre os
lábios inacessíveis à passagem
dos mastros
assombrados.
Procuro o teu
corpo.
Um percurso de
répteis contaminou-me o ventre.
Para resistir
à morte rastejo pela noite
em busca das
sombras que se transfiguram em aves.
Procuro o teu
abraço.
Graça Pires
De A incidência da luz, 2011