22.4.24

Era madrugada em Lisboa


Sem prazo, sem aviso, sem detença,
aconteceu em abril
o mais esperado tempo
e, com ele, o cheiro
da terra que nos pertence.
No contorno deste chão
um grito abraçou o povo comovido
com o assombro e com os cravos.
Reinventaram-se os sonhos
e as palavras fraternas.
Era madrugada em lisboa.
E o dia captou a dádiva da luz matinal
para que cintilasse no olhar de toda a gente.
No clamor de cada rua,
a palavra liberdade
passou de boca em boca,
até ao enrouquecimento da alegria.


Graça Pires
De Era madrugada em Lisboa: louvor a um dia com tantos dias dentro, 2024

47 comentários:

Fá menor disse...

Muito belo!

Que novas madrugadas nos sejam sempre de liberdade!

Beijinhos e tudo pelo melhor!

Roselia Bezerra disse...

Bom dia de Paz, querida amiga Graça!
O alvorecer traz uma carga de luminosidade estupenda...
Viva a claridade da Liberdade!
Enrouqueçamos no grito poético!
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho fraterno

Jaime Portela disse...

Um dia inesquecível.
Bem retratado neste magnífico poema.
Boa semana.
Beijo.

chica disse...

Louvor e homenagem a esse dia tão importante que recuperou sonhos!!!
Linda poesia! beijos, ótima semana, chica

Mário Margaride disse...

Assim foi amiga Graça.
Curiosamente, estava em Angola na guerra colonial quando se deu o 25 de Abril de 1974.
Foi um grito de alegria e de liberdade que todos os militares sentiram mesmo a milhares quilómetros de distância.
Excelente poema, que muito gostei!

Votos de uma ótima semana, e viva a Liberdade!
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Kasioles disse...

Comparto esa alegría, la libertad es el don más grande que todo ser humano pueda tener.
Muy bello el poema, una hermandad de sentimientos.
Cariños.
kasioles

brancas nuvens negras disse...

Ainda sentimos a emoção e trazemos as promessas na boca e nas mãos.
Boa semana.
Um abraço.

Maria João Brito de Sousa disse...

A partir da manhã, se bem me lembro, os comboios da linha de Cascais encerraram as bilheteiras, os revisores deixaram de revisar, e era vê-los partir para o Cais do Sodré carregados de gente que ria e que cantava...

Obrigada por tão bem louvar este "dia com tantos dias dentro", Graça.

Um beijo

Marta Vinhais disse...

Um dia colorido, cheio de aromas.....
Uma nova palavra a ser celebrada....
Beijos e abraços
Marta

Luís Palma Gomes disse...

Foi realmente um momento de grande agitação, catarse, paixão e envolvimento. O poema capta bem essa centelha: "dia captou a dádiva da luz matinal". O verso, porém, que mais me tocou pela forma e conteúdo foi o último:"até ao enrouquecimento da alegria." (a personificação de um sentimento). Irei comprar o livro.

Beijinhos e boa semana, Graça.

São disse...

Lindo !

Adorei conhecer-te pessoalmente e também ao teu marido !


Abraço carinhoso para vós e continuem felizes :) :)

Majo Dutra disse...

Uma forma belíssima e eloquente de passar o testemunho...
Vivia-se uma página valente e brilhante da nossa história...
Uma semana de Abril muito agradável. Beijinhos
~~~~~~

teresadias disse...

“Era madrugada em lisboa.
E o dia captou a dádiva da luz matinal
para que cintilasse no olhar de toda a gente."

Querida amiga Graça, mais um vivo relato poético da festa da liberdade, mais um final cintilante. Senti a comoção do povo.
Beijo. Uma boa semana. Um cravo vermelho.

carlos perrotti disse...

Si sabremos aquí también de eso. Dejar atrás la encerrona de la negra noche... Viva la libertad!! Conmovedor poema, amiga Graça.

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
Wonderful words.
It's special for all human to live in freedom.
Nice picture at this post.

Sweet greetings,
Marco

R's Rue disse...

Lovely.

Rogério G.V. Pereira disse...

Ah!, querida amiga Graça
Não há coincidência
Mas cumplicidades
Quando usamos as mesmas palavras
Perfume é sinónimo de cheiro, seja da terra
ou do odor que pairava no ar
Da minha voz rouca
ao teu enrouquecimento da alegria

Bela esta página 11, do teu livro
que trago sempre comigo

Beijo

maré disse...

Deste chão onde as aves caem cegas
surgiu, inesperadamente
um rumor de asas batidas de claridade.
- quem vem lá?- perguntaram alguns,
ainda no assombro da clandestinidade.
- é aquela que vence o verdugo e o ditador- disse o rumor.
O espanto iluminou o olhar cansado de tantos dias.
O Tejo clareou as suas águas na esperança inusitada de um futuro
e, sem grades, ouviu-se um coro
a uma só voz, expandido pelas ruas abertas da cidade
na febre única da alegria gritavam todos: liberdade, liberdade!

Um beijo, querida Graça

Olinda Melo disse...


Querida Graça

Do seu poema chega-nos um quadro pintado de belas
cores e de muitas emoções. Nessa madrugada tudo mudou
até o cheiro da terra, a luz tornou-se mais brilhante´
e em cada abraço reconhecia-se um amigo.
Tudo de bom, minha amiga.
Beijinhos
Olinda

Alécio Souza disse...

Querida Graça,
A liberdade nunca foi algo simples de se conquistar e até hoje muitas nações vivem com inúmeras restrições e governados por ditaduras ferrenhas e violentas. Que o clamor das ruas possa trazer a liberdade que tantas pessoas não possuem pelo mundo.
Beijos e boa semana!

J.P. Alexander disse...

Hermosa pomea. Lindo homenaje a una fecha tan importante para tu país. Te mando un beso.

baili disse...

Happy freedom to your people dear Grace and thanks for sharing your joyous moments with us all
many more joys to you and loved ones

ManuelFL disse...

Estes poemas da Graça de celebração do 25 de Abril enchem-nos de alegria e de emoção.

Bem hajas poeta pela partilha.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Bom dia GRaça
Cada poema que aqui nos traz, a lembrar Abril é um poema para a história.
Bonito e com uma imagem muito em sintonia.
E que Abril perdure!
Boa semana com saúde e paz.
Um beijo
:)

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Lindo poema, parabéns, um forte abraço.

Betonicou disse...

Bom dia. Graça! Gostei imenso. Seu poema é uma celebração da esperança, da luta e da transformação. Sua linguagem poética nos envolve e nos faz sentir parte desse momento único. Parabéns por expressar tão vividamente essa experiência. Beijos.

Fackel disse...

Hermosa y esperanzada poesía. La dictadura, nunca más.

https://laantorchadekraus.blogspot.com/2024/04/el-nino-que-no-perdio-ni-el-lapiz-ni-la.html

Obrigado y saúde.

alberto bertow marabello disse...

Bellissima! La terra ci appartiene, come i sogni e come le albe a venire.
Un abbraccio grande, amica Poetisa, e ti auguro sempre tanta libertà

Toninho disse...

Belo canto da liberdade Graça.
O esperança enfim venceu o medo.
As lembranças amargas são cobertas pelos cravos.
Que nunca mais se permita a posse de tiranos desalmados.
Que Portugal possa viver a democracia em toda sua tradução.
Maravilhoso poetizar deste momento da historia que findou
uma página suja e triste.
Viva a Revolução.
Bjs e paz amiga querida de além mar.

manuela barroso disse...

..."até ao enrourecimento da alegria"
Que belíssima metáfora, minha querida amiga!
Tudo foi belo, a história , nunca é demais ser repetida , mas tantas vezes o que nos maravilha e faz a diferença é "o enrouquecimento da alegria!
Parabéns,sempre, POETA!
Terno abraço

teresa p. disse...

O novo livro de Graça Pires "Era madrugada em Lisboa", é uma celebração ao dia 25 de Abril. Cada verso comove emociona o coração de quem viveu este dia mágico e único. Viva a Liberdade!
25 de Abril sempre! Obrigada Graça por escreveres um livro tão belo.
Beijo.

Ana Tapadas disse...

Que belo poema! Há nele a vivência e a poética que tão bem trabalha!
Um beijo

Luiz Gomes disse...

Boa noite de quarta-feira minha querida amiga Graça. Poema maravilhoso e especial. Grande abraço carioca.

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Que poema tão belo evocando aquela Madrugada, que jamais esqueceremos!
Estive no Carmo nesse Dia maravilhoso e não posso esquecer. É sempre uma emoção quando recordo os acontecimentos.
Que Abril esteja sempre presente no coração dos portugueses e não deixemos cair este marco tão relevante da nossa História.
Viva o 25 de Abril e a Liberdade!
Beijinhos minha Amiga e Enorme Poeta!
Tenha um excelente feriado.
Emília

Laura. M disse...

Feliz aniversario Graça. Preciosas palabras para esos 50 años de la revolución de los claveles que trajo la Libertad.
Buen jueves.
Un abrazo.

Regina Graça disse...

Era madrugada em Lisboa e todos os noticiários, mesmo dos países distantes, deram a conhecer Abril em Portugal!

Beijinho querida Graça Pires

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Olá, querida Graça, fiquei feliz ao vê-la em meu blog após tanto tempo de minha ausência.
Seu poema nos mostra a lembrança de um tempo que ficou para trás. São 50 anos para lembrar e refletir.
A liberdade nos faz fortes e seguros. Parabéns pelo poema.
Grande abraço!

bea disse...

Houve um Abril em Portugal completamente diferente. Foi chegada a hora da emancipação do povo.
Viva o 25 de Abril! E como disse Jorge Sampaio, "25 de Abril, sempre".
Um abraço à poeta que não esqueceu O Dia da Liberdade.

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça,
Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Graça,
É sempre maravilhoso ler aqui!
Que sempre nos brinde
para nossa alegria e inspiração.
Bjins
CatiahoAlc.

Isa Sá disse...

Parabéns pela sua escrita. Bom fim-de-semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

A.S. disse...

Muito belo o teu poema amiga Graça!
Passados 50 anos, Abril ainda me comove e faz estremecer...
Que o aroma dos cravos se não desvaneça.

Um beijo. ABRIL...SEMPRE!

Maria Rodrigues disse...

Uma madrugada que iluminou o coração do povo e trouxe a tão desejada Liberdade.
Que nunca se esqueçam os tempos sombrios vividos antes de Abril de 1974 e que todos saibam dar valor, ao que nos trouxe a revolução dos cravos.
Um poema sentido e sublime!
Beijinhos

orvalhos poesia disse...

Bela homenagem à Revolução dos cravos, dia inesquecível na memória de quem inesperadamente ganhou a Liberdade, bom será que não se perca.
Poema sensível e muito belo.

Beijinho amiga
Boa semana

A Paixão da Isa disse...

muito bem escrito amiga como sempre me lembro bem desse dia era pequena amiga obrigada pelo seu carinho no meu cantinho desejo tudo de bom com muita saude bjs

Agostinho disse...

Assim mesmo aconteceu, Poeta!
Assim mesmo acontece sempre:
o grito vermelho do coração
a ecoar a canção-pão
de que o povo carece

Tão bonito este lugar de tantos dias.
Beijo, Graça Pires.

Duarte disse...

E eu tão longe!
Inicialmente fez-me feliz e ao mesmo tempo preocupado. A falta de informação fez que estivesse inquieto. Felizmente tudo saiu bem.
Abraço