26.1.07

Detenho-me à porta de um parágrafo

Paul Strand


Detenho-me, à porta de um parágrafo,
como aprendiz de enredos.
Sou a personagem que teme a sua morte
ancorada na última página.
As letras, afiadas como lanças impiedosas,
são a única referência nómada
de uma cadeia de vocábulos no labirinto do texto,
onde soletro a intimidade de tudo o que amei.

Graça Pires
De Labirintos, 1997

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