10.11.10

Pode ser um grito

Gleb Garanich


Às vezes nascem do silêncio os dedos do medo,
com anéis de falso ouro oxidado pelo brilho
do olhar de quem pressente um luto inesperado
ou um pássaro à beira do sangue.
E sabemos que a morte pode ser um nó
ou um grito ou uma trepadeira enroscada
no corpo ou na lápide onde escreverão
o nome que tivemos.

Graça Pires
De O silêncio : lugar habitado, 2009

42 comentários:

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um tema muito forte, mas que a autora escreve com uma certa leveza.

gosto do que li e saio em silêncio.

um beijo G.P.

a d´almeida nunes disse...

Vou com este grito a ressoar-me nos ouvidos da ansiedade do momento.

Que bom que fosse um momento silencioso, o presente!...

Beijo
António

hfm disse...

Quando a poesia se faz revolta, dor e nostalgia. Um grande poema.

Licínia Quitério disse...

Prenúncios de dor ou de partida que afloram o silêncio e nos sufocam.

Profundo, comovente.

Obrigada, Graça.

Braulio Pereira disse...

olá Graça

foram muito boas.. as minhas férias obrigado pela tua visita

gosto dos teus poemas

sâo profundos


beijos!!

São disse...

A morte até pode ser mais dolorosa do que isso, amiga.

Roubei-te a foto.

Um beijo.

PRECIOSA disse...

Me encantei com seu blog...
Não consigo entrar para segui-la
Mas saiba que estarei semore a visitar
Fique com DEUS
Tenhas um dia regado de muito amor

Preciosa Maria

Desnuda disse...

Perfeito, Graça.

Um tema difícil, profundo...Mas feito magistralmente, com arte e sensibilidade.

Carinhoso beijo, amiga

Daniel Hiver disse...

Graça... Há tempos que me arrasto pelos territórios do silêncio. Então eu me familiarizei com todos os medos e seus anéi enfurrujados; talvez manchados...
E sempre quando tenho vontade de gritar eu sinto como como se uma trepadeira gigante quisesse me paralizar...
Belo, intenso e forte poema!

Marta Vinhais disse...

Ou lágrimas que ficam cravadas na alma....porque simplesmente não as conseguimos soltar....
Nunca se chora tudo, de uma vez só...
Lindo.....
Obrigada pela visita...
Beijos e abraços
Marta

Manuel Veiga disse...

sufocante o oiro oxidado. como trepadeiras enroscadas. no sangue...

beijo

Unknown disse...

Subscrevo o comentário da Piedade.
E vou com um beijo
que deixo.
E regresso para deixar um abraço.

~*Rebeca*~ disse...

A morte me dá calafrios.

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

Adriana Riess Karnal disse...

Graça,
um dos mais lindos que li em ti...."uma trepadeira na lápide"...ahei a imagem profunda.

Luis Eme disse...

sim, sabemos...

beijinho Graça

Déia disse...

Que lindo... falar de morte mexe comigo!

bj

AFRICA EM POESIA disse...

Graça

obrigada amiga.
A poesia é dificil para ops Editores eu sei e vou tentar que o livro seja um bom livro para fazer companhia a quem goste de poesia.
para ti...um beijo


Gostei muito desta reflexão...os dedos percorrerm as letras e sai....magia.
Adorei... beijos

Pena disse...

Estimada e Preciosa Poetiza Amiga:
Encanta e deliciam, os seus fabulosos versos de sonho.
"...Às vezes nascem do silêncio os dedos do medo,
com anéis de falso ouro oxidado pelo brilho
do olhar de quem pressente um luto inesperado
ou um pássaro à beira do sangue..."

Um instante de poesia lindíssima.
Só concebe maravilha e encanto. Ternura.
Parabéns.
Abraço amigo a si e ao seu talento poético.
Sempre a admirá-la

pena

Excelente!
Bem-Haja, poetiza de ouro puro.
Adorei.

Mar Arável disse...

A morte

é uma invenção dos vivos

manuela baptista disse...

pássaro pousado

em lápide
corpo
grito

pode ser,mas é bonito!

um beijo, Graça

manuela

Carlos Teixeira Luis disse...

pode ser...

poema belo com dor.



Beijos.


(Obrigado pelas palavras motivadoras no outro blogue.)

José Leite disse...

Simples e profundo, como é timbre desta casa!
Em linha com o passado... harmonia, simplicidade e objectividade q.b.

PreDatado disse...

Gosto disto, gosto mesmo.

Úrsula Avner disse...

Oi Graça,

belo texto poético de profunda sensibilidade, dentro de uma ótica existencialista que leva á reflexão e deleite. Bj.

dade amorim disse...

Gostaria de ter escrito esse poema, Graça. É muito belo e tocante.

Beijo.

Virgínia do Carmo disse...

Doída dedução de um grito sempre latente num poema comovente e lindo...

Bjos

Parapeito disse...

..Um grito que ecoa...
Brisas mansas para si****

teresa p. disse...

Pode ter qualquer dessas definições, tão natural e simples é morrer...
Afinal, a morte faz parte da vida.
Lindo o poema!
Beijo.

Mofina disse...

Um poema de sufocar todos os sentidos...

Obrigada

José Ángel García Caballero disse...

imagens tão belas estremecem... é essa a procura do poema... Parabens!

Um beijo

Unknown disse...

Viva! Acabei por "tropeçar" neste louvável blog sobre leitura e, sem querer fazer dele um espaço de promoção própria, gostava de aproveitar para deixar o convite a descobrir o meu recente trabalho "Os Bárbaros" (http://www.fnac.pt/Os-Barbaros-Humberto-Oliveira/a320310) ou até, quem sabe, outras das minhas obras cujo lançamento se encontra para breve. Agradecido,
Humberto Oliveira (Jimmy David).
www.wix.com/jimmydavid/wixjimmy

segredo disse...

será o fim ou o principio??? a duvida k ninguem esclarece!

Beijinho de lua*.*

Andrea de Godoy Neto disse...

senti o grito preso à garganta, no corpo asfixiado pelo abraço da planta...

profundo, seco, lindo!

beijo pra ti

Nilson Barcelli disse...

"...a morte pode ser um nó ou um grito ou uma trepadeira enroscada no corpo..."
Mais um excelente poema.
Beijos, querida amiga.

Ana Matias disse...

Não há como fugir do silêncio, o grito é consequência do furor que causa a morte!

Belas palavras minha amiga!
Abraços!

Benó disse...

Leio, releio e saio em silencio sem medo e feliz por esta visita.

tb disse...

O nome que tivemos. Talvez o momento em que ganha Ser...
Belo grito!
Um beijo

© Maria Manuel disse...

poema de profunda intensidade, com imagens fortíssimas, que me tocou vivamente. sempre atenta e sensível ás realidades em teu redor.

um abraço, Graça.

Jaime A. disse...

A dor da morte, o silêncio a plenos pulmões. O pavor que sussurra. A audácia de uma escrita feroz...
Adorei!

avlisjota disse...

Olá Graça

Pode ser só um grito ou um falso pressentimento ou só um mau pronúncio...

Lindo! Mas triste e nostálgico.

Um bj

José

Alfredo Rangel disse...

E todos teremos uma lápide?
E todos ainda teremos um nome?
Talvez apenas um anel
de falso ouro oxidado
sem o olhar de ninguém...

Valquíria Calado disse...

Olá,
Vim deixar-te uma palavra pra meditar, se gostar pode visitar o http://hanukkalado.blogspot.com/
lá terá saciada tua sede de entendimento das palavras de Jesus.
Assim, inteligência espiritual seria a habilidade ou a capacidade de crer em uma mente criadora e universal e se interagir com ela. O conhecimento desta resulta no aumento da fé. Ou seja, quanto mais conhecemos os princípios divinos, mais experimentamos e interagimos com o Criador. Jesus nos ensinou e abriu esta “porta” do entendimento, nos despertando para grandes mudanças interiores que produzem sabedoria, paz, equilíbrio e um ambiente propício para o aperfeiçoamento e descoberta de novos valores e propósitos de vida.
Abraço de paz.