Recordando Nelson Mandela, sempre
Desato o sono e sento-me numa pedra, mais perto de mim.
E vi-o de novo.
Tão sereno como uma vereda para a nascente.
Digo, então, que há um homem à entrada dos meus sonhos.
Traz,
nas mãos, promessas de trigo
e, no olhar, a alegria, presa por um fio.
Espanta-me
a facilidade com que chora.
Deve ser por isso que existe um rio na minha
insónia
e não posso ignorar a limpidez dos seus olhos.
Graça Pires
De Outono: lugar frágil, 1994