28.9.20

Com as unhas fincadas no vaso de barro

Federica Erra

Com as unhas fincadas no vaso de barro 
onde crescem as sardinheiras brancas, 
ela rememorou alguns poemas 
escritos em folhas de plátano 
quando o outono, em seu percurso, 
as dispersava nos caminhos. 
Eram de amor as palavras que escrevia. 
Palavras de sedução, 
transparentes como a água. 
Resvalando sobre o nome 
que lhe conturbou o sangue. 

Graça Pires 
De A solidão é como o vento, 2020, p. 11

59 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Sempre e inesperadamente voltamos às nossas memórias.
Bom Dia, saúde.

baili disse...

this is EXCEPTIONAL dear Grace :)

how you say such delicate beautiful things with such ease and simplicity amazes me always

your poem was able to paint the magic of moment and emotion so well

beyond just beautiful my friend !!!!!!!!!!
blessings!

N A S S A H disse...

poem profound and nice photo

Emília Pinto disse...

E as sardinheiras são flores tão resistentes, que nem o outono consegue retirar-lhes as folhas; permanecem embora amareladas e, quando para elas olhamos pensamos em tanta coisa que vai resistindo ao tempo....nem sempre lembramos com a nitidez de outrora, mas o que importa é recordar, mesmo que as imagens surjam esbatidas e, pelo meio de tantas recordações, algumas já não apareçam; algumas não resistem à chegada do outono e outras desaparecerão com a chegada do Inverno e do seu frio gélido e ventos uivantes; tudo acaba por desaparecer, querida Amiga!Mas, enquanto pudermos, olhemos as sardinheiras, brancas, vermelhas ou rosa e recordemos com prazer os tempo vividos, de preferência sentados ao redor da mesa, a brindar à vida com um bom vinho e gargalhadas a acompanhá-lo. Que assim seja, contigo e com os teus, Graça, SAÚDE, alegria e pão e vinho sobre a mesa. Um beijinho e obrigada pelo belo momento poetico
Emilia

chica disse...

Tão lindo, tão intenso! SEMPRE maravilhas,Graça! Ótima semana! beijos, tudo de bom,chica

aapayés disse...

Un gusto pasar por tu espacio y disfrutar de tu hermosa poesía.
Gracias infinitas por tus palabras en mi espacio, se te agradece de corazón..

Abrazos
Con mis saludos fraternos de siempre

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Gostei.
Um abraço e boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

solfirmino disse...

Como é bom lembrar os poemas escritos com amor, ainda mais na estação que mais gostamos. São nossas melhores memórias, com as melhores palavras, gravadas nas folhas.
Ótima semana! Beijos

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
A nice little story about the autumn. Very nice.
A nice picture.

Greetings, Marco

PAULO TAMBURRO. disse...

GRAÇA PIRES, VC SABE QUE SOU UM SOU UM ANTIQUISSIMO SEGUIDOR SEU E A CADA NOVA POSTAGEM SUA AGRADEÇO TER FEITO ISSO A ALGUM TEMPO ATRÁS, AFINAL COMO AGORA PODERIA LER ESTE POEMA QUE REVIRA EM MIM EMOÇÕES,FAZ-ME ESQUECER DA COVID 19 ENTRE OUTRAS COISAS.VOCÊ É UMA POETIZA DEFINITIVA E PONTO!
APROVEITANDO,COMUNICO QUE NO MEU BLOG "HUMOR EM TEXTO" EXPRESSO DE FORMA EXPLOSIVA O QUANTO ESTOU DE SACO CHEIO COM ESTA PRAGA PANDEMICA DO COVID 19 A COMEÇAR PELO TITULO DA CRÔNICA QUE ESCREVI.
ESPERO QUE POSSA CONFERIR E SE POSSÍVEL FAZER UM COMENTÁRIO NUMA CORRENTE POSITIVA TIPO: XÔ PRAGA!
COMBINADO?
UM ABRAÇÃO CARIOCA

Jornalista Douglas Melo disse...

Amiga Graça,
Os “Pelargoniums” florescem em teus belos versos, escritos em folhas de plátano.
Um poema emocional e subtropical, que nos encanta.
Beijos e cuide-se!!!

silvioafonso disse...

Uau, que delícia! A minha poeta
acordou inspirada, como poucos
conseguem.
Adorei, amiga. Beijos, Graça.

" R y k @ r d o " disse...

Poema lindíssimo que amei ler. Pura fascinação poética.
.
Cumprimentos poéticos

A Paixão da Isa disse...

o outono faz escrever coisas lindas adorei bjs

Agostinho disse...

Há sempre um tempo e um vaso
que assistem à conturbação do sangue. Um nome que fica à deriva no ar
ou arrastado pelo chão
que as mãos não esquecem
Contudo o vaso eternamente branco.

Beijo amiga Graça Pires. Resguarde-se.

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Um poema muito belo em que o outono se revela amor inscrito nas belas folhas dos plátanos!
Gostei imenso deste poema, assim como da imagem que o ilustra.
Beijinhos, minha Amiga e Enorme Poeta.
Tenha uma boa semana com saúde.
Ailime

alberto bertow marabello disse...

Scrivere poesie sulle foglie che poi il vento d'autunno spagerà per il mondo, è una bellezza.
Ciao Amica Poetisa, grazie della tua poesia

Cidália Ferreira disse...

Mais um poema brilhante Amei!!
-
Na melancolia do tempo...
-
Beijos, e uma excelente semana!

Fá menor disse...

Muito belo!
Que sejam sempre de amor escritas todas as palavras que nos provenham do coração.

Boa semana!
Beijinhos.

Mar Arável disse...

Belo em todas as estações
Bj

bea disse...

as folhas de plátano, imagino, são uma sedução para os poetas. E até para os que o não são. Ainda guardo pedaços dispersos de folhas que apanhei há uns anos e ainda o seu recorte delicado me emociona.

carlos perrotti disse...

Palavras transparentes escritas na memória do que nunca deixa de ser, do eterno que não tem antes nem depois...

Grande abraço, Graça. Cuíde-se bem.

Maria Emilia B. Teixeira disse...

Lindo poema e imagem.
"...poema escritos em folhas de plátano
quando o outono, em seu percurso,
as dispersava nos caminhos..."
Amo o outono, o inverno e suas folhas de plátano que são lindas!
Boa semana.Bjs.

A.S. disse...

Por detrás da tarde adormecida, escrevem-se poemas de amor em folhas de plátano.
É isto o Outono. Suave descida do tempo amadurecido...

Uma feliz semana Graça e boa saúde.
Um beijo.

Margarida Pires disse...

Boa tarde querida Graça!
Suas palavras soam a musical.
São tão genuínas que aquecem qualquer alma perdida no outonal.
Um doce abracinho! 🌼🌻🌼
Megy Maia🌈

namastibet disse...

precisava de aqui vir para continuar escrevendo

JUAN FUENTES disse...

La cultura es tu meta.

Juvenal Nunes disse...

Palavras leva-as o vento, mas impressas, mesmo que em folhas de plátano, podem ter um destino certo.
Abraço.
Juvenal Nunes

Ana Tapadas disse...

Com um Outono em fundo, o poema é uma aguarela viva na solidão do eu lírico.

Beijo

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, amiga Graça, que imagem linda você nos passa nesse seu belo poema:

"escritos em folhas de plátano
quando o outono, em seu percurso,
as dispersava nos caminhos. "

Muito bom ler belos poemas nesse momento em que o mundo atravessa.
Uma boa semana, querida Graça
beijo.

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Obrigada pelas palavras no dia do meu aniversário, amei. Bjs querida, bela postagem.

Teresa Almeida disse...

Ela ficou as unhas e deixou-se atravessar pelas memórias que as folhas guardam. E é de amor transparente e profundo este poema.

Beijos, querida amiga Graça.

Isa Sá disse...

Bonito poema.

Isabel Sá  
Brilhos da Moda

Marta Vinhais disse...

Escreve-se poemas cheio de amor, paixão, nostalgia, solidão em qualquer estação...
Para que o Mundo saiba da nossa existência...
Lindo... obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Graça
Que belo poema!
E sim, há nomes que nunca se esquecem.
Beijinhos
:)

São disse...

A memória guarda tanta coisa, até nomes que , por vezes, mais valia esquecerem-se

Beijinho, Amiga.

Luiz Gomes disse...

Boa tarde minha querida Graça. As unhas no barro fazem vasos maravilhosos que embelezamem a nossa vida. As mãos do criador moldam a nossa vida todos os dias.

Lia Noronha disse...

!Eram de amor as palavras que escrevia.
Palavras de sedução"...lindo e sedutores demais seus versos querida Graça.
Um forte abraço meu.

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

A calma e a tempestade,
andando lado a lado...
Amar é isso...

Abraço, minha amiga...

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, minha amiga Graça, como sempre, gostei muito de aqui vir e encontrar um belo e inspirado poema!
Uma ótima semana!
Beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

Que delicadeza de poema! Rememorar "poemas escritos em folhas de plátano
quando o outono, em seu percurso, as dispersava nos caminhos." Reviver tantas vezes um amor que já dura tantos outonos, que grandeza. E que bela imagens para traduzir este encanto.
Um beijo, minha amiga Graça!

ManuelFL disse...

Eram de amor as palavras que escrevia.
Palavras de sedução,
transparentes como a água.

Adorei o poema, Graça.

Bjs,

ANNA disse...

Hola que tal va todo es pero que bien
Gracias por tu aportacion y visita al blog
como siempre es un placer que pases por aca

Besos

José Ramón disse...

Linda imagen y bello poema buen comienzo de Octubre Saludos

R's Rue disse...

😍

teresa dias disse...

Que maravilha, minha amiga Graça.
Palavras e imagem, em comunhão perfeita.
Bom Outono, querida amiga. Com muita inspiração e folhas de plátano para encheres de versos.
Beijo, protege-te do vento que aí vem.

Majo Dutra disse...

Paixão de outono é aconchegante...
Um 'post' muito belo e harmonioso.
Abraço grande, minha Amiga.
~~~~

Jaime Portela disse...

Inspiração e talento na construção deste excelente poema.
Parabéns.
Bom fim de semana, querida amiga Graça.
Beijo.

Ana Freire disse...

Como sempre, de uma beleza e profundidade admiráveis, as suas palavras, Graça!
Mais um inspirado poema, que ilustrou de uma forma sublime a chegada do Outono!...
Adorei ler!!! Deixo um beijinho e votos de um feliz fim de semana... alargado... com saúde e tranquilidade!
Ana

Anete disse...

O Outono é inspirador e o seu poema é reflexivo e bonito como a estação.
Bom sábado, Graça. Meu abraço...

manuela barroso disse...

Porque será que é o outono , tempo de lembranças como se fossem folhas a despedir- se?
O sol morno convida ao repasto do pensamento, escrito ou não em folhas secas no meio do livro, num convite a luz que a memória vai tecendo.
E, minha querida Graça, que alegria quando as recordações se acendem no tempo que passa!
Para ti, um beijo🌷

Vânia Moraes disse...

Me trouxe reflexão...e, lembranças

Obrigada

Teresa Durães disse...

Dos amores perdidos, dos amores não esquecidos. Um bj e fique segura.

LuísM Castanheira disse...

Um poema aglotinador de todas
as folhas dispersas. Um outono
que sangra na beleza das cores. E a
memória, e sempre recordação, dum nome.
Como transmitir a esse corpo - vaso
de terracota - a alma fincada, as unhas
cravadas e os tempos - todos os tempos - que foram com o vento? E o sangue a
cobrir a terra salgada.
Poderia encontrar outro poema a descrever uma estação, mas como este, não. Belo na construção, onde todas as
palavras estão naquele momento, das unhas cravadas...um rendilhado de pura filigrana.
Gostei tanto, minha amiga Graça!
Um beijo carinhoso à Poeta sempre
inspirada.
Boa saúde para ti e teus.

Toninho disse...

Gosto de ver como recolhe as coisas de Outono em linda construção.
como um jardineiro às folhas que cobrem o caminho num lindo tapete.
Maravilha de poema Graça que nos leva aplaudir sua elegância poética.
Boa semana amiga.
Beijo

Cléo Gomes disse...

Nossa, Flor!
O Luís descreveu seu poema com tanta sabedoria e lucidez que fiquei envergonhada
de comentar.

Beijinhos

Olinda Melo disse...


Palavras, recordações que prendem a alma,
quando se ama. Escritas no coração
com letra indelével.

Belo poema, querida Graça.

Beijo

Olinda

Sinval Santos da Silveira disse...

Mestra / Poetisa, Graça Pires !
fico a imaginar a sutileza desses
escritos, objetivando sedução, sem
mencionar nomes.
Em folhas de plátano ?
É muita emoção poética !
Parabéns, Amiga, e um fraternal abraço,
aqui do Brasil.
Sinval.

Carlos Augusto Pereyra Martínez disse...

Qué buen manejo de la metáfora para poner en camino la memoria del amor y otras cosas buenas de ser memoradas. Un abrazo. Carlos