15.1.24

Como se voasse entre luas

The Daily Diges


Como se voasse entre luas, 
entoo cânticos em clandestina devoção 
e recrio uma tocha luminosa 
para me baptizar outra vez, 
à tona da claridade, no lume das águas. 
Diante de flores tardias, 
o meu nome desarticula-se 
em cores inesperadas 
e sei que a infância 
fica cada vez mais distante. 

Graça Pires 
De Antígona passou por aqui, 2021, p. 71

46 comentários:

Jaime Portela disse...

Todos os seres vivos vão ficando com a infância cada vez mais distante, é uma das leis da vida que não sabemos como alterar...
Excelente poema, gostei imenso.
Boa semana, querida amiga Graça.
Beijos.

chica disse...

Lindo poema,Graça e realmente a nossa infância a cada dia fica mais presente apenas em nossas memórias...

Linda semana! beijos, chica

brancas nuvens negras disse...

A infância é um lugar onde jamais voltaremos mas que revisitamos com frequência.
Um abraço.

Marta Vinhais disse...

À procura de um outro destino...de outras cores...
Belo...
Beijos e abraços
Marta

Jornalista Douglas Melo disse...

Amiga Graça,
Gostei da reformulação que deste ao teu “blog”, trazendo à mensagem de ano novo vida nova.
O que não muda (e não precisa mudar), é a qualidade dos teus excelentes versos.
Um beijo e boa semana!!!

ManuelFL disse...

Só na infância voamos entre luas.

Adorei o poema e a imagem.

Bjs

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida amiga Graça!
Muito profundo seu desejo de novo batismo no Espírito de fato.
Agora, é assumir outra idade e fase.
Gostei muito do seu voo pretensioso.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos com carinho

Regina Graça disse...

Ou talvez voemos entre duas infâncias..

Beijinho

Carlos Augusto Pereyra Martínez disse...

Nos maduramos para la vida y de la sutil niñez, enexorable apartamiento. Un abrazo. Carlos

Luiz Gomes disse...

Boa tarde e uma excelente segunda-feira minha querida amiga Graça. Texto maravilhoso, grande abraço carioca.

teresadias disse...

Querida amiga Graça, que poema mais lindo, bem expressivo da tua enorme sensibilidade poética.
Sobre a infância, cito a fadista Cristina Branco: “A infância fica na nossa mente dos 8 aos 80, só temos que a alimentar.”
Beijo, boa semana.

Mário Margaride disse...

A nossa infância é uma relíquia dentro de nós. Que por vezes emerge, na nossa imaginação.
Lindo poema, amiga Graça. Gostei muito.
Votos de uma feliz semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

bea disse...

É certo Poeta, a infância está cada vez mais distante. Porque deixámos de acreditar. A crença permite a proximidade, o andar de mão dada com a infância mesmo que no tempo ela se afaste. Permite até mais, que tenhamos alma de criança; não sei bem se da criança que fomos, é uma alma que cresce connosco sendo infantil na mesma, mas não já na mesma forma.
Boa semana, Graça

lis disse...

Verdade Graça é bem nostálgico essas lembranças da infância
e sabê-las tão longe fica uma dorzinha que amenizamos vivenciando com os netos .
Bonita , como sempre inspirado poema.
Um abraço forte, amiga e que a semana seja serena;

Fá menor disse...

Lindo poema. Como sempre.
Como a lua a influenciar as marés, a infância a iluminar-nos pela vida, mas cada vez mais afastada, pois.

Beijinhos e boa semana!

Fatyma Silva disse...

Lindo poema, Graça!
Esse é para refletir um pouco sobre a lei da vida, cada dia que passa a nossa infância fica mais distante.
Ótima semana.
Beijinhos com carinho.

São disse...

Não, em quem tem em si a poesia como tu... a infância não fica assim tão distante!


Amiga, terno abraço e feliz semana.

Rogério G.V. Pereira disse...

Diz-me Minha Alma
que num amanhã que não tardará
haverá um raio de sol
a iluminar o teu poema...

Aí regressará a memória
da tua infância

Beijo

J.P. Alexander disse...

Bello y melancólico poema, Te mando un beso.

Isa Sá disse...

Mais um bonito poema que vim cá conhecer!
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Ailime disse...

Bom dia Graça,
Um poema muito belo esculpido com o seu brilhante talento poético!
A infância que tantas vezes revisitamos e cada vez mais distante... Restam as lembranças que em nós ficaram gravadas.
Um beijinho minha amiga e Enorme Poeta.
Continuação de boa semana.
Emília

Klaudia Zuberska disse...

A beautiful poem, it really touches my heart! Childhood ends someday, but we are often there in our thoughts. Regards!

J. S. Vila disse...

A beautiful poesy that gives the remembering of the childhood, thought the Life, and that the time is passing. They made me remember that the positivity is the best for to live in Life.

Lucinalva disse...

Bom dia, Graça
Lindo poema, como é gratificante entoar cânticos e relembrar a infância, momentos inesquecíveis que vivemos, um forte abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Graça

um poema delicado e bastante profundo.
a infância, concordo está cada vez mais longe, mas, enquanto escrever poesia, será um modo de voltar (sempre) ao tempo que quiser.
gostei muito deste delicioso poema assim como a foto que o acompanha.
deixo um beijo e desejo de uma semana boa e com saúde.
:)

Maria Rodrigues disse...

A vida vai passando bem veloz e a infância, vai ficando cada vez mais distante no tempo, mas continuando presente nas nossas memórias.
Profundo e belo poema.
Beijinhos

carlos perrotti disse...

El paso del tiempo y tu evolución póética, amiga Graça, y la nostalgia colándose entre los versos y las imágenes que despliegan...

Abrazo admirado una vez más, Poeta!!

pensandoemfamilia disse...

Veloz mas sempre presente em nosso interior, trazendo belas criações como esta. Bjsss

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

É muito bom ler poesia que deixa a mente
da gente assim... voando. Bju

Olinda Melo disse...


Razão tinha Antígona em suspirar pela infância,
provavelmente tempo de doces enlevos, perante as
tragédias que se avizinhavam.
Mulher que na sua fragilidade soube desafiar o
poder instituído, considerando o poder dos deuses
acima de um qualquer mortal.

Sempre cheio de surpresas, esse seu livro, querida
amiga Graça.

Tenha uma boa semana.
Beijinhos
Olinda

Flor disse...

Lindo poema como sempre querida Graça. Beijinhos.

Anónimo disse...

A infância é um sonho inacabado …
porque não abraçarmos a criança que nos vemos em nós e imaginar apertá- la entre os braços para pacificar e cumprir o sonho que ainda vive? É o crescimento que vai murchando as flores mas a tua poesia é uma pirâmide: em qualquer das faces há infâncias por descobrir
Parabéns , minha Amiga Graça
Um abraço !

A.S. disse...

É um prazer imenso ler os teus poemas minha Amiga Graça! Parabéns!
Por detrás de uma tarde adormecida, o tempo foi envelhecendo
e um violino emudece como se fosse Outono...

Uma boa semana, com muita saúde.
Um beijo.

Teresa Almeida disse...

E pronto! Até parece que o sol acordou no meu canteiro!

Um beijo com carinho.

Ana Tapadas disse...

É bom voltar e encontrar tão belo poema!
Um beijo

Alécio Souza disse...

Querida Graça,
A infância só se vive uma vez, mas o espírito de criança esse a gente não pode perder jamais!
Beijos!

Carlos augusto pereyra martinez disse...

Un reflejo de la vida este poema
Un abrazo
Carlos

lanochedemedianoche disse...

Leerte es maravilloso, después de un tiempo sin pasar, gracias. Feliz año 2024.
Abrazo

Mário Margaride disse...

Olá, amiga Graça, passando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar um bom fim de semana, com muita saúde e paz.
Beijinhos, com carinho e amizade.

Mário Margaride

http://poesiaaquiesta.blogspot.com

Blues Hendrix disse...

¡Hola! Me ha encantado tu post, lo he leído con mucho interés. Gracias por compartirlo.
Espero que tus días sean siempre coloridos y felices.
Tienes un excelente contenido en tu Blog.
Y desearte un buen fin de semana.
¡Un abrazo! Blues Hendrix 👍

RÔ - MEU DIÁRIO disse...

Maravilhosos versos! Bju

Isa Sá disse...

Bonito poema.
Isabel Sá
Brilhos da Moda

Ana Freire disse...

Um poema maravilhoso! Absolutamente sublime esta etérea e poética viagem pelo tempo...
Um beijinho grande, Graça! Votos de um bom final de domingo, com saúde e tranquilidade!
Ana

tulipa disse...


Como se voasse entre luas...
gosto de imaginar isso
deve ser magnífico, obrigada por tanta inspiração
É um prazer chegar aqui e deixar-me envolver na sua poesia. Parabéns!

depois de 3 semanas inactiva nos blogues, mas andando em médicos e exames
regresso a 2 blogues meus
Convido a ver aqui:
https://pensamentosimagens.blogspot.com/

https://orientevsocidente.blogspot.com/

Graça, que o ano de 2024 lhe traga saúde e paz, seja um ano cheio de amor!
Beijo da Tulipa

Emília Pinto disse...

" A infância fica cada vez mais distante" mas podemos sempre trazê-la para pertinho de nós, recordando-a. Com certeza, nela, não tivemos só moment9s felizes, mas são esses que gostamos de lembrar. Considero ter tido uma criancice feliz, mas à minha volta vi meninos que não tinham motivos para sorrir. Os tempos eram difíceis, a miséria muito grande e na mesa de alguns não havia pão; nota-se no olhar o bem-estar de uma criança e não pode haver brilho nos olhinhos de um menino que tem fome, frio e se vê obrigado a trabalhar cedo para ajudar os pais. Mesmo hoje, Amiga, com grande evolução nas nossas sociedades, não há infância para muitos meninos que vivem situações de guerra, de violência doméstica, de abandono por parte de quem os deveria proteger.Apesar de tudo e, comparando com os tempos da minha infância, muito se tem feito; hoje, uma criança pode sair de casa com fome, mas logo lhe é oferecida comida quando chega à escola e, nas ferias, também podem lá receber as refeições que não têm em casa, Um passo muito importante que foi dado aqui em Portugal, embora ainda não seja o suficiente. Querida Amiga, através da Antigona, trazes uma mensagem a todos nós que nos deve levar a reflectir no nosso percurso, no que aprendemos ou não com o passar dos an9s; é bom recordar a nossa infância, mas sem esquecer aqueles que nada de bom têm a lembrar e fazer o nosso melhor para que à nossa volta os olhos das crianças brilhem e tenham o conforto que merecem, Origada, querida Amiga e, já melhor da gripe, poderei, finalmente visitar os Amigos. Beijinhos e saúde para todos vós, ai em casa
Emilia

Agostinho disse...

A Poesia prenuncia avisa,
digo eu,
o atomizar do (seu) corpo
nas esquinas do tempo
Arredonda vogais, aguça consoantes)
O fim esse irá ocorrer em dia próprio
"Diante de flores tardias"
Quanto mais longe mais nítida
se (re)vê a explosão da estrela
do início