1.12.25

O poeta chorou


Gabriel Pacheco
                           



Diante do mar mediterrâneo
o poeta chorou.
E em nome das águas
nos acusa de mortes
de exílios de orfandades
de limos de sangue
a cercar os barcos
de areias magoadas
pelos naufrágios.
Quem poderá omitir
a indiferença dos dias
traídos em cada pátria?

Graça Pires
De Talvez haja amoras maduras à entrada da noite, 2025, p. 33

2 comentários:

Jaime Portela disse...

E há razões para continuar a chorar, já que os naufrágios, mais frequentes no Verão, continuam a acontecer nas costas norte do mar mediterrânio.
Excelente poema.
Boa semana e feliz mês de Dezembro minha amiga Graça.
Um beijo.

Luiz Gomes disse...

Boa segunda-feira e um excelente mês de dezembro minha querida amiga Graça. Já chorei com vários textos. Grande abraço do Brasil.