13.2.08

Enamoramento

Edouard Boubat


Agora, que os teus e os meus olhos
se entrelaçam, em que penas se movem
os meus dedos que, de lentos pássaros,
povoam minhas mãos?
Inquieta-se a minha sombra sobre a tua,
quando o sol da tarde nos anuncia
uma festa partilhada e, dos lábios,
enrodilhados no riso e nos beijos,
desliza um súbito mar, onde quase
se pressente o naufrágio dos corpos,
deslumbrados, já, de tanta água incendiada.


Graça Pires
De Ortografia do olhar, 1996

27 comentários:

Falando de Amor disse...

Lindo demais...bom passar por aqui...bjos poetisa!

Pena disse...

Linda Amiga:
Imagens de fascínio num belo poema de enamoramento.
Lindo! Sensível. Genial e de que se gosta.
Palavras ternas que expressam um sentir doce nas águas afundadas do pensamento, mas sôfregas de um sentimento profundo e sentido.
Gostei muito de ler.
São letrinhas que comovem e enternecem pela beleza e talento.
Beijinhos amigos de grandiosa estima e consideração.
Com imenso respeito

pena

OBRIGADO pela visita. Foi agradável e sentida nas palavras que lá deisou ternamente expressas. OBRIGADO!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Olá

Poema belissimo! (água incendiada, gostei)

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Olá

Poema belissimo! (água incendiada, gostei)

Rui Caetano disse...

O enamoramento é das mais belas aventuras dos nossos dias de vida.

Manuel Veiga disse...

"em que penas se movem
os meus dedos que, de lentos pássaros,
povoam minhas mãos?"...

adorável!

pleno domínio da palavra poética. e dos seus efeitos...

belíssimo.

Luis Eme disse...

Lindo poema da festa do amor...

abraço Graça

nOgS disse...

Apaixonei-me... Tanto pela imagem, como pelo texto.

Beijinhos

isabel mendes ferreira disse...

"enamorada"
desta maneira de ser ESCRITA!






beijo de bom dia 14.

Anónimo disse...

Palavras felizes...

Muito, muito belo.

Beijinho.

Maria Clarinda disse...

"...Inquieta-se a minha sombra sobre a tua,
quando o sol da tarde nos anuncia
uma festa partilhada e, dos lábios,
enrodilhados no riso e nos beijos,
desliza um súbito mar, onde quase
se pressente o naufrágio dos corpos,
deslumbrados, já, de tanta água incendiada..."

Simplesmente maravilhoso.
Jinhos

Benó disse...

Quando as duas sombras se fundirem e uma só formarem, então, teremos o fogo do amor dos corpos mergulhados em "tanta áugua incendiada"
Bom resto de semana!

Anónimo disse...

a graça está enamorada dela luna *

beijinho e bom fim de semana.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Olá, Graça!
O 'Enamoramento' não é só o poema, mas o relacionamento que as tuas palavras têm entre si e sempre terão, para o bem dos nossos corações.

Beijo no coração

São disse...

Que a tua água arda sempre em fulgurantes incêndios!
Bom fim de semana!

© Maria Manuel disse...

belíssimo poema de amor. um beijo.

Nilson Barcelli disse...

Algures, li um poema teu e gostei.
Foi por esse motivo que aqui vim, pois não conhecia o teu blogue.

Li todos os poemas visíveis nesta página e confirmei, em todos eles, a qualidade da "amostra" que tinha lido.
Graça, escreves tremendamente bem e a tua poesia é muito madura.
Fico cliente e voltarei para ir lendo mais. Para trás e para a frente...

Bfs, beijinhos.

Luna disse...

Lindo é o amor
que seja eternizado
beijinhos
luna

Marinha de Allegue disse...

N A M O R A M E N T O en toda a extensión da palabra.

Lindo.

Unha aperta grande.
:)

jorge esteves disse...

Nas palavras haverá arte, no coração pressente-se Poesia...

abraços!

Anónimo disse...

Ortografia do Olhar? Um título fantástico. Acredita que o acho sensacional. Virei mais vezes porque gostei do que li. Um beijo amigo.

Monte Cristo disse...

Comento este belo poema com um velho poema que escrevi há anos:


Vivo, sobre o meu corpo morto,
duplico-me nos teus olhos minguantes.

Deixar-me-ia ali,
num caótico silêncio,
meditando à sombra de outros sonhos,
se não fosse urgente dar-nos a ilusão da vida.

Morto, sobre o meu corpo vivo,
ladeio a pausa solitária da tua boca contida,
e acendo um extenso perigo rutilante
na lucidez dos vasos sanguíneos.

Vivo, sobre o meu corpo vivo,
invado-me da certeza oceânica dos poros,
infatigável matriz sem continentes.

Tão simples como as pedras somos nós,
barcos de navegar momentos e naufrágios.

Um beijo

Graça Pires disse...

Obrigada a todos os que visitaram este meu espaço e principalmente aqueles que deixaram mensagem. Um beijo.

Anónimo disse...

Um poema, uma festa... A do corpo em júbilo, e a das palavras acesas. É bom ler poemas de amor feliz.
Um beijo

Soledade

Teresa Durães disse...

lindo poema de amor

Paula Raposo disse...

Enamorei-me da sensualidade do teu poema...beijos.

De Amor e de Terra disse...

Cada vez que os olhos(alguns olhos) se entrelaçam, há água que se incendeia, pois ao amor, nada é impossível...

Bj


Maria Mamede