3.11.10

Em seara alheia


30.

procura o curso da água
se te acercares do rosto
da cidade.

todos os homens
beijarão as tuas preces à
medida que sobrevives ao
ventre do teu vestido dançando
ao som do alaúde.

retomo o silenciar da romaria
sem, ao menos, chorar as ondas.

Jorge Vicente
In: Hierofania dos dedos. Coimbra, Temas Originais, 2009

35 comentários:

Tati Nanda disse...

lindooo..
muito suave
:D
http://zonzobulando.blogspot.com/

Marta Vinhais disse...

Dançando com a vida...
Esquecer por momentos a amargura...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Pena disse...

Admirável e Consagrada Poetiza Amiga:
Só concebe encanto versejado.
"...as tuas preces à
medida que sobrevives ao
ventre do teu vestido dançando
ao som do alaúde..."

Que "coisa" mais linda e mágica de poesia.
Parabéns.
Bem-Haja, notável poetiza.
Abraço amigo de respeito.
É talentosa no que "constrói".
Sempre a estimá-la e a respeitá-la pela sua grandeza de Alma poética pura numa poetiza sublime.

pena

São disse...

Em romaria anda o pobre povo português e não há santo ou santa que lhe valha!

Um abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

terno...delicado...

um beij

Monte Cristo disse...

Tanta coisa por cumprir, Graça. Tanta procura vã. Depois, para quê tanto sonho, se até o Sol vai morrer um dia?

Mas vivamos o momento. Quanto ao resto - o não querer(es) ouvir falar dos pulhas - defendamos o que é nosso, como a mãe defende a cria. Aliás, é isso mesmo. Não lhes entreguemos de mão beijada tudo o que temos.

Ergue-te! Põe a tua voz e o teu canto ao lado dos injustiçados. Hoje, como ontem. Como sempre!

manuela baptista disse...

dos poetas

outros

encontro-lhes o curso de água
e o não chorar das ondas

e é belo!

um beijo

manuela

Licínia Quitério disse...

O Jorge tem uma poesia muito bonita e depurada.

Obrigada por o ter trazido aqui.

Beijo, Graça.

Manuel Veiga disse...

muito bem. excelente Poema.

poeta a conhecer. e admirar.

beijos

Valquíria Calado disse...

Dança do amar?
ondas que choram no cavalgar... beijos.

E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação"

Vivian disse...

...profundo sentido
poético!

lindo como sempre!

bj, querida!

José Leite disse...

A orgia das palavras no clímax da subtileza...

Luis Eme disse...

rostos, danças, silêncios...

beijinho Graça

tecas disse...

Ao ler este poema, ainda não tinha visto o nome do autor e reconheci o seu pendor. Jorge Vicente é um poeta maior. Obrigada querida Graça por publicar no seu blog esta maravilha.
Um bjito aos dois.

~*Rebeca*~ disse...

O silenciar que acalma.

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

AFRICA EM POESIA disse...

GRAÇA

o verde é sempre...Liberdadee Esperança.

um beijo

Déia disse...

maravilhoso!

bj

Desnuda disse...

Graça,

adorei o poema de Jorge Vicente. Obrigada pela apresentação.


Carinhoso beijo, amiga.

São disse...

Agradeço que vás ao "são"

Bom final de semana.

Adriana Riess Karnal disse...

"sem ao menos chorar as ondas"....q lindo verso Graça. sempre o mar, sempre a-mar.

Maria Clarinda disse...

(...)todos os homens
beijarão as tuas preces à
medida que sobrevives ao
ventre do teu vestido dançando
ao som do alaúde.


Amiga minha , lindo como sempre o teu poema!
Saudades
Jhs

A.S. disse...

Graça... Doces sensações!


Beijos...
AL

José Leite disse...

Gostei. Simples, suave e adequado ao dia...

Sofá Amarelo disse...

Às vezes é bom entrar em seara alheia e sentir os cursos da água que retomam o silenciar das romarias...

teresa p. disse...

"procura o curso da água
se te acercares do rosto
da cidade..."
Refrescante!
Gostei muito do poema. Parabéns ao autor.
Considero muito generosa esta forma de divulgares outros poetas.
Beijo.

José Ángel García Caballero disse...

a água faz parte da cidade, que belo começo de poema! Gostei muito,

um beijo, Graça

avlisjota disse...

A transparência e a arbitrariedade da água, a fruir do corpo ao som do alaúde num silenciar amargo e doce.

Parabéns ao autor.

Bjinhos Graça e boa semana!

José

Jaime A. disse...

A dicotomia silêncio-vida...
A beleza das palavras... sempre!

Virgínia do Carmo disse...

um poema de embalar...

Beijinhos

De Amor e de Terra disse...

A água, o corpo, a música, a dança, as memórias...vida cheia minha Amiga!
Obrigada pela partilha.
Bjs aos dois.
M.M.

luis lourenço disse...

A finura dos dedos, com muitos sentidos, vertida em versos.Gostei.

Beijinho,

Véu de Maya

Nilson Barcelli disse...

Gostei da tua escolha.
Um beijo, querida amiga.

Paula Raposo disse...

Óptima escolha! Gosto muito da escrita do Jorge.
Beijos.

Parapeito disse...

Gostei
Um abraço*

Anónimo disse...

fiquei muito feliz por regressar à ortografia do olhar e encontrar um poema do meu querido amigo jorge :) um grande beijinho por isso, graça*