25.10.16

A escrita das águas

Emerico Imre Toth

Olho em meu redor.
A chuva afaga as raízes das árvores
e agita seus ramos como se fossem
mantilhas de seda agasalhando
os pássaros no rodeio do vento.
Sei que o tempo não se detém.
Os muros mais severos assinalam,
sem dissonância, a escrita
repisada das águas que a idade
guardou na borda das pedras.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

53 comentários:

chica disse...

Lindo olhar sobre as águas de uma chuva que cai ...beijos, tudo de bom, já de volta,chica

LuísM Castanheira disse...

há sempre um tempo e um lugar
uma qualquer marca que acaba por ficar
...na paisagem do olhar
e estas "águas", perfeitas, chegaram à raiz do espírito mais sequioso.
belo poema, minha amiga.
já estranhava o "relógio" da Poeta na
sua assídua e generosa partilha...
em ânsia e monotonia.
um beijo Graça e espero que consigo tudo esteja bem.

Laura Ferreira disse...

lindo este teu olhar.
linda a imagem escolhida, Graça

boa semana

Marta Vinhais disse...

Numa memória do tempo...gravado por entre as pedras do muro...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Cidália Ferreira disse...

Que poema lindo. Amei. Parabéns

Beijinhos

Tais Luso de Carvalho disse...


Linda essa visão da natureza, 'da repisada das águas que a idade guardou na borda das pedras...'
E para-se pra pensar no tempo, no desgaste, na idade das coisas, até da natureza. Bem que essa, sempre fantástica!
Beijo, querida amiga.

Nequéren Reis disse...

Lindas linhas amei o poema, obrigado pela visita.
Blog: https://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Canal: https://www.youtube.com/watch?v=DmO8csZDARM

Lucinalva disse...

Olá Graça
Lindo poema, desejo uma bela tarde. Bjs querida.

Mariazita disse...

A água da chuva que desce das nuvens e agita os ramos das árvores é a mesma que marca a passagem do tempo. alisando as arestas das pedras.
Um olhar perspicaz que vê “o Tempo e a Natureza” em absoluta sintonia.
Perfeito!

Votos de uma semana muito feliz.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

Tais Luso de Carvalho disse...

Corrigindo: É para se pensar no tempo...
Linda a pintura que ilustra!
bjs

Suzete Brainer disse...

Esta infinitude nos gestos da harmonia da natureza,
somente um olhar de poeta para captar "a escrita das
águas" e inscrever na bela linguagem do sentir das palavras...

Totalmente encantada com este seu poema na
infinitude dos gestos.

Adorei, querida Graça!
Beijos.

Odete Ferreira disse...

O tempo (uma espécie de leitmotiv para quem escreve) é dono e senhor do seu nariz.
O Homem queixa-se dele, em vão!
A Natureza vive dos seus caprichos e molda-se.
A escrita é o testemunho desta dissonância. Ainda bem!
Admirável poema, Graça!
Bjo :)

fatimawines disse...

Falar do tempo é, poderia ser um esgrimir de argumentos.Porém, o tempo que passa deixa marcas e no teu olhar ortográfico não escapou sequer o mais ínfimo pormenor.Parabéns.
A imagem que acompanha o teu poema é uma fotocópia do tempo que passou e não volta mais. bj.

Graça Alves disse...

Lindo, Graça!
beijinho

Sinval Santos da Silveira disse...

Graça Pires, querida Amiga !
Quanta história trazes à tona,
apontando, nos teus lindos versos,
a vida desgastada pela ação do
tempo, "que não para".
Parabpéns, com o meu carinhoso
abraço, a

Sinval Santos da Silveira disse...

Graça Pires, querida Amiga !
Teus versos testemunham a passagem do tempo,
o registro da vida, que não cessa.
Parabéns pela beleza no discorrer da poesia,
tão bela e suave...
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.

Meri Pellens disse...

Uau! Lindo, lindo! O tempo deixando suas marcas no muro da nossa existência. Amei!
Bjk, Graça.

Unknown disse...

Belíssimo, tenha uma semana iluminada. Beijo grande!

www.tatiannedias.com

Victor Barão disse...

Já houve tempo em que se sob chuva, desde que eu estivesse abrigado, era e dalguma forma continua a ser um prazer ver e/ou escutar a chuva a cair.

Mas nem de propósito, ainda ontem mesmo (25/10/2016) fez uma forte trovoada com correspondentemente forte chuvada, que chegou a implicar algum granizo aqui onde habito. E no correspondente abrigo do meu, sob muitos aspectos sofisticado, lar humano não consegui evitar pensar em todos os seres a quem a natureza da vida não concedeu a arte e o engenho de construírem (sofisticados) abrigos próprios face aos respectivos elementos naturais como desde logo a chuva, o vento, o calor, o frio, etc., salvo por si só e por exemplo as naturais "...mantilhas de seda agasalhando os pássaros no rodeio do vento." _ como poeticamente tão bem diz a amiga Graça no seu "Escrita das águas", acima. No relativo ao tempo, há tantas e não raro paradoxais/incompatíveis teorias ao respeito, que à falta de minha assinalável teoria própria, já seja coincidente ou dissidente com as demais, o melhor mesmo é ficar-me definitivamente pelas mais uma vez poéticas palavras de "Escrita das águas", acima...

Parabéns

Beijos

Anónimo disse...

o poema é lindo e retrata bem estas estações do outono, depois o inverno. Mas penso no frio e logo desanimo.

Agostinho disse...

"O tempo não se detém". Mas deixa escrito nas pedras a babá é lágrimas o romance da vida inteira.
Lindo poema Graça.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Amiga de novo em Portugal, mas vim doente
e preciso de recuperar. Estou a vir ao
computador de fugida.
Desejo que consigo esteja tudo bem.
Bjs.
Irene Alves

Simone Felic disse...

Olá
O tempo não para e nos deixa sempre detalhes
para nos impressionar como estes que você descreveu.
Bjs


http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

a chuva afaga as raízes das árvores diz a Poeta

e por vezes as lágrimas afagam-nos o coração

e é verdade "O tempo não se detém"

muito belo com um suporte de imagem magnifica.

beijo

:)

Cadinho RoCo disse...

As águas nos trazem infindas razões para nossas reflexões.
Cadinho RoCo

José Carlos Sant Anna disse...

Que belo cromo, Graça. Aliás, que belos cromos. O poema e a imagem. O poema é uma pincelada que sublinha "a escrita das águas".
Beijos, Graça!

Ana Maria Braga disse...

Que lindo poema.
Parabéns.
Bjs.

Majo Dutra disse...

É verdade que as águas escrevem
e deixam a sua marca por onde passam.
Um poema pertinente e de uma beleza singular.
~~~ Abraço, querida Poeta ~~~~~~~~~~~~~~~~

Teresa Durães disse...

O tempo não se detém e urge resgatá-lo!

ManuelFL disse...

Belíssima metáfora do tempo, que passa por nós, ou nós por ele, uma e outra vez, eterno retorno, lugar de memória e esquecimento, «que a idade guardou na borda das pedras.»
A imagem é magnífica.

Nal Pontes disse...

Oi Graça, Que linda poesia e uma belíssima imagem. Amo vc. Bjs

teresa p. disse...

"o tempo não se detém" e vai tornando irreconhecível lugares da nossa memória.
A bela imagem da casa em ruínas, que ilustra o poema, é bem a marca que assinala "a escrita repisada das águas que a idade guardou na borda das pedras".
Lindíssimo!
Beijo.

Nadine Granad disse...

Que chuva poética!
E no íntimo a água não cessa...

Beijos =)

CÉU disse...

Ah, minha amiga Graça, eu bem olho em meu redor, mas não encontro palavras, nem uma, para falar da sua poesia, que, nem sempre entendo. E agora que nem chuva há, as ideias ficam "secas", quentes e os pássaros estão comigo.

É um vilão. Vamos matar o tempo? E depois, não haverá mais marcas, mais recordações e imagens, como a que encima o seu escrito, que nos toldem e acariciem o pensamento.
Que fazer, então?

Beijos e bom fim de semana.

Blog da Gigi disse...

Abençoado final de semana!!!!!!!!!! Beijos

Mirtes Stolze. disse...

Bom dia querida Graça.
Todos nós enxergamos, mas são poucos que olham com atenção. Linda essa visão da natureza das águas que vão passando e nós deixando admirados. Tudo passa muito rápido, e isso ate que não é mal pelo menos o tempo ruim também passa, é por isso que eu me agarro nos pequenos momentos bons, porque sei também que é passageiro. Um lindo poema minha amiga, vou lhe confessar que não sei comentar a altura dos seus belos poemas, mas tem tanto sentimento, que amo os ler. Meus parabéns pelo seu belo dom. Um feliz final de semana. Enorme abraço.

manuela baptista disse...

na borda das pedras, eu guardava berlindes de muitas cores

.

como um pássaro alado de seda, esta sua escrita

um abraço, Graça

Jaime Portela disse...

Excelente poema.
Como sempre, de resto.
Graça, tem um bom fim de semana.
Beijo.

Catarina H. disse...

Mais um poema delicioso e, não sei porquê, a lembrar-me o Outono que tanto anseio, mas que está a demorar a chegar.
Parabéns!
Beijinhos e bom fim de semana!

Anete disse...

Um poetar de muita profundidade... A chuva, o tempo, a escrita! Reflexões que nos fazem voar na imaginação...
Um bom sábado...
O meu carinhoso abraço

Evanir disse...

Hoje estou infinitamente feliz
por estar aqui na sua casinha virtual,
que Deus me presentou um dia.
Não tem como esquecer a pessoa linda,
que você é nem a amizade que nos uniu.
Deus abençoe seu final de semana.
Muita saúde e muita paz no seu viver.
Te abraço forte com todo meu carinho.
Bjs..Evanir..
PS..Na postagem estou homenageando
uma querida amiga que esta de volta.
Minha amiga amo seus poemas e vc é muito especial na minha vida.

Ana Freire disse...

Que publicação maravilhosa, Graça!
Vou ficar de olho neste poema, se me permitir, para qualquer dia, o destacar lá no meu canto...
Lindíssimo poema!
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

AC disse...

Palavras talhadas pelo tempo, plenas de sabedoria...

Um beijinho, Graça :)

Teté M. Jorge disse...

Preciosa janela... encantada com seus versos com aroma de outono...
Um beijo e uma flor

Aline Goulart disse...

Como já é de praxe aqui é o blog de belos poemas. Lindo!
Ótimo domingo. Beijos.

brisa48@bol.com.br disse...

Boa noite Graça
Que poema lindo e tão delicado amei. Um feliz domingo para com carinho.
Um beijinho

São disse...

Minha amiga, lamento, mas nem as tuas belas palavras me fazem apreciar chuva...

Beijinhos e bom domingo

SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Olhas e vês junto ao meio
Pássaros voando ao vento.
De cá, eu olhando atento
Vejo aves em passeio.

Invadi o espaço alheio
Que enleva o meu sentimento,
Porque fora não aguento
De ver os cântaros cheios.

Choveu só na nossa mente
E o sol veio de repente
Dando luz à amplidão

E à minha alma inocente
Que fez, de veras, contente
o meu pobre coração.

Meu abraço cordial. Laerte (Silo)

Teresa Almeida disse...

A chuva é uma poesia bela e macia: agita e agasalha, sem dissonância.
Tão envolvente, Graça!
Beijinho.

Ailime disse...

Boa noite Graça,
Um poema lindo, que fala da passagem inexorável do tempo que vai deixando as suas marcas indeléveis nos portais da saudade, irrigados pela excelência da sua poesia.
Um beijinho.
Ailime
(A tela é lindíssima e diz-me tanto...)

solfirmino disse...

Que chuva poética...

Toninho disse...

Oi Graça que bela imagem para se jogar e buscar
todos os mistérios que há dentro.Vejo esta imagem
e me transporto para uma infância.
E aqui esta leveza das palavras escorregadias sobre pedras
faz do poema uma graça infinita, como se pudéssemos tocar nelas.
Maravilhosa inspiração.
Aplausos sempre amiga da arte.
Bjs.

Lou Vilela disse...

Quanta delicadeza! É sempre um prazer te ler!