17.10.16

Quero inventar o mar de cada dia



Hoje, que não escuto o mar
fujo na crina de um potro livre,
sem jugo, em veloz cavalgada.
Tenho nos olhos um incêndio tangível
à luz que se quebra no galope
ágil e sonoro da fuga.
Irrompe sobre mim o perfil dos montes
que me diz a que distância deixei o mar.
Um odor de poeira impede-me de gritar.
Doeu-me a voz quando bradei,
sem fôlego, o verso de neruda:
quero inventar o mar de cada dia.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

53 comentários:

Daniel Costa disse...

Graça Pires

Como metáfora, o mar bem pode ser comparado a um a poltro bem azougado. gosta-se da tipologia do poema.
bjs

ONG ALERTA disse...

Lindo, Bj Lisette.

Simone Felic disse...

Olá
É como reinventar-se a todo dia, vivendo nossa liberdade.
Bjs e uma abençoada semana pra vc.


http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/

Marta Vinhais disse...

O mar acalma-nos.... Quando longe, sentimo-nos presos num deserto....
E grita-se....
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Cidália Ferreira disse...

belíssimo poema! Amei

Excelente semana. Beijo

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Nadine Granad disse...

Belas imagens!

Boa semana =)
... Com uma suave maresia...

Mirtes Stolze. disse...

Bom dia Graça.
Seus poemas são lindos e deixa sentimentos em nós, esse eu sentir a leveza da liberdade, sentir saudades de quando subia no meu cavalo e percorria a fazenda, sentindo o vento batendo no meu rosto. Sentir saudade do meu cavalo, doce e macio. Bons tempos. Infelizmente meus familiares, pensaram mais do valor monetário da fazenda, e com a morte da minha mãe, saíram vendendo tudo, não quis brigar por herança e abrir mão de tudo. Desculpa rsrs, seu poema me vez relembrar de como é bom cavalgar. Uma linda semana. Grande abraço.

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, inventar o mau é a pureza sentimental, cavalgar nas ondas do mar e escutar as suas belas melodias é maravilhoso, o poema é lindo.
Boa semana,
AG

CÉU disse...

Olá, querida Graça!

Começo por lhe agradecer a visita e o tão inteligente comentário, que deixou no meu blogue.

Espero e quero que esteja bem, sinceramente!

Li e reli o seu distinto poema, que me prendeu da primeira à última linha, da primeira à última sílaba, da primeira á ultima palavra, embora eu não goste de mar, nem de potros, mas gosto de escrever e sentir "incêndios" no corpo.

No seu caso, ou melhor, do seu eu-lírico, até a poeira conspirou contra os seus sentires e só consegui ter grito, qdo se lembrou do verso de Neruda.
Que todos os dias, encontre/encontremos o nosso mar, bem repleto e completo, porque a vida é sempre pouca para tanto que queremos fazer e obter.

A pintura escolhida adapta-se, lindamente, às suas palavras e é pena que esta forma/tipo (não sei o nome técnico), que escolheu para os comentários, a não deixe ver.

Beijos e uma luminosa semana. Aqui, na zona norte de Lisboa, chove.

Anónimo disse...

amo o mar com a mesma força que me amedronta a fúria das suas águas. Gostei do seu poema, com cheiro a maresia e a liberdade.

LuísM Castanheira disse...

oh, minha amiga...!
Neruda inventa...esse qualquer mar.
(onde o gosta de olhar)
a Graça descobre-o em outro qualquer lugar.
mesmo de costas voltadas, cria um poema, num gigante cavalgar, numa procura do silêncio.
como é bela esta união: o ser, o estar e a razão. (onde esse mar nos persegue...e acabamos por voltar)

um grande beijo e uma semana feliz, Graça.

solfirmino disse...

E com certeza inventa, querida amiga, com certeza inventa...
Hoje finalmente terminei de ler teus "Poemas Escolhidos". Maravilhoso. Logo recomeçarei a leitura.
Beijos

Mar Arável disse...

Lá estaremos minha amiga
Bj

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa... simplesmente maravilhoso, me causou um arrepio, Graça.
E que pintura!!Adoro cavalos, fui amazona (hipismo). Esse cavalo branco me sensibilizou, também.
Beijo, querida amiga.

Fê blue bird disse...

Mesmo fugindo o mar está dentro de si minha amiga.
Uma imagem também belíssima.

Um beijinho

Laura Ferreira disse...

que bonito, Graça.

Fá menor disse...

Muito bonito!
Mas que a voz nunca nos doa. É que por vezes precisamos tanto de gritar...

Beijinho

Isa Sá disse...

Mais um bonito poema.

Tenha um ótimo dia!

Isabel Sá
Brilhos da Moda

Marta Moura disse...

Muito bonito!

Agostinho disse...

Que dizer deste poema escrito à flor da pele? Que nos eleva à crista das emoções? Na crina da onda embalados na apneia do galope até que a claridade nos cega inventamos (sempre) um mar.

Obrigado, Graça, por tudo e, sobretudo, pela sua delicada poesia. Também cura!
Bj.

helia disse...

Lindo Poema e belas imagens!

Odete Ferreira disse...

Olá, Graça. Voltarei para comentar mas quero dar-te uma explicação. Só hoje fui ao mail de lixo, no TM, e vi o teu mail. Movi-o para a caixa de entrada; entretanto, verifico que o TM deixou de ter acesso à net, sem que eu tenha feito nada. No mail do PC não entrou. Vou passar pela loja para verem o que se passa com o TM. Contudo, pedia-te que me voltasses a enviar o mail para te responder. Obg. Bjo (ando com inúmeras tarefas para "aviar", mas assim, também não tenho tempo de me enfastiar"...)

Sinval Santos da Silveira disse...

Amiga querida, Graça Pires !
Este poema, brilhante, já rompeu as
barreiras que te levaram para longe
do teu mar. Aspira o cheiro bom da
água salgada, e ouvirás o som das
ondas a te procurar...
Parabéns e um carinhoso abraço, aqui
do meu Brasil !
Sinval

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Um poema maravilhoso com o qual tanto me identifico...
(Penso que um dia o publiquei no meu canto,))!
A imagem é lindíssima!
Momentos de fuga, de liberdade, momentos em que as fragrâncias das origens nos perseguem os sentidos e se nos colam na alma.
Um beijinho, minha amiga e enorme Poeta!
Continuação de boa semana.
Ailime

Lucinalva disse...

Olá Graça
Lindo poema, bjs querida.

Arroz Di Leite disse...

Oi Graça,
que poema lindo!! Amo quando posso estar perto dele, olhar o infinito.

Bjs

Tânia Camargo

madrugadas disse...

Boa noite
Tantos dias iniciando uma corrida .
O barulho da ondas faz-me esquecer a fúria do mar.
Obrigado pela visita.

Majo Dutra disse...

Não consigo viver longe do mar e,
quando temporariamente não o tenho,
também o invento todos os dias...
Um poema impressionante e muito belo.
Beijinho, Graça.
~~~~~~~~~~

Sara com Cafe disse...

bonito e sutil!

abraço profundo.

Ives disse...

Há mares por todos os lados! abração

Anete disse...

Versos muito bonitos...
Inventar, reinventar o mar ou outras coisas que nos façam mais felizes... Isso dia após dia...
Abraço grande...

teresa p. disse...

A liberdade de percorrer novas paragens, mas sempre com o mar no pensamento. No coração guarda a fantasia de inventar "o mar de cada dia". São muito belas as imagens poéticas, bem como aquela que ilustra o poema.
Adorei!
Beijo.

Meri Pellens disse...

Olá, Graça!
Cheguei aqui vendo seu comentário em um blog da Ailime.
Amei seu poema! Inventar o mar com um fugir em cavalgada em meio as crinas de um potro livre. Belíssimo!
Beijo na alma!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

querer é poder, e então podemos inventar um mar, sim, claro que sim.
e eu digo que ele (o mar) é a eterna inspiração do poeta.
este poema é a prova disso.
muito belo

beijinho

:)

Ana Tapadas disse...

Poema muito belo, fuga, evasão na crina das palavras.

Beijo amigo

Maria Rodrigues disse...

O mar exerce sempre um fascínio especial sobre nós e tem o poder de soltar toda a poesia que vai na alma dos poetas.
Maravilhoso poema.
Beijinhos
Maria

AC disse...

O mar, referência única, espelhado em qualquer cenário...
Muito belo, Graça!

Um beijinho :)

ManuelFL disse...

Este poema diz muito, a quem, como eu, na infância e adolescência, amou a serra sobre todas as coisas.
E só na idade adulta aprendeu a «inventar o mar de cada dia».
Poemas como este são parte dessa biografia da imaginação.
Adorei a cavalgada do potro livre.


Um beijo, Graça, por tanta beleza.

Graça Alves disse...

É fabuloso o poema, Graça, como todos os que escreve.
Sua admiradora, sempre :)
beijinho

As Mulheres 4estacoes disse...

Inventar o mar de cada dia, sua imensidão, sua força, contagiando nosso espírito com sua liberdade.
Um abraço,
Sônia

Victor Barão disse...

Belíssimo; inspirado/r; poético conjunto: imagem e palavras!

Feliz fim-de-semana

Abraço, com estima e consideração

Mariazita disse...

Gostaria de partilhar contigo a postagem que publiquei no dia 19/10/16, no meu blog A CASA DA MARIQUINHAS/, que assinala o meu regresso à blogosfera após as férias.
Desde já o meu “Bem hajas!”
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

PS – Desculpa o “copy & paste”

ANNA disse...

Gracias Por pasar por mi blog.
Me permitirdo pasar tu blog a mis segidores para que visite

Ana Freire disse...

Um poema maravilhoso e profundo, sobre esse mar que nos acalma, inspira, e nos dá força... na sua constância e permanência...
Para ler e reler!... Adorei, Graça!
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

Magia da Inês disse...

✿゚ه° ·.
A poesia é tão delicada quanto a imagem que a ilustra!!!

Bom fim de semana com tudo de bom!
Beijinhos.
✿゚ه° ·.

alfacinha disse...

O poema é lindo e o cavalo tão vivo
abraço

Jaime Portela disse...

O ideal seria que nos reinventássemos a cada dia.
Mas é capaz de ser cansativo...
Gostei imenso do teu poema, é excelente.
Graça, tem um bom domingo e uma semana feliz.
Beijo.

tulipa disse...


Parabéns pelo poema maravilhoso!

Adorei a imagem do cavalo.

Hoje o dia está cinza, nostálgico
cai uma chuva miudinha
que me acalma e inspira.

Vê-la cair através da janela
é tão bom!

Obrigada pela sua visita e comentário, Graça.

Sim, é assim que sei fazer posts
dando a conhecer,
divulgando
e também homenageando quem merece.

A Câmara Municipal da Moita mereceu por esta iniciativa.

Uma boa semana.
Beijos.

Blog da Gigi disse...

Linda semana!!!!!!!!!! Beijos

Suzete Brainer disse...

É fácil inventar o mar de cada dia,
com esta tua bela e imensa poética, Graça!

Uma semana luminosa e inspiradora, Poeta...
Beijo.

Odete Ferreira disse...

Para quem tem o mar a molhar a pele dos sentidos, é difícil estar longe. Contudo, tal como um amante, a ausência é apenas física. Ele está sempre lá.
Prova-o este poema de um voo poético sublime.
Bjo, amiga :)

manuela baptista disse...

Pablo, escuta-a


beijinhos, Graça

Teresa Almeida disse...

Como se a vida fosse uma ânsia intangível.
Tão belo e imenso, Graça!
Beijinho.