12.8.19

Não falo da importância do brilho

Duane Michals

Nem sempre as janelas oferecem às casas
todas as possibilidades da luz.
Não falo da importância do brilho coado
nas traves, ou do vento espreitando as frestas.
Refiro a transparência consentida às aves
na pressa das cidades onde o voo se faz fuga.

Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2018, p. 42

51 comentários:

María disse...

A veces las ventanas se hacen viento y otras niebla.

Bellos versos.

Besos.

Reflexos Espelhando Espalhando Amig disse...

Graça,
Lindos versos pra começar
uma semana muito especial.
Bjins
CatiahoAlc.

Olinda Melo disse...


Bom dia, querida Graça


É quando o nosso espírito exige espaços
livres, onde se passa respirar o ar puro
da manhã e receber a refulgência da luz
em pleno rosto. E nos convida ao sonho.

Lindo este seu poema, minha amiga, e
bela a mensagem que dele recolho.

Beijos

Olinda

Majo Dutra disse...

Uma fotografia magnífica, com uma legenda eloquente e, mesmo a lusco-fusco, brilhante.
Ótima semana.
Beijinho, querida Amiga.
~~~~

chica disse...

Profundas palavras e nelas tanta e sempre beleza! beijos, ótima semana,chica

Marta Vinhais disse...

Ás vezes, as sombras sufocam-nos e temos que fugir... Procurar um lugar alto para reencontrar essa luz....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Cidália Ferreira disse...

Um poema tão bonito!

Prometi, que te esperava até ao alvorecer [Poetizando e Encantando]
Beijos e uma excelente semana
Continuo por aqui e por ali! :)

carlos perrotti disse...

Admiro seu olhar sensível, poeta, que cinzela cada verso, que transparece em cada poema...

Abraço imenso, Graça!!

mz disse...


Graça,
São livres mas acorrentadas
As janelas tornam-se estreitas
e presas ficam as aves
quando sentem as asas curtas.

A luz comprometida.


Sempre belos os seus poemas e belas mensagens!
Um abraço.


© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e há tanta pressa que a luz se perde
nas esquinas e labirintos da vida

tão curto, e tão intenso.

gostei muito amiga Graça.

boa semana.

Beijinhos

:)

Ailime disse...

Boa tarde Graça,
Um poema tão belo!
«Refiro a transparência consentida às aves
na pressa das cidades onde o voo se faz fuga.»
As cidades onde o frenesim não deixa ver a luz na opacidade dos dias.
Um beijinho, minha Amiga e enorme Poeta.
Desejo-lhe uma excelente semana.
Ailime

Teresa Durães disse...

Uma realidade que esmigalha, na minha opinião, tudo o que possa ser de bom nas pessoas. Por isso me vou daqui em breve, para longe, para dentro de Portugal onde o mapa não indica.

CÉU disse...

É sempre belo e um tanto enigmático aquilo que a Graça escreve. Parece contradição, mas um e outro conceito completam-se muito bem.
As casas só terão brilho e luz, se nós, pessoas, tivermos a liberdade das aves, quer na cidade, quer no campo.
Beijos. Boa semana!

Roselia Bezerra disse...

Boa tarde de paz, querida amiga Graça!
Que palavras brilhosas tem a amiga em seus poemas!
O brilho seu o empresta a quem quer que seja e dá vida até aos inanimados.
Tenha dias abençoados!
Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Magnifico poema minha amiga, gostei e aproveito para desejar uma boa semana.

Andarilhar
Dedais de Francisco e Idalisa
Livros-Autografados

JUAN FUENTES disse...

Hacer ciertas fotos.es necesario cuidar las luces

Marco Luijken disse...

Hello Graça,
Nice words about light.
So special to read.

Big hug, Marco

Maria Rodrigues disse...

Só observamos a luz das janelas se tivermos abertas as portas do coração.
Belíssimo poema.
Beijinhos
Maria

bea disse...

Como é que, usando as mesmas palavras, a Graça constrói um campo tão seu no poema. Pois, não sei. Não sei nada dos poetas excepto lê-los.

Cléo Gomes disse...



Ou da liberdade dada às pessoas...
Lindo poema!

Beijinhos.

Proseando num dia

solfirmino disse...

Amiga, acabei de te mandar um e-mail sobre janela e pássaros! Mas falei de canto, não de luz... Uma bela imagem.
Um beijo

Ulisses de Carvalho disse...

"(...) E ainda que as janelas se fechem, meu pai, é certo que amanhece (...)" Hilda Hilst

Belo poema, Graça, um beijo!

teresadias disse...

Olá, Graça!
Casas, luz e aves - sentimentos de liberdade a que gostas de voltar e fazem deste pequeno poema uma GRANDE maravilha!
Beijo, querida amiga, e boa semana.

Manuelfl disse...

Na pressa das cidades onde o voo se faz fuga, todas as possibilidades da luz se anulam. Beijo.

Lucinalva disse...

Olá Graça
Lindo poema, desejo uma boa tarde. Bjs querida.

Carol Russo S disse...

A luz da cidade sempre nos consome. A gente vê pela janela o que se permite ver...


Ótimo poema. Beijos

Agostinho disse...

A Poeta lê o tempo e o espaço essenciais à vida, anunciando-o numa poética própria. Com marca distinta.
Uma janela é uma janela
e será sempre oportunidade
para os movimentos da luz
(onde se conduzem as aves)
em espaço de liberdade
Mas como pode gente voar
nas amarras da "cidade"?
Um beijo, Amiga Graça.

saudade disse...

Nas cidades a luz é vaga e anda de fugida....Ao contrário de na aldeia que as janelas deixam entrar luz e brilho todo o dia....Porque eu se deixar a janela aberta, o meu despertador é um raio de luz, bem brilhante...
Boa semana

Teresa Almeida disse...

Falo da importância poética do brilho coado na casa e da urgência do voo na cidade.

Beijo, querida amiga.

Humberto Maranduva disse...

Não basta comunicar. É preciso saber fazê-lo. Amar é libertar e não aprisionar, de forma sufocante, os outros em nós. Amar é aceitar o outro, tal e qual ele se nos apresenta... sem atropelos mútuos à dignidade pessoal de cada um.
Hoje, mais do que nunca, urge invocar as aves e a sua transparência arredia.
Abraço

Carlos Augusto Pereyra Martínez disse...

En las posibilidades interpretativas del poema que traes a colación, caben tantas, que aventuro la mía de la libertad de vuelo para ser, que hoy puede ser limitada por el cuajo de ciudades laberínticas con sus rascacielos, negando la luz y espacio abierto. Grato haber estado aquí. UN abrazo. Carlos.

Anete disse...

Beleza de poema, que li, reli e extraí profundas reflexões...
"Aves em fuga"... Às vezes, como elas precisamos dar voos assim, buscando um descanso com refrigério...
A imagem é fantástica!
Meu abraço

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá, Graça!
Um poema singular, o seu "Não falo da importância do brilho", que mostra toda a sensibilidade e o talento da poetisa. Uma beleza!
Uma boa semana, querida amiga Graça!
Um beijo.
Pedro

Anónimo disse...

Sua poesia é maravilhosa.

Ana Tapadas disse...

Conheço o poema (claro!), mas lê-lo aqui associado à escolha desta imagem torna-o ainda mais belo!

Beijo amigo.

Canal Cereja disse...

Que lindo! Janelas são possibilidades. Uma casa sem janelas é uma prisão.

Adorei. Bjoos!
https://canalcereja.blogspot.com/

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Que poema bonito minha amiga...
Simples, intenso,
tão nosso...

Abraço imenso...

Manuel Veiga disse...

tens razão, minha Amiga
o brilho da transparência e das coisas simples
está a perder-se no silêncio agónico da Cidade

belo e perturbante poema, querida Poeta

beijo

Sandra May disse...

Intenso, brilhante...!

Anónimo disse...

A luz das cidades inibe a liberdade das aves "onde o voo se faz fuga".
Poema com grande significado e realismo. Muito belo!
Também a foto é maravilhosa.
Beijo.
teresa p.

Tais Luso de Carvalho disse...

Querida Graça, que poema lindo, minha amiga!! Adoro janelas de todos os tipos, há nelas uma visão de liberdade, de pensamento que voa, mas também podemos ter a sensação de aprisionamento,uma sensação de cárcere, querer voar e não conseguir.
Aplausos, minha amiga!
Beijo, um ótimo fim de semana que está chegando.

Lowcarb team member disse...

Beautiful picture and words.

All the best Jan

Sinval Santos da Silveira disse...

Querida Mestra, Graça Pires !
Este segmento de um texto maior, constante do teu Livro,
" Uma vara de medir o sol", mesmo isoladamente, é um belo
poema, privativo dos Mestres como tu !
Parabéns, um ótimo final de semana, e um fraternal abraço,
aqui do Brasil !
Sinval.

lis disse...

Muito bem posto Graça
As janelas são verdadeiras incógnitas
_ deleite ao abri-la para voar ou desprazer ao se refugiar do caos urbano ?
Sempre te admirando nesse dom maravilhoso que tens de burilar as palavras em forma de poema.
deixo abraço

baili disse...

you have power to speak your mind so sublimely and precisely dear Grace!

light through window is call of nature ,an invitation to look and receive the message

life in cities has hardly time to do so indeed that is why i always have loved village

Daniel Costa disse...

Beleza de poema para abrir todas as frestas de qualquer janela.
Bjs

João Santana Pinto disse...

Uma mensagem bela e profunda. A casa necessita de "vidros no lugar de paredes", ou menor, necessita de ser um ninho sem barreiras para ter a luz natural e liberdade apenas e tão-só ao alcance das aves.

Gostei mesmo muito.
Um óptimo fim-de-semana

LuísM Castanheira disse...

Difícil voo este, minha Amiga,
onde o brilho do Poema encandeia.
Será ave, ou sonho, que a Poeta
desenha em céus abertos?
Gostei muito, Graça.
Um beijo

Toninho disse...

Maravilha de olhar e medir a transparência das coisas pela luz.
Lindo demais.
Beijo

manuela baptista disse...

A luz é como a água, inunda, penetra

importantes são as asas


um beijo, Graça

Fá menor disse...

E...
"Nem o brilho, nem a sombra
Não se agarra quase nada" (Márcia, Do Que Eu Sou Capaz)

Mas sempre juntas as palavras tão bem, que delas imana brilho tamanho, e asas, e pássaros... e tudo, que enche e reluz na nossa casa interior.

Boa semana!
Beijinhos.