30.3.07

Promessa a insinuar-se na boca

Jean Dieuzaide

É quase verão nos lábios da mulher
que, desordenadamente, respira
no peito da noite.
O cheiro da hortelã
ondula nos seus olhos
e decompõe a erva fresca
nos muros caiados.
A seiva lenta dos frutos, é um esboço
de promessa a insinuar-se na boca.
Por perto, as vozes dos homens,
impedem a proximidade da lua.

Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005

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