Busco em cada estrela o fogo capaz
de acalentar os meus olhos mais antigos.
Foi sempre a fome, companheira peregrina,
que me impeliu a seguir os roteiros da lua,
as ondas dos Oceanos, os acordes desse
sopro indelével: a vida. Fiz da solidão minha
nudez mais pura, o meu pão, a minha sede,
e da ausência a ressecar-me os olhos,
os caminhos todos do mundo. Renasço
no fulgor de cada estrela e, no fogo,
desfaço as cinzas do meu ser minguante:
fagulha a incandescer-me no universo inteiro.
Alexandre Bonafim
In: A outra margem do tempo. São Paulo, 2008
de acalentar os meus olhos mais antigos.
Foi sempre a fome, companheira peregrina,
que me impeliu a seguir os roteiros da lua,
as ondas dos Oceanos, os acordes desse
sopro indelével: a vida. Fiz da solidão minha
nudez mais pura, o meu pão, a minha sede,
e da ausência a ressecar-me os olhos,
os caminhos todos do mundo. Renasço
no fulgor de cada estrela e, no fogo,
desfaço as cinzas do meu ser minguante:
fagulha a incandescer-me no universo inteiro.
Alexandre Bonafim
In: A outra margem do tempo. São Paulo, 2008
19 comentários:
em ti Graça os caminhos são sempre de percorrer.
lenta e lentamente.
para que não se perca nenhuma das tuas palavras.
e que eu agradeço.
sensibilizada.
Há coisas que não consigo entender: como não ficar felizes
(e até mesmo orgulhosos) com os
êxitos dos nossos amigos? Será que aqueles que andam "à cata" da eternidade "aqui" ainda não perceberam que vão morrer num minúsculo planeta que, até ele, irá estoirar? Por isso fico-me apenas com "isto": que grande livro é este,o do Alexandre, como o teu também o é... Fiquemos com estas coisas boas, deixemos o corso para os míopes...Bjs. V.
Excelente Amiga:
Retracta ternamente uma insatisfação que é a sua.
Um poema complexo de interpretação muito subjetiva e direccionada para elites do pensamento e do sentimento.
Penso que se deve à incompreensão dos brilhantes poetas que é, rumo ao bem estar e pela busca da perfeição satisfeita do sentir.
"Seara Alheia", fica registado com delícia.
As palavras comunicam ternamente entre si com harmonia e bom gosto.
Gostei muito de ler a mensagem de inconformismo.
Excelente!
bj Amigos sinceros.
Evidencia muita capacidade poético/literária.
Com amizade. Sempre!
pena
da incandescência, sem dúvida. mas ainda assim nada substitui os seus versos, querida graça. o autor que me desculpe. um grande beijinho e votos de bom fim de semana *
Texto poético de grande sensibilidade.
Gostei deste poema de Alexandre Bonafim.
Beijinhos.
Teresa P.
Muito bonito, sensível
beijinhos
Escolheste bem.
Obrigada por me teres feito conhecer alguém que escreve tão bem.
Bem hajas!
Deixo aqui o link para o meu novo blog de poesia, “uma só vida?...”
Vou postar por lá a minha poesia toda, entre 1995 e 2008
Acrescentei lá o teu link, estou a tentar juntar o máximo de blogs de poesia em português
bom fds
Como sempre, gosto do que escreve ou do que selecciona de outros escritores, demonstra a sua sensibilidade.
Bom fim de semana
Poema bem escolhido. É isso mesmo: somos nada e... o universo.
(A propósito: o que é o universo?)
Quem faz da sua nudez a solidão mais pura, nunca está sozinho...
abraços!
Querida Graça, sinto-me em júbilo ao ver meu poema no seu blog. Para mim, essa homenagem cala fundo no enterno da amizade. Sinto-me gratificado, perante a vida, perante a poesia, por ter uma amiga, uma poeta tão sutil, tão delicada, como você, como companheira na lide da palavra. Abração do Alexandre Bonafim.
Um excelente poema. Mais uma vez. Em seara alheia não metas a foice, dizem, mas eu atrevo-me a reler.
Beijinhos
um poema muito belo...
gostei muito.
Obrigada amigas e amigos. O Alexandre Bonafim é um poeta jovem. O poema que aqui publiquei pertence ao lindíssmo livro "A outra margem do tempo", o 2º livro do autor, cuja leitura recomendo.
Beijos.
Não conhecia esse poeta, mas fiquei muito comovida com suas palavras.
Grande abraço.
obrigada por esta partilha, tão despido renascer
...
:,o)
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