2.3.09

Em seara alheia


Na esquina da tarde pintei
a barraca da feira dos teus olhos,

depois ali fiquei, feliz,
no gosto da obra consumada…

Ah, pudesse eu prender-te a limpidez que trazes
em delicados fios de ráfia e prata fina!
Pudesse eu lustrar-te o corpo e ferir o ar
com entusiásticos odores de limonete e rosas bravas!
Pudesse eu tecer-te essa terrível solidão
com êxtases e horizontes que só para ti inventaria!

Pudesse em tudo ousar para que fosses
arco dos teus olhos
que encostado a fontes múltiplas
ansiasse que eu pudesse.

Victor Oliveira Mateus
aqui
In: Nas águas a luz suspensa. Lisboa: Minerva, 1998

38 comentários:

Licínia Quitério disse...

Obrigada pela generosidade que pões na divulgação de talentos alheios.

Gostei de conhecer este Poeta.

Beijinho.

Mié disse...

Ah, pudesse eu!!

bem colhido. Depois vou lá.

beijo

obrigada

Portaria59 disse...

Convido o autor deste blog assim como os seus leitores a verem o anúncio que coloquei no blog: http://portaria-59.blogspot.com/
que levanta sérias duvidas acerca do caso BPN.
Cumprimentos e obrigado

Anónimo disse...

pudesse eu escrever assim e seria feliz. além do poema, gostei muito do título do livro mencionado em rodapé. um grande beijinho, graça.

O'Sanji disse...

Como o Victor sabe "cantar", de forma tão terna e suave, os sentimentos!
Obrigada por o trazer aqui!
Beijo

São disse...

Parabéns pel abertura a outros poetas, Graça!
Boa semana.

Celina Rodrigues disse...

Pudesse eu resistir à profundidade das suas palavras...
mas mesmo que pudesse não resistia.
um beijo

Paula Raposo disse...

Mas que maravilha de poema! Obrigada pela partilha porque eu vou já lá ver o resto. Muitos beijos.

Pena disse...

A sua poesia terna, doce e linda de entusiásticos odores de limonete e rosas bravas permanece com encanto e ternura.
Contemplativa. Fascinante. Profunda de significação numa pessoa adorável.
Uma fantástica poesia de atitude contemplativa extraordinária.
Tão bela.
Beijinhos amigos de imenso respeito e estima.
Sempre a admirar o que "constrói" com um toque pessoal de magia nas palavras...ou nas opções fabulosas só suas que efectua...

pena

De Amor e de Terra disse...

Olá Graça, boa noite.
Que beleza de Poema; obrigada pela partilha.
Beijos

Maria Mamede

Parapeito disse...

:)e de certeza que é uma seara cheia de belo trigo dourado.

Gostei...Ele que não deixe de Ousar ****

isabel mendes ferreira disse...

se eu soubesse um dia escrever assim.....
se...



se



Beijo Graça........tanto!

Victor Oliveira Mateus disse...

Graça,

desta vez é que vou corar mesmo!

Este foi o meu primeiro livro...
já o Henrique no "insónia" tb postou um texto de um outro, tb antigo... Tenho passado a vida a
esconder estes livros!, mas vendo bem, o poema até nem está mau!
Espero-te no dia 21 no lançamento
do próximo!!!
Obrigado por mais este gesto de generosidade. Um Beijo.

P.S. Eu já não me recordo, mas deve
haver uma gralha no post: antes de
"arco" falta "o"... mas talvez seja
gralha no livro. Já não me lembro
mesmo!

dade amorim disse...

Uma bela escolha, Graça.
Beijo.

Adriana Riess Karnal disse...

o final é inesperado! Graça, como sempre foste fundo na alma, gostei de tudo!

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

eu conheço e admiro a poesia e a prosa do Victor, acho que ele é um Poeta por inteiro e a prova disso é este poema.

fica um beij

Unknown disse...

É lindo este poema.
Obrigado.
Eduardo

José Ángel García Caballero disse...

um poema que reflecte optimismo, vontade de fazer, construir...

um beijo

Menina Marota disse...

Pudesse eu... dizer a felicidade que sinto, que é o sabermos partilhar sentimentos e atitudes.

Muito grata por este momento Graça.

Beijo e uma boa semana ;)

Pedro S. Martins disse...

Música fervente.

JPD disse...

Belíssimo poema.

Acho muito interessante estas parcerias de poesia.

Há uma enorme fraternidade entre quem escreve poesia.

Eu sinto-me grato por.

Bjs

Anónimo disse...

"Pudesse eu tudo ousar..."

Muito belo e tocante este poema.
Parabéns!
beijo.

simplesmenteeu disse...

...Pudesse eu dizer-te o que sinto...
e as palavras cantariam, nos caminhos que abria no teu corpo...
Pudesse eu ser a brisa mansa e nem precisavas ver meus dedos,
quando leves te tocam, no medo de acordar-te...

Obrigada pela partilha desta forma tão delicada de falar de amor.
Beijo

maré disse...

pudesse eu ser a folhagem despontante da ternura.
o pão maduro de luz.

pudesse eu... em ardor, para além dos lábios.


_____

nunca li o Victor

Obrigado Graça
e um beijo grande.

sem tempo ultimamente, mas "falarei" brevemente.

adouro-te disse...

Ai se o poder fosse meu... obrigava o querer a ser eu!
Beijo.

Mar Arável disse...

Sempre podemos

se não falarmos baixinho

Generosa Licínia

BJ

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Olá, Graça! Nossa, tão bom estar de volta! Estou tão atrasada nas postagens! Lerei uma a uma com o deleite emtampado em meu peito.
Feliz em ver um poema do Vítor, que, aliás, dispensa comentários. Não, não dispensa não; é lindo, poético, tocante, delicado.
beijo no coração

jorge esteves disse...

Um belo poema, sem dúvida!...

abraços!

© Maria Manuel disse...

não conhecia o poeta, obrigada. gostei de ler.

beijo, Graça.

Anónimo disse...

Quem em derá... há quem me derá..
Amei esse poema..é lindo!

bjs

www.asastortas.wordpress.com

tecas disse...

< pudesse em tudo ousar para que fosses
arco dos teus olhos> Maravilha. Não conheço o poeta Victor M.. Fiquei a conhecer. Obrigada querida pela partilha e divulgação de outros poetas no seu blog. Um abraço amigo.

mariab disse...

absolutamente merecedor de divulgação. obrigada, Graça, por mais este caminho a percorrer.
beijos

livia soares disse...

Muito bem.
Além dos teus poemas, que são lindos e reveladores, também nos presenteias
com estas descobertas. Este ano eu hei de ter mais tempo para passear por aqui. Com calma e atenção para desfrutar de tudo.
Um abraço, Graça.

Pena disse...

Li e reli atentamente.
Um poema fantástico. Delicioso numa sensibilidade extraordinária poética maravilhosa.
Magia pura e terna.
As palavras soltam-se majestosamente num sopro de ternura e encanto.
"...Pudesse em tudo ousar para que fosses
arco dos teus olhos
que encostado a fontes múltiplas
ansiasse que eu pudesse..."

Lindo...! Um poema fabuloso a que deu viva voz. Brilhante!
Com amizade...Beijinhos de forte estima e gigantesco respeito
Sempre a admirá-la

pena

OBRIGADO pela sua preciosa amizade.

Eu disse...

Hoje decidi visitar todos os blogs que acompanho.

E é com imenso carinho que
venho lhe desejar
um belo final de semana

Um abraço carinhoso

Manuel Veiga disse...

belíssimo poema.

belas (e generosas) as "searas" que cultivas

abraço

Gisela Rosa disse...

Belíssimo poema do Victor!
e fico "com êxtases e horizontes que só para ti inventaria!"

Belíssimo Graça, adorei!

São disse...

Que tenhas um Dia da Mulher excelente, Graça!
O meu abraço.