27.8.15

O fim e o começo de múltiplas evasões

Dinis Ponteira

Vou pela irregularidade das pedras
de uma aldeia envelhecida.
Há casas vazias com manchas de verdete
 no trinco das portas e muros caídos
que são o fim e o começo de múltiplas evasões.
Os líquenes cobrem aleatoriamente
os degraus de granito e é lodoso o fio de água
vertido pela fonte de outras sedes.

Graça Pires
De Uma vara de medir o sol, 2012

44 comentários:

chica disse...

Lindo e quanto podem falar cada uma daquelas pedras amontoadas por lá! Adorei ! bjs, chica

Ani Braga disse...

Oi Graça querida



Lindo poema. E a imagem maravilhosa!


Beijos
Ani

Anete disse...

Bonito e bastante reflexivo, Graça!
Palavras fortes que trazem revelações da vida e de suas nuances...

Beijinhos e carinhos

Smareis disse...

Muito bonito o texto, olhando essa imagem me fez refletir bastante. Quantos mistérios e segredos poderíamos encontrar por trás dessa velha construção.
Beijos e ótima tarde Graça!

Marta Vinhais disse...

O abandono, a solidão... mas as histórias que contam, os segredos que escondem...
Lindo....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

La Joie de Vivre! disse...

querida Graça, a fotografia está deslumbrante e o poema é lindíssimo. adorei! beijos

Nequéren Reis disse...

Texto maravilhoso a inspiração vem do fundo da alma
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=EgeQXJjUpSQ
Blog:http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/

Luis Eme disse...

O retrato (pouco poético) de aldeias sem fim da Beira Interior...

abraço Graça

Lucinalva disse...

Oi Graça
Lindo poema, desejo uma bela noite. Bjs

José María Souza Costa disse...


Estimada, Graça.

O seu poema, retrata alguns pedaços de necessidades, que espalham-se à Terra sem fim.
Muito interessante.
Abraços

Reflexos e Sinais da Alma disse...

Olá Graça ,

É verdade sim , em cada Olhar encontramos sinais de uma finalidade ou de uma evasão ... Excelente Momento de Escrita que nos propõe uma reflexão sobre as mensagens que comportam as observações ...

Um Abraço
Luis Sousa

Isa Sá disse...

Muitas histórias se escondem atrás de imagens como essa.

Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

Ives disse...

Que lindo retrato em palavras. Trouxe-me algo de nostálgico a foto! abração, lindo poema

AC disse...

O fim parece óbvio, o começo exige esperança sem verdete. No fundo, um ponto de chegada é sempre um ponto de partida.

Um beijinho, Graça :

Cadinho RoCo disse...

Nas pedras do tempo o rastro de feitos antigos.
Cadinho RoCo

Lourdinha Vilela disse...

Há lágrimas no começo e no fim. Um fio talvez. Nada é fácil, mas haverá sempre um recomeço.
Um poema tão bem ambientado... E a escolha da foto foi genial. Um grande abraço um lindo final de semana.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

quantas estórias escondidas nessas pedras, nessas casas abandonadas, que um dia foram o lar de alguém.

dói e fico muito incomodada...mas é um facto real.

um bom fim de semana.

beijo amigo

:)

Daniel Costa disse...

Graça Pires, quanta imaginação pode a florar à mente de um poeta ou de uma poetisa, observando as velhas aldeias, não só as do xisto.
Beijos

jorge esteves disse...

Quantos destes lugares escorrem pelo poema, amiga!...
jorge

Suzete Brainer disse...

Uma realidade triste e dorida descrita com a
maestria poética ecoando na sensibilidade...
A imagem e o poema evocam uma solidariedade emergente...

Um leitura preciosa, Graça!

Um final de semana luminoso, Poetisa.
Beijo.

Ana Tapadas disse...

Cheguei...a um lugar assim...
Dolorosa a realidade que tão bem enches de poética.

Beijo

Teresa Durães disse...

Casas de antiga memória!

Mirtes Stolze. disse...

Boa noite Graça.
Um poema que nós faz refletir, com uma bela imagem. Quantas vidas se passaram por estes lugares. Agora são casas abandonadas. Um abençoado final de semana amiga. Beijos.

Agostinho disse...

Quem disse que as pedras
jazem definitivamente mortas
se claramente contam histórias
de vida abandono e traição?
Até as que cobrem as campas
agrilhoadas pela promessa
de silêncio bradam aos céus.

Majo disse...

~~~
~ Abandonos que nos transmitem a solidão
dos lugares ermos de quem se viu forçado
a abandonar o seu chão...

~~ Mais comum hoje, do que em 2012...

~~ Nostalgia e desolação
~ numa notável e tocante poesia descritiva.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

~~ Um final de Agosto muito agradável. ~~

~~~~ Abraço amigo, Graça. ~~~~
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

teresa p. disse...

Aldeias abandonadas onde as marcas de vida são bem evidentes. O poema descreve esta realidade com muito sentimento e beleza. A imagem faz parte do meu imaginário e transmite grande nostalgia e emoção. Lindíssimo!!!
Beijo.

As Mulheres 4estacoes disse...

Cada tempo e lugar,contam sua história.

Mar Arável disse...

Pedras vivas

as tuas

Bjs

Shirley Brunelli disse...

Graça, você nos leva à fonte de outras sedes...
Lindo!
Beijos!

Graça Pires disse...

Boa tarde, Alinne Bessa. Agradeço a sua informação e o seu conselho, mas este blog é apenas de divulgação de poesia.
Um beijo.

Evanir disse...

Com o tempo começamos a sentir saudades de todos amigos ,
que passaram em nossas vidas e que ainda permanece.
Estou dando uma volta num passado não muito distante
espero que goste dessa fase de recordar é viver.
Uma abençoada semana que Deus lhe abençoe sempre
e sempre.
Beijos no coração.
Evanir.

Cleri Biotto disse...

Lindos, foto e poema. Faz vem aos olhos e a alma em tempos tão cruéis.

Unknown disse...

Bom dia, Graça. Quando o pouco de água restante vira uma camada lodosa, que agonia será para quem a ingere, traz doença.
Parabéns.
Linda semana de paz.
Beijos na alma.

Ana Freire disse...

Belíssimas palavras, harmonizadas por uma imagem fantástica... que nos fazem reflectir para a desertificação do interior do nosso país... custa a crer que haja desertificação... numa Europa que se vê a braços com uma crise diária de migração... e custa a crer que haja desertificação, em zonas com tantos recursos naturais... mas é o país que temos... que privilegia a atribuição de subsídios... para que nada se produza... e tudo se importe...
E assim vai o mundo... feito de desequilíbrios inexplicáveis...
Adorei o post, Graça!
Beijinhos
Ana

Maria Rodrigues disse...

Sinto sempre tanta nostalgia quando vejo casas abandonadas, fico pensando nas vidas que por lá teriam passado e quantas histórias aquelas pedras teriam para contar.
Maravilhoso poema.
Beijinhos
Maria

Manuel Veiga disse...

tudo se transforma - até as pedras!
apenas o silêncio perdura - em seu perfume magoado.

beijo, Graça.

manuela baptista disse...

a circularidade do tempo


eu gosto das casas de pedra

um abraço, Graça

mz disse...

Uma forma poética de descrever a desertificação do coração do nosso Portugal.
Se existem líquenes, é porque não há poluição.É bom.

Um abraço para si Graça.



Sinval Santos da Silveira disse...

Oi, amiga Graça Pires !
Agora, somente o silêncio não partiu...
Permanecendo para testemunhar algo,
certamente, constrangedor.
E o teu texto emoldura toda esta amarga
aventura. Parabéns e um fraterno abraço,
aqui do Brasil.
Sinval.

ManuelFL disse...

A passagem do tempo, pai de tudo quanto existe, para invocar um autor latino, está magnificamente ilustrada pelo poema e pela imagem das casas abandonadas e arruinadas.
"O tempo passa mas eu espero por ti", disse Lao Tse.

Jaime Portela disse...

Um poema onde o seu talento está bem patente.
Gostei imenso, como sempre.
Graça, tenha um bom resto de semana.
Beijinhos.

Unknown disse...

Coisas que ninguém entende.
Mas talvez a estupidez seja nossa, que não entendemos a política aplicada pelos senhores doutores do nada.

Odete Ferreira disse...

Como me toca! Temática também muito presente em mim, não com a tua arte poética, mas com um sentir de quem vive por perto.
Bjo, amiga

Jaime A. disse...

Os caminhos puxam-nos para outros atalhos, a memória escorre pelos tempos e os nossos passos ficam aquém dos dias.