30.11.15

Sempre em novembro

Obrigada a todas as amigas e a todos os amigos pelo caloroso acolhimento no Porto.


Isenta de mim estarei pronta para riscar
os dias no pó que será barro de oleiro,
em mãos que talham enredos.
Prendo no pescoço um friso
de alecrim e sigo, por atalhos,
a linhagem das árvores de troncos espessos.
É agora meu o tempo acutilante do silêncio.
Faço o inventário inexplicável
dos pássaros que morrem todos os anos,
sempre em novembro,
sempre no fundo de meus olhos,
sempre ao som das primeiras chuvas.
E morro também, de morte lenta,
no cetim das flores desfolhadas
sobre o musgo dos sentidos.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

Fico à espera dos meus amigos mais a Norte para o lançamento do livro no dia 4 de Dezembro, na Livraria Unicepe, às 18.30 h.

Aproveito para informar a 12 de Março de 2016 haverá o lançamento do mesmo livro na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz.

49 comentários:

Blog da Gigi disse...

Belo!!!!!!!!!!!!!! Abençoada semana!!!!!!!!!! Beijos

Ana Freire disse...

Novembro... uma altura do ano... que convida ao recolhimento e introspecção... e talvez de balanço... perante mais um ano, praticamente terminando...
Adorei a calma e a profundidade das suas palavras, Graça... uma autêntica delícia... para os sentidos.
Adorei saber, que tudo tenha corrido bem... e tive muita pena de não poder passar pelo Chiado... uma doença súbita da minha mãe, na passada semana... impossibilitou-me de poder comparecer, como gostaria...
Beijinhos! Boa semana!
Ana

Luis Eme disse...

É sempre o teu tempo, Graça!

abraço

Bell disse...

Sucesso no lançamento do livro

bjokas =)

Cidália Ferreira disse...

Belíssimo poema! Parabéns.Amei

Beijos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Menina Marota disse...

Em Lisboa não podia comparecer de todo, como sabe.
Faço questão de estar no Porto, na Unicepe.
Tomei a ousadia de divulgar na minha página do Facebook e no Clube dos Poetas Vivos, também no Facebook.
Deixo um abraço e até sábado.

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Graça, minha querida!
Que poema lindo! Tão claro de poesia que nos cega em beleza!
Estou feliz e te desejo muito sucesso! Tuas palavras sempre iluminadas, por isso essa claridade, essa clara idade.
Um beijo, minha querida!

Cristina Sousa disse...

Olá Graça, gostei imenso de conhecer este teu recanto.

Não tive conhecimento do lançamento do livro no chiado, ficará para uma próxima.

Muitos sucessos.

Beijinhos e feliz semana

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Oi Graça, que linda e profunda as tuas palavras!
Nós precisamos mesmo fazer um recolhimento de tudo que vivemos durante o ano,
E pelo que ainda está por vir.É uma grande benção podermos sempre recomeçar!
Uma semana feliz para você, e parabéns pelo teu lindo dom.
Beijos!
Mariangela

Evanir disse...

Hoje decidi deixar uma pequena homenagem
a nossos idosos .
Aquele que são a razão do nosso
existir e viver.
Sem duvidas me coloco entre eles
no lugar deles confesso é triste o abandono.
A você na flor da vida com um longo
comigo quem sabe gostará de ler e ver um futuro
que vivendo passaremos por ele uma dia.
Benção de Deus para sua semana.
Beijos saudades.
Evanir.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Olá Graça.
No fundo todos fazemos o inventário dos nossos pássaros mortos, pássaros que podem ser nossos sonhos, nossas esperanças.
Abraços.

MARILENE disse...

Observação e reflexão. Versos lindos, que tocam, já que não podemos deixar de passá-los para as nossas vidas. Bjs.

Marta Vinhais disse...

Momentos para meditar, pensar que no que ficou, no que poderá ainda acontecer...
Sobretudo para ter esperança, encontrar forças para contrariar o adverso...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Ailime disse...

Boa noite Graça,
Muito belo e sentido.
Novembro, o mês que me desliza nos olhos um rio de saudades.
Beijinhos e uma boa semana.
Ailime

As Mulheres 4estacoes disse...

Lindo poema.
Abraços, Sônia.

Unknown disse...

Graça,

Linda sua poesia, uma certeza, de estar ponta para arriscar-se, fazer parte de algo, ver o renascer e o findar dos sentimentos, se deixar morrer e renascer com a natureza, fazer parte de tudo e de nada... Senti assim, adorei seu "Sempre novembro", belíssimo.
Beijo doce.

manuela barroso disse...


Pois é querida amiga!
Perante um sortilégio destes, que palavras? Reler, parar, admirar. Puro encantamento.
Se vou? Claro que estarei lá e levarei também! :)
Até breve, com os meus sincero parabéns e o maior sucesso
Terno abraço

Isa Sá disse...

Muito bonito. Tenha um ótimo dia.

Isabel Sá
http://brilhos-da-moda.blogspot.pt

Blog da Gigi disse...

Lindo dia!!!!!!!!! Beijos

Poções de Arte disse...

Bom dia!
O que gosto nos seus poemas é o "viajar" que me proporciona. Gosto de chuva, dias nublados e lendo suas palavras com imagens assim é algo que me faz sair da realidade.
Desejo sucesso em seu trabalho.
Abraços esmagadores e lindo dia.

Daniel Costa disse...

Graça Pires, a poesia é como uma tela, está sempre a poder ser interpretada por cada qual. É nesse parâmetro que li esta tua, como uma fase da renovação da vida e gostei.
Abraço

Agostinho disse...

Este poema está saturado de ternura, no sentido do encontro que comove, do pó do tempo que nos impele ao reconforto dum abraço. Não sei se sei, Graça. Obrigado.

Não sei se sei
mas sinto
a ligeira nuvem
o pó de barro
quando salta a barreira
sempre em Novembro
Fazem-se contas...
mas pressinto
a grinalda de alecrim
a abrir um espaço sem fim
apesar dos “pássaros”
“todos os anos”
em Novembro

Bj.

Shirley Brunelli disse...

Seus poema são todos belíssimos, Graça.
Beijos!

Ives disse...

"sobre os musgos dos sentidos" que verso fenomenal! abraços

Teresa Almeida disse...

Parabéns, Graça!
Colho Novembro no teu verso e
deleito-me.

beijos

São disse...

Novembro, um tempo de recolhimento, sem dúvida.

Todo o sucesso merecido para o teu livro.

Beijinhos, linda

Manuel Veiga disse...

serena aceitação do pó e do barro, que somos...

apenas uma grande Poeta atinge tal depuração da palavra!

adorei, minha querida Amiga!

beijo

ManuelFL disse...

Novembro é o teu mês, querida poeta.
Este é um poema possuído pelo 'tempo acutilante do silêncio, pó do barro do oleiro, som das primeiras chuvas, flores desfolhadas'.
A fotografia é magnífica.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

todos temos um mês em que fazemos o inventário de que a Graça nos diz diz neste magnifico poema,
e Novembro será sempre esse mês (para si)
gostei

um beijo

:)

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, votos para que tenha o maior sucesso.
AG

tb disse...

Há sempre um tempo para tudo e também para o silêncio.
Ai Graça que belo poema!
Parabéns por mais "um menino" e lá estarei contigo se até lá viver.
Um beijinho terno

Maria Rodrigues disse...

Um Novembro tão cheio de nostalgia.
Graça, aproveito para agradecer o seu carinho ao ter comemorado comigo o aniversário do meu marido, deixando a sua preciosa mensagem.
Beijinhos
Maria

Mirtes Stolze. disse...

Boa tarde querida Graca.
Tenho certeza que foi um sucesso, pois a sua poesia são ótimas, amiga estava ausente do virtual, a vida off precisou de mim integralmente, saudade de ler os seus lindos poemas e de sua abençoada amizade. Um feliz més de Dezembro. Forte abraço.

Arroz Di Leite disse...

Bom dia Graça,

passei para lhe desejar uma ótima e abençoada sexta feira.

Bjs

Tânia Camargo

Daniel C.da Silva disse...

Renascer é ter morrido outra vez... A beleza está no recomeço...

Um beijinho e felicidades para o livro

teresa p. disse...

"É agora meu o tempo acutilante do silêncio"
Sublime este poema! Um "inventário" lúcido, terno e melancólico.
A foto é lindíssima!
Beijo

Unknown disse...

Embora so tenha descoberto este teu cantinho mais recentemente, gosto muito do que escreves e de acompanhar por aqui.

Fernando Santos (Chana) disse...

Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Anete disse...

Graça, mais e mais sucesso com os seus poemas!
Palavras profundas e fortes, precisamos mesmo avaliar os nossos dias... Somos vasos de barro nas mãos do Oleiro!...

Bom fim de semana. Bj

Manuel Luis disse...

Através dos seus comentários nos blogues, cheguei aqui. Gosto de ler poemas e sentir mas quando chega o minuto de os comentar é que é mais difícil.
Este seu poema traz o Outono que senti nestas semanas.
Um abraço

mz disse...

É no silêncio do nosso tempo que tecemos os melhores enredos transformando esboços de ideias capazes de transformar morte em poema.

Muito sucesso para o lançamento do seu livro!

Um bom fim de semana,
beijo.

Parapeito disse...

Belo. muito belo
Abraço e que sejam muitas as brisas doces no Porto ***

jorge esteves disse...

Lamento o não ter podido estar presente: Espero que tenha sido o envento que estava dentro das suas expectativas. Assim lhe daria merecimento ao (belíssimo) trato que dá às palavras. Que leio sempre com (renovado) prazer.
Um grande abraço, amiga!

Ana Tapadas disse...

Ainda não perdi a esperança de te encontrar...
Belíssimo poema...ah Novembro!

Beijinho

AC disse...

Assim as palavras sigam o seu rumo...
Parabéns, Graça. Mais uma vez.

Um beijinho :)

Magia da Inês disse...

✿ه° ·.
Sentimentos, poesia e toda a delicadeza da natureza.
Sua poesia é preciosa!

Boa semana!
Beijinhos.
❤ه°˚ ·.

Jaime Portela disse...

E todos vamos morrendo de morte lenta...
Mais um excelente poema, como sempre.
Graça, tenha um bom resto de domingo e uma boa semana.
Abraço.

Jorge Castro (OrCa) disse...

E por lá nos encontrámos, na grande urbe, entrelaçados nos teus bons poemas. Bons, além de belos.

Odete Ferreira disse...

É no recolhimento que damos conta destas partidas...
Belíssimo!
(Que bom o norte ter-te acolhido tão bem!)
BJO :)