22.2.16

Em seara alheia


POEMA PARA UM VERSO DE FERNANDO ASSIS PACHECO

Se fosse Deus parava o sol sobre Lisboa
No instante da sua força ao meio-dia
Como se a cidade fosse uma pessoa
A entrar na eternidade da fotografia.
A preto e branco como são as colinas
No coração de quem amou esta cidade
Em encontros e mensagens clandestinas
Para o sonho que se perdeu e é saudade.
Este prédio já foi o Palácio Galvão Mexia
Ficaram os alicerces da antiga construção
As paredes contam a história de cada dia
A quem as souber escutar com atenção.
Depois é o ruído da água em surdina
Na fonte onde o garoto vende jornais
Descalço e de barrete chega à esquina
Duma vida feita de horas sempre iguais.

José do Carmo Francisco
In: Poemas de Lisboa e Borda de Água, Lisboa: Apenas Livros, 2014, p.59

52 comentários:

Manuel Veiga disse...

se eu fosse Deus também pararia o Sol...
e como não tenho a dimensão do Poeta, meu Sol ficaria preso num ínfimo lugar - apenas!

tão grande e tão ignorado o poeta que evocas!

beijo, minha Amiga

Anete disse...

Graça, uma boa semana!
Poema bonito e realista. Bela Lisboa, com suas histórias e saudades...
Abraço

Cidália Ferreira disse...

Maravilhoso poema. Parabéns pela escolha. Adorei

Beijinho e uma excelente semana.
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Agostinho disse...

A evocação de FAP num verso luminoso para o poeta evocar o paradoxo de um sol sobre as colinas. Onde a cor se reduz à uniformidade do branco e, simultaneamente, à sua negação e ausência - o negro. A negação da aparência?
Bj.

Fê blue bird disse...

Fico sempre fascinada por encontrar grandes poetas neste nosso pequeno Portugal.
Este poema é exemplo disso.

Um beijinho amiga Graça

As Mulheres 4estacoes disse...

Que belo poema.
Um abraço,
Sônia.

lis disse...

Bonito poema de um autor que não conhecia.
... e que louvação bonita a Lisboa!
o sol é realmente algo que resplandece a beleza dos morros,dos mares,do céu de imenso azul.
Obrigada pela acolhida,Graça
abraços

* tive um pouco de dificuldade pra acessar eu blog _uma mensagem sinistra aparece,mas nao me fez parar(respondi que queria correr o risco)_ tenta descobrir se é só no meu Pc ou de mais amigos.Se for só no meu está resolvido, nós vencemos! rs

Bell disse...

Lisboa é uma cidade que eu gostaria muito de poder conhecer.

bjokas =)

anamar disse...

Lisboa, mata de amor pela sua beleza....

Um dia ainda será ,mais bela.

Obrigada pela visita e perdoa minhas ausências.

Beijinho,

Ana

Ana Paula disse...

Tão bonito a declaração de amor a uma cidade.
Não conhecia o poeta. Gostei muito dos versos.
Obrigada pelo carinho lá no blog!
beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Evocar FAP já de si é uma mais valia, que resultou neste poema que
e uma declaração de amor a Lisboa.
e eu costumo dizer não há azul como o de Lisboa e se o rio é inspiração, Lisboa é paixão.
muito bem escolhido o poema.
boa semana
beijo
:)

São disse...

Gostei mesmo muito do poema.

Grato abraço por dares esta oportunidade de o conhecer.

Beijinhos e boa semana :)

Ani Braga disse...

Oi Graça querida


Lindo poema... Mas o seu comentário no meu blog, me deixou sem fala... Lindo!!!


Beijos
Ani

Shirley Brunelli disse...

Que bonito esse poema...
Beijos!

Nequéren Reis disse...

Seus poema sempre encantador eu amo, DEUS abençoe a sua semana.
Canal:https://www.youtube.com/watch?v=apP6eHn5PlI
Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/

Teté M. Jorge disse...

Que versos de grande beleza!!!
Um beijo e uma flor

Luis Eme disse...

Uma boa recordação do JCF.

abraço Graça

MARILENE disse...

A cidade inspira os que a amam e quando se é dotado de talento, os detalhes ficam todos visíveis aos olhos de quem lê. Bjs.

Ives disse...

Olá! Que linda ode à bela Lisboa! abração

Existe Sempre Um Lugar disse...

Bom dia, lindo poema e obrigado pela excelente partilha que dá a conhecer mais um poeta português.
AG

Marta Vinhais disse...

Um poema cheio de luz e de amor...A uma cidade, à beleza e aos segredos que se decifram todas as vezes que se olha...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Cristina Sousa disse...

Belo poema.

Gostei de conhecer este poeta, obrigada!

Um beijo

Blog da Gigi disse...

Ótimo dia!!!!!!!!!! Beijos

Cadinho RoCo disse...

Que delícia sentir Lisboa em meio a tamanho lirismo.
Cadinho RoCo

Nequéren Reis disse...

Que bela recordação
Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br
Meu canal:https://www.youtube.com/watch?v=apP6eHn5PlI

Daniel Costa disse...

Belo poema de José do Carmo Francisco, a Fernando Assis Pacheco, com quem interagi, dirigia ele a revista de Espetáculos MUSICALÍSSIMO.

Olha, gostaria muito te ter a comentar Salvador da Baíha, no meu blog, BRASIL: O SORRISO DE DEUS, que se está a encaminhar para ser história pós cabralina do Brasil.
http://amornaguerra.blogspot.pt/

Abraços

Ana Freire disse...

A saudade... e a dádiva da luz para a atenuar... a alma de Lisboa... neste belo poema...
Uma belíssima partilha!!! Desconhecia este poema... grata por isso, nesta encantadora escolha, Graça!
Beijinhos!
Ana

Ailime disse...

Boa noite Graça,
Que poema fabuloso!
Não conhecia este magnífico poeta e apreciei muito o seu estilo.
Muito obrigada por tê-lo dado a conhecer!
Beijinhos e continuação de uma boa semana.
Ailime

jorge vicente disse...

Belíssimo poema, minha amiga!!!

Muito obrigado pela partilha
Beijos
Jorge

O Puma disse...

Venham mais cinco

Unknown disse...

Querida, Graça, nos brindastes ao escolher esse lindo e charmoso poema, para nossa degustação, uma perfeita e bem vinda nostalgia...
Beijo bem docinho e linda semana!

Odete Ferreira disse...

Quando se ama assim a (sua) cidade, todos gostaríamos que o sol "parasse" nela.
Contudo, sem este engenho e arte.
Grata pela partilha, Graça.
(Quantos bons talhantes das palavras temos, amiga!)
Bjo :)

Poções de Arte disse...

Que lindo poema, ressaltando as belezas da cidade!
Só os olhares atentos são capazes de perceber essas belezas.

Abração esmagador e lindo dia.

Suzete Brainer disse...

Que belo Poema, um amor a sua cidade com olhos da poesia!...
Grata pela partilha, Graça!
Uma semana inspiradora para ti...
Beijo.

manuela baptista disse...

poema para uma cidade branca!

Majo disse...

~~~
Nem todos dispõem de capacidade para

compreender e admirar a intensidade deste poema.

Só os que aprenderam a amar a velha Lisboa, sempre jovem..,

~~~ Beijinhos pelo bom gosto, Graça.
~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~

Sinval Santos da Silveira disse...

Nossa, Amiga, Graça Pires !
Que bem escolhidos versos, a partilhar.
Que referências fervorosas...
Muito agradecido, querida, com um carinhoso
abraço, aqui do Brasil.
Sinval.

Ana Tapadas disse...

Ah! Belíssimo poema sobre a querida Lisboa angulosa e bela. Lindo.

Beijo meu, Graça.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Este poema é lindo e dedicado a Lisboa uma cidade

que amo muito. Trabalhei durante muitos anos em Lisboa,

e após estar reformada, cada vez que lá vou, sinto-me sempre

mais feliz.

Beijinho, amiga.

Irene Alves

madrugadas disse...

Lisboa e as suas colinas, uma cidade de sonho onde a vida se tece nas cores do entardecer.
Um poema muito bom.

teresa p. disse...

Lindo poema sobre uma Lisboa antiga, mas sempre bela. Obrigada por esta partilha.
Beijo.

Pérola disse...

Sentir Lisboa como só é possivel nesta cidade.

Beijinhos

DE-PROPOSITO disse...

O Sol quando nasce é para todos (um ditado muito antigo).

Que a felicidade ande por aí.
Abraço
MANUEL

Jaime Portela disse...

Um excelente poema, principalmente pelo seu início.
Bom fim de semana, querida amiga Graça.
Beijo.

Pedro Luso de Carvalho disse...

Graça,

Gostei muito do poema de José do Carmo Francisco: "POEMA PARA UM VERSO DE FERNANDO ASSIS PACHECO".
Valeu-me também a indicação do livro, publicado em Lisboa. Pode ser que amanhã ou depois o encontre por aqui, em alguma de nossas livrarias.

Bom Domingo.
Abraços.

Arroz Di Leite disse...

Maravilhoso poema!!
Ótimo final de semana.

Bjs

Tânia Camargo

AC disse...

A aura que se perdeu duma certa Lisboa, bem gravada na memória.

Uma boa semana, Graça :)

Eliete disse...

Graça,que afinidade grande que tenho com os blogues de Portugal. Adorei o seu.bj

Mirtes Stolze. disse...

Boa tarde Graça.
Que lindo poema de José do Carmo Francisco, obrigada por compartilhar conosco, um lugar lindo. Uma feliz semana amiga. Grande abraço.

Ana Freire disse...

Passando novamente, só para dizer, Graça, que nos próximos dias, atribuirei a este blog, uma distinção, que a mim, também me foi atribuída, há uns dias atrás...
Beijinhos! Continuação de uma boa semana!
Ana

Sam disse...

Olá!!
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José Carlos Sant Anna disse...

Uma bela partilha, Graça.
Fui conhecer um pouco mais do José do Carmo Francisco. É um poeta de mão cheia.
Descobri que, na sua poesia, há um universo em permanente renovação. Um universo de luz e sombra em que o sujeito respira e se encontra.
Forte abraço,