27.2.17

Só folheio os jornais de vez em quando

Magritte

Só folheio os jornais de vez em quando.
Quase tudo o que se escreve
são golpes confusos
que abrem nas entranhas a impressão
de um mundo por entender.
A verdade chega-nos apenas
através do silêncio dos que sonharam
um tempo sem estas ruínas
que descarnam e sepultam
a mais valiosa esperança.

Graça Pires
De Uma claridade que cega, 2015

49 comentários:

AvoGi disse...

Pois já eu folheio todos os dias. É um vício
Kis :=}

Lídia Borges disse...


Ainda é possível sonhar o tempo sem estas ruínas. A verdade é uma ave difícil de alcançar, mas... Tentar é preciso.

Beijo meu

Lídia

Cidália Ferreira disse...

Palavras sábias! Grande verdade.

Feliz Carnaval!

Beijos

Regina Figueiredo disse...

Perdi a vontade de ler jornais.
Adorei o seu poema! Tão verdadeiro.
Beijinhos

LuísM Castanheira disse...

Minha Amiga, Graça
Como eu a compreendo... e concordo.
O dito 5. poder, muitas das vezes é "a voz do dono', mas ainda acredito no bom jornalismo e em bons jornalistas, aqueles que não se vendem e só a a consciência é ditame.E eles existem e vão resistindo.
Pior está a Televisão, com esses fazedores de opinião...
Claro que o poema está datado a um tempo, embora recente, já parece tão distante. E a mudança aconteceu...
Um beijo, Amiga e uma semana feliz.

Alfredo Rangel disse...

Graça, é assim o que acontece hoje no meu Brasil. Golpe, desesperança, impotência, incompetência e tristeza. Sem perspectiva de melhora. Beijo e parabéns pela poesia.

Marta Vinhais disse...

Que se continue a sonhar... Que a verdade seja dita...Sem que se magoe as palavras...

Obrigada pela visita

Beijos e abraços

Marta

Mar Arável disse...

São rosas minha amiga são rosas

Aline Goulart disse...

Ler os jornais da nossa atualidade está bem complicado mesmo. Porém, não podemos perder a vontade de sonhar com dias melhores, apesar de... Estava com saudade daqui. Estou voltando aos poucos com a rotina do blog. Beijinhos e ótimo feriado.

Arroz Di Leite disse...

Dizem que um dia o sonho pode tornar-se realidade, quem sabe.
Bjs

Tânia Camargo

Mirtes Stolze. disse...

Boa tarde Graça.
Um poema bem verdadeiro. Aqui no Brasil se tornou uma tarefa dificil ler os jornais e não senti desanimo tamanho é a corrupção. Uma feliz semana. Abraços.

Sinval Santos da Silveira disse...

Boa noite, querida Amiga, Graça Pires !
Aqui na minha Terra, a chamada "imprensa investigativa",
é temida pelos corruptos, e tem ajudado muito a conter a
onda da roubalheira dos cofres públicos.
Os tele jornais gozam de ótima credibilidade...
Oportuno, o tema. Parabéns.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil !
Sinval.

tulipa disse...


OLÁ GRAÇA

Ohhh agora raramente folheio os jornais
vejo as notícias online
e algumas vezes ouço/vejo pela televisão
Cada vez menos é verdade

90% das notícias
são mesmo golpes
feitos com todo o descaramento
...
Eu mesma digo
que não pertenço a este mundo
e
da maneira que está
nem o quero entender.


Obrigada pela visita!
Tem sido uma grande Amiga, sempre presente.

Beijo
Bom Carnaval

Fernando Santos (Chana) disse...

Belo poema...Espectacular....
Cumprimentos

Rita Freitas disse...

Sim. Eu sinto necessidade de férias de jornais e telejornais, para bem da minha sanidade mental :)

Beijinho

Isa Sá disse...

Confesso que não leio muitos jornais...


Isabel Sá
Brilhos da Moda

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

Eu ainda os leio, se bem que em alguns casos (muitos) não é jornalismo que leio mas apenas mentiras carregadas de verdades e vice versa e é verdade o que diz.
a esperança morre por entre essas notícias, e não devia, pois ela será sempre a última a morrer.
mas um belo momento de poesia.
aqui!
beijinhos
:)

Cadinho RoCo disse...

Qual o sentido de verdade estará esparramado pelas folhas do jornal?
Cadinho RoCo

Anete disse...

Graça, o meu abraço nesta 3a feira...
Bonito poema! Versos realistas, mas, c toda ruína, podemos viver a paz e espalhá-la mundo afora... Ainda há esperança!

Tais Luso de Carvalho disse...

Nossa Senhora... amiga! Também cansei, belo poema, tão verdadeiro. Não estou conseguindo vencer tantas informações! Não consigo ler tudo. Afinal, temos rádio, televisão e Internet; esta última cada vez mais rápida, mais interligada. Confesso que fui viciada em informação, em jornal, sim, essas mesmas que muitas vezes são mentiras plantadas. Jornal, deixei de lado, mas noticiosos via rádio e televisão ainda fazem meu ópio...Mas me pergunto: para que tanta informação? É a mania de saber as opiniões.
O comentário do nosso amigo comum, Sinval, está na medida sobre a Imprensa Investigativa, sinto que nessa hora de perigo às nossas instituições, o povo precisa de informação. Mas confesso que abocanha grande parte do nosso tempo.
Gostei muito do poema, querida Graça! Se deixar...vou longe aqui...rs
Beijo!

Majo Dutra disse...

~~~
Um grito de revolta brilhante, expressivo e pertinente
perante o que se passa neste mundo, que parece
atravessa por um atroz recuo civilizacional...
Unamos os nossos protestos!
«Não podemos ignorar!»
Beijinhos
~~~~~

José Leite disse...

Excelente poesia|! Gostei!

Poções de Arte disse...

Pura verdade...
Parece que só se interessam em mostrar o "lado negro". Também tem muita coisa boa acontecendo e o que deveria ser dado destaque, para tocar os corações e aumentar a esperança, não é mostrado ou quando muito, em espaços tão pequenos que nem chamam a atenção.

Obrigada pelo carinho com a mini horta.

Abraços e feliz dia.

Bell disse...

Eu a muito tempo não leio, só tem notícias ruins.
bjokas =)

Existe Sempre Um Lugar disse...

Boa tarde, actualmente os directores do jornais estão ao serviço de certos interesse políticos, é possível que alguns dos directores sejam remunerados por quem faz a encomenda da noticia, são estes directores que com a sua demagogia defendem a liberdade da imprensa, como tal, os repórteres contratos escrevem o que eles querem sem liberdade ou perdem o seu trabalho, a comunicação social entrou pelo caminho da desinformação para influenciar intimidar a liberdade de pensamento dos portugueses.
O poema é belo e objectivo com enorme alcance.
AG

manuela baptista disse...

esperançoso é o sonho teimoso dos poetas

num mundo de letras, em que dos jornais nascerão pássaros de papel


um beijo, Graça

Ailime disse...

Boa noite Graça, um magnífico poema que refere uma realidade que atordoa.
Um mundo às avessas que não sonhámos e de que apenas o silêncio nos fala.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime

Odete Ferreira disse...

Minha amiga: sobre a (des)informação, estamos conversadas. Nunca se assistiu a tamanha selvajaria.
O poema não é só sobre esta evidência. É, antes de mais, um lamento da impossibilidade da verdade (e da sua pureza) ser a verdadeira história digna de ser escrita.
Excelente, a forma como deste corpo a este grito.
Bjo, Graça

Aleatoriamente disse...

Deixei de querer saber
o que acontece num jornal
As dores tão constantes
injustiças
Fazem-se emaranhados pelo mundo.
Deixei de querer saber
de tristezas expostas.
paz esquecida...
O desamor habita também num jornal .
É necessário está atento o que corre no mundo,
Mas às vezes a pausa disso
também é questão de descanso mental.
Belo texto

Beijinho

Luis Eme disse...

Sim...

tanta verdade neste poema...

abraço Graça

Pedro Luso de Carvalho disse...

A realidade está presente no teu poema, "Só folheio os jornais de vez em quando", que contém também uma verdade filosófica:

"A verdade chega-nos apenas
através do silêncio dos que sonharam (...)"


Beijo, Graça.
Pedro

ManuelFL disse...

Um poema para este tempo de “pós-verdades” e “factos alternativos”, tempo que nos inquieta, interpela e desafia, absurdamente tribalizado e intolerante. «Um mundo por entender», como diz a poeta.
Excelente a escolha de Magritte para ilustrar o poema.
Beijo, Graça.

Jaime Portela disse...

A procura da verdade quase nunca se pode fazer através dos jornais...
Magnífico poema, como sempre.
Continuação de uma óptima semana, amiga Graça.
Beijo.

teresa p. disse...

Tempo estranho este, em que as notícias são confusas e contraditórias, e apenas nos afligem e perturbam. Tal como a poeta, acredito que "a verdade chega-nos apenas através do silêncio dos que sonharam um tempo sem estas ruínas..."
Beijo.

Maria Rodrigues disse...

Um poema brilhante
Beijinhos
Maria

Ives disse...

Fenomenal! beijos

Ana Freire disse...

Um poema incrível, cujas palavras dificilmente fariam mais sentido... sobre estes turbulentos tempos em que vivemos...
Graça, no meu próximo post, irei destacar um poema seu, com um link para aqui, se me permitir... como as traduções são sempre questionáveis... se achar algo menos bem... depois será só dizer-me, que alterarei de imediato!
Beijinho! Bom fim de semana!
Ana

Ana Freire disse...

Acabo de publicar, Graça!...
Qualquer coisa, que ache menos bem, será só dizer, que alterarei!...
Beijinhos! Bom fim de semana!
Ana

Manuel Veiga disse...

inquebrantáveis os sonhos.

excelente (também) este teu registo, Graça

beijo, minha amiga

Suzete Brainer disse...

Excelente poema, acompanhando de uma imagem
de arte deslumbrante , Graça!
Muito importante a inteligência com senso crítico
para a leitura dos jornais e da vida...
Um bom final de semana!
Um beijo.

Teresa Almeida disse...

Um poema de um espírito curioso e acutilante. Verdadeiro, na minha opinião.

Parabéns, Graça.

Beijinho.

baili disse...

a very nice poem,reminded me the small dining table where my father used to sit with newspaper and mom used to mumble about his this habit .
i still wonder what we search in the news papers while having our world front of our eyes or it is is hide and seek ?

CÉU disse...

E JÁ SOMOS DUAS!

Olá, estimada Graça!

Entendi, desta vez, e mto bem o seu poema, que é mais que real e verdadeiro, para além de mto bem escrito.
Os jornais são feitos por Homens, portanto, imperfeitos, que podem distorcer, aumentar ou diminuir os acontecimentos. Assim, fiquemo-nos pelo silêncio e pela força mental dos que amam a Humanidade, o seu semelhante e k são muitoooooooooo poucos. A esperança é um sentimento natural, genético, diria mesmo, e é com ela que seguimos caminho.

Quem faz mais bla bla bla, quem mais reivindica, diz mal, avinagra pessoas e situações, sendo tudo culpa dos "poderosos senhores", do "capital", etc. e tal, são os burgueses (não habitantes do burgo, claro), de meia tijela, que não conseguem escrever uma frase com princípio, meio e fim, salvo raras exceções, ou então, são intelectuais mto bem posicionados na vida, mas k sempre foram do contra. E a propósito disto, dos ricos, dos k têm mto dinheiro, "pergunto", mas k tenho eu a ver que "x" tenha "n" casas e "y" muitos carros, se tudo foi conseguido com trabalho honesto, heranças, investimentos tb honestos e declarados, sim, pke dinheiro parado não rende, mas o k tenho eu a ver com isso?

Eu sei k o mundo vai mudando com o tempo, sempre assim foi e continuará a ser, creio, e com a alternância no poder, sobretudo, pke "A" promete "N" e portanto lá acaba por dar algumas "coisinhas", defraudando outras, logicamente, pke o dinheiro não cai do céu, nem dos bolsos dos políticos, dos governantes.

E é com esperança, alegria e otimismo, que me despeço e lhe desejo uma boa semana.

Beijos e um cordial abraço.

Blog da Gigi disse...

Bom final de semana! Beijos

Lourdinha Vilela disse...

Um poema perfeito!!!
A esperança tem sido apenas um risco intermitente nos caminhos do mundo.
Os noticiários assombram. Sensacionalismo e manipulação, overdose de violência andam me afastando também da busca por informações. Um abraço .

Agostinho disse...

Usurpam o tesouro das palavras para construir labirínticas ilusões e enganos. É de mais.
O poema proclama a verdade com a limpidez que se impõe neste tempo confuso.
Bj.

Graça Alves disse...

Maravilhoso, Graça!
Uma desconstrução perfeita!
Beijinho

José Carlos Sant Anna disse...

Só com a poesia é possível libertar a palavra e a esperança. Esse entendimento do homem com o homem sem a intermediação dos jornais. Ainda resta esperança...
Beijos,

LE CHEMIN DES GRANDS JARDINS disse...

Très beau poème. Superbe toile de Magritte. Un bon moment passé, ici.

Merci