Nas horas mais nocturnas, desenho um círculo
e rastejo, através dele, até à sede.
Bichos sonâmbulos ferem-me a garganta.
Um barco alado irrompe da noite
e mutila a lucidez das mãos.
Um grito único ressoa no meu peito.
Mas, a planície enrosca-se-me na voz
e não me devolve o eco, que só o coração ouve.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
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