
Percorro os fonemas como se dançasse,
envolta numa túnica de água,
guarnecida de espelhos.
Sou Ariadne vestida de espanto.
Nos meus dedos cintilam longuíssimos fios
de um novelo de versos e de sonhos
com que me quero salvar.
Já não me lembro de que mitologia saí.
O meu labirinto tem a forma de um pássaro
conivente com a noite.
Graça Pires
envolta numa túnica de água,
guarnecida de espelhos.
Sou Ariadne vestida de espanto.
Nos meus dedos cintilam longuíssimos fios
de um novelo de versos e de sonhos
com que me quero salvar.
Já não me lembro de que mitologia saí.
O meu labirinto tem a forma de um pássaro
conivente com a noite.
Graça Pires
De Labirintos, 1997
1 comentário:
Querida Graça, nesse seu poema, você alcança, como sempre, a leveza de metáforas repletas de surpresa e encatamento: "túnica de água", "vestida de espanto", "pássaro-labirinto". A sua poesia espelha um olhar trespassado por um alumbramento em eterna infância e constante amanhecência. Ler esse texto é enveradar-se por um labirinto de sopros, de nuvens, enfim, um labirinto repleto de magias, pois é caminho feito de vôos. Abração. Alexandre Bonafim.
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