20.4.07

A quietude de um abraço

Antonio Canova


Há falsos profetas a levante do destino.
É preciso fechar por dentro
as águas furtadas da sorte.
Emparedar os passos.
Não vá haver, por aí, interditos anjos,
a violentar-nos o andar.
Apenas o silêncio é comum às mãos
que acolhem todas as tempestades,
sem desviar os olhos da quietude de um abraço :
labirinto onde aceitamos ser felizes
sem qualquer condição.
Terra natal de todos os desejos.
Sudário das nossas solidões.


Graça Pires
De Labirintos, 1997

3 comentários:

Rosa Brava disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rosa Brava disse...

Espero que me permita, ter-lhe "roubado" este poema e a imagem que o acompanha, para o colocar no meu Refugio...

Um abraço carinhoso ;)

12:36 PM

Graça Pires disse...

Gosto de me ver no seu Refúgio. É generoso da sua parte partilhar comigo o seu espaço. Bem haja. Um beijo.