15.4.10

Em seara alheia



sabes, mãe. uma asa não deixa de bater
porque cai do corpo de um pássaro.

o nome que nos dão, ao nascer,
fica nos retratos, nos envelopes intactos,
nos poemas que hás-de escrever.

às vezes, é o medo que escreve,
outras é o vento, quase sempre
é o vento que escreve, mãe,
quase sempre é o medo.


Alice Macedo Campos
In: Um cão em cada dedo.


Este poema foi-me carinhosamente dedicado pela Alice num momento irremediável da minha vida. Obrigada, minha amiga.

40 comentários:

Paula Raposo disse...

Este poema da Alice é lindo. Como todos os que tenho lido nos seus livros.
Muitos beijos.

hfm disse...

Quando as palavras têm a justa medida e o som perfeito. Belíssimo!

Marta Vinhais disse...

O vento tem sempre uma palavra a dizer....
Lindo o poema da Alice...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Tania Anjos disse...

Graça,

que poema mais lindo...

Às vezes, dizer "lindo" não significa muita coisa; porém, quando digo, é por pura e intensa fruição.

Aplausos!

Bjs!

Luis Eme disse...

o medo e o vento... não sei, depende do poeta, neste caso da poeta.

deve haver quem goste de escrever sem vento...

mas o vento é especial. ainda há pouco, levava a minha filha à escola e al levantar-se o vento ela fechou os olhos.

perguntei-lhe se era por causa do sol. disse-me que não, que era para sentir o vento...

bjs para as duas poetas, Graça e Alice.

São disse...

O poema é bonito.
Espero que não tenha sido doloroso esse momento da tua vida.
Um grande abraço.

avlisjota disse...

E por ele "o vento" três vezes me sento...

Bjos Graça

José

Pena disse...

Oh, Linda Amiga Poetiza de sonho:
Que instante poético mais fabuloso.
Um poema sensível e doce. Lindo.
Parabéns.
Dedicado com uma ternura presente e intensa de magia que faz sensibilizar pela beleza de sentimentos puros e notáveis.
Adorei.
MUITO OBRIGADO pela sua simpatia, compreensão e amabilidade no meu blogue.
Bem-Haja, amiga terna.
Beijinhos amigos de grandioso respeito e estima. Sempre a considerá-la pela genialidade comovedora e fantástica dos seus versos profundos e significativos de pureza e encanto.
Com admiração sempre e de forma constante.

pena


Excelente!
Um versejar delicioso, amiga enorme.

dade amorim disse...

Belo e perfeito, esse poema, que dá bem a medida da sensibilidade de Alice.

Beijos.

manuela baptista disse...

quando a asa deixa o corpo de um pássaro

não é mais asa
é pássaro

...

eu não sabia quem era a Alice, agora já sei!

bonito!

um beijo

à Graça
à Alice

e uma festinha aos 20 cães

Manuela

Fernando Campanella disse...

'...uma asa não deixa de bater
porque cai do corpo de um pássaro...'

aqueles pássaros já não voam...mas as asas vibram, em memória, em saudade dentro de nós

Belo poema de Alice Macedo. Bjos.

Úrsula Avner disse...

Oi Graça, poema encantador, de grande sensibilidade... Espero que tudo esteja bem com você agora. Bj com carinho.

Mar Arável disse...

Por vezes temos medo do vento

mesmo que soprem belas tempestades

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

G.

eu sabia do poema e sei porque foi escrito, na altura falei com a Li sobre o mesmo.

embora evoque uma fase triste a Li dedicou-o com todo o seu carinho, eu pessoalmente gostei muito quando o li no blogue dela.

um beij

~*Rebeca*~ disse...

Graça,

Esse presente de Alice foi feito pelo carinho de um coração.

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca


-

teresa p. disse...

Fiquei emocionada quando li este poema. Palavras certas que vão direitas ao coração...
Parabéns à Alice!
Beijo.

cristinasiqueira disse...

Belo e precioso legado.

Com carinho,

Cris

Postei Sedução .Aguardo sua visita www.cristinasiqueira.blogspot.com

Elizabeth F. de Oliveira disse...

Nossa, fiquei tão tocada pelo poema, pela sensibilidade aflorada nas palavras.


beijo no coração

madrugada disse...

belo poema!

Anónimo disse...

"Não cruze os braços diante de uma dificuldade, pois o maior homem do mundo morreu de braços abertos!" (Bob Marley)

Feliz Sábado......Poesia & Sonhos!

José Ángel García Caballero disse...

bela dedicatória, tão conversável...
beijos

Gisela Rosa disse...

...maravilha Graça! maravilha da alice...


Um beijo às duas!

maré disse...

quando se agitam as palavras
quase sempre é o vento
tantas vezes é o medo
e às vezes luz.
mas sabes mãe?
pela tardinha
ouço o recolher dos pássaros
reconciliados com a sombra.

__

é muito profundo este dizer, na homenagem da Alice querida Graça.
Um grande beijo minha amiga

Anónimo disse...

TENTA TE ORIENTAR PELO CALENDÁRIO DAS FLORES,
ESQUEÇE, POR UM MOMENTO, OS NÚMEROS, A SEMANA ,
O DIA DE TEU NASCIMENTO.
SE CONSEGUIRES SER LEVE, APROVEITA,
ENCHE TUAS MALAS DE SONHO E TOMA CARONA NO VENTO.

(FERNANDO CAMPANELLA)


Feliz semana e beijos meus!!

Cristina Fernandes disse...

Todas as tempestades são belas quando a poesia as ilumina.
Um abraço
Chris

Mofina disse...

Simplesmente comovente este poema...

pin gente disse...

é um belo poema e um belíssimo gesto da alice.
um beijo, graça

mundo azul disse...

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...bonito e tocante! Obrigada, por partilhar conosco...


Beijos de luz e o meu carinho!!!

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© Maria Manuel disse...

belíssimo poema, Graça! obrigada pela partilha de uma autora que desconhecia.

beijo.

Roberta disse...

As searas se pontuam de medo e vento num quase sempre que perdura como o bater das asas desposadas dos pássaros.

Anónimo disse...

a graça é uma querida... estou comovida. um beijinho*

Nilson Barcelli disse...

O gesto foi muito bonito.
Gostei do poema. A Alice escreve muito bem.
Querida amiga, boa semana.
Um beijo.

Anónimo disse...

O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.

Pe Fábio de Melo

Feliz FDS....M@ria

Maria Clarinda disse...

Graça...lindo o poema da Alice!
Hoje amanheci no teu espaço...estou feliz. Jinhos de carinho

Jaime A. disse...

Uma palavra não morre mesmo que se estenda pellos caminhos de longe.
Adorei este poema.

A.S. disse...

Belo poema Graça!

Um beijo para ti, outro para a Alice...

AL

Argos disse...

Olá Graça

"sabes, mãe. uma asa não deixa de bater
porque cai do corpo de um pássaro."

Numa só palavra: Impressionante!

Abraço

Manuel Veiga disse...

uma bela homenagem. de Poetisa para Poetisa.

a minha admiração e estima. para as duas.

beijos

Janaina Amado disse...

Graça, gosto tanto de vir aqui, gosto dos teus poemas e dos poemas que escolhes. Vou seguir o link para conhecer mais da Alice Macedo Campos, depois deste poema dela que me emocionou.
Abraço.

tb disse...

a justiça da vida. Porque se merecem....
belo!
abraço