Magno Torres
Ouves? Não é um tumulto. É a tremenda voz de um país calado.
Não, não é um choro.São inúteis as lágrimas nos tempos da revolta.
Também não é uma reza. Há muito que os deuses não passam por aqui.
Podiam ser canções para enganar a mágoa,mas quem quer cantar agora?
Ouves? É o silêncio feroz dos que resistem.
Ignoremos, então, a exacta trama que nos deforma o pranto.
Cortemos o arame farpado que enlouquece as aves e os homens.
Quebremos os vidros que roubam a entrada livre do ar na planície do peito.
Passo a passo, a alvorada será a revelação do alento
que, desesperadamente, imploramos.
que, desesperadamente, imploramos.
Graça Pires, 2014
28 comentários:
Sentidamente atual.
Beijinho, Graça
Vivemos tempos difíceis. Tempos de tribalismo político, de intolerância e de indiferença ou desalento. Mas como este belo poema de rebeldia e de indignação nos aponta «Cortemos o arame farpado que enlouquece as aves e os homens (e)Quebremos os vidros que roubam a entrada livre do ar na planície do peito.»
Beijos.
Manuel FL
Como dizia o poeta, somos um povo, pacificamente revoltados. Até um dia, até um dia...
Beijinho
A contenção da dor de um país à beira do imenso desastre. Só uma Poeta como tu, Graça, o sabe dizer.
Muito bom. Gostei e voltarei mais vezes. Bom ano novo. Beijinho
Parabéns pelo post.
A foto é um espanto e o teu poema não desmerece nada, antes pelo contrário.
Abraço
Graça bonita, vamos em frente neste 2014. Obrigado por tudo.
Só mesmo alvorada para restituir o alento de que precisa este povo para romper tanto silêncio... Lindo poema!
Muito bom Graça, beijinho e BOM Ano 2014.
E voamos nas palavras...
Brilhante...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Bom regresso ao meu mar
Bjs tantos
Palavras que faltam.
É bom saber que não estamos sós!...
Um beijo
Venho agradecer sua visita a um
dos meus blogues e seu comentário.
Tentei registar-me no seu, mas neste momento não é possível.Tentarei de novo.
Tenho um outro blogue
http://sinfoniaesol.wordpress.com
onde insiro poesia que me é cedida.
Tinha muito gosto em inserir um
poema seu com os devidos créditos.
Se me quiser enviar um meu email
é iriste@portugalmail.pt
Bj.
Irene Alves
Magnífico! retrata bem a angústia e o desânimo de um país que sofre. As palavras são fortes e traduzem profunda sensibilidade poética.
Muito lindo!!!
Bj.
Não a conhecia, mas hoje a encontrei nos 7degraus e aqui estou...a quis conhecer...
e adorei a forma sentida e pungente como escreve e se refere a este País que não fala e tudo aceita e é fácilmente enganado.
Somos uns revoltados calados
e uns pacificos revoltados...
Linda a forma como o diz!
Maria Luísa
É tão bom ler-te, Graça!!!Bjnhs.
Muito bom!
Gostei em particular do título. Vivemos, sim, no país calado e espero que o nosso silêncio seja feroz.
Obrigada por acompanhar o meu blog. Recomecei a publicar há pouco e já ninguém se lembra de lá ir e por isso fiquei mesmo feliz por saber que o acompanha. Beijinhos
Graça,
É urgente partilhar esse silêncio feroz, como uma enorme e indestrutível corrente...
Um abraço
A imagem completa o excelente poema.
Muito bom Mãe, Parabéns!Beijinhos
Uma Linda imagem,para um excelente poema. Muito bom Mãe, Parabéns! Beijinhos.
actual e pertinente.
realidade de um momento.
:)
lindo...
"...o silêncio feroz dos que resistem"...
Radical. Belo.
Ainda bem que há disto no mundo, num tempo assim...
é como uma nascente de água,
irrompe, um dia, com força
um abraço
Desejo ardentemente essa alvorada.
Um beijinho.
Ailime
Sem surpresa, aqui encontro sempre a boa poesia!
Saudações poéticas!
Gostei imenso desta sua poesia.
Muito mesmo.
Bj. amiga.
Irene Alves
Vistando!
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