Há um rumor nesta distância,
um ardil com que tinjo as palavras
em armadilhas que vibram
mas não protegem. Há um porto,
deserto e húmido, como todos os portos
quando não estás, e há também um mapa,
um antiquíssimo mapa sem litorais
nem margens, onde eu refaço
esta insuportável sede de ti
comigo a desenhar ilhas no outro lado
do tempo. Há ainda - ou parece
haver - uma ponte... uma passagem
ameaçada - e tudo isto, tudo, porque
há um rumor nesta distância.
Victor Oliveira Mateus
In: Gente dois Reinos. Fafe: Labirinto, 2013, p. 25
25 comentários:
A distância dita rente à possibilidade da perda, ainda que... pontes, travessias se avistem.
Muito belo!
Os rumores que tudo destroem...aumentam a distância...
Mas tudo é possível quando há ainda uma ponte....
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Há sempre vida [e rumores] entre os poemas.
Muito bom o poema do nosso Victor.
Abraços
Jorge
Um belo poema, Graça! Muito bonito mesmo.
Beijos
Muito lindo este poema, este rumor! Beijinhos, Ailime
Há um sentir transparente em cada sílaba.
Beijo
As pontes projectam sombras
Magnífico poema!! Rumores que se me entranharam na alma, e me deixaram em estado de contemplação.
Grata! Deixo beijos
Palavras cheias de significado e emoção. Gostei muito do poema e desta partilha. Parabéns ao Victor.
Beijo.
Somos movidos por muitos rumores...
Uma bela escolha poética.
Um beijo, querida amiga Graça.
Gostei muito deste poema.
Parabéns, Victor.
Manuel Fazenda Lourenço
Porto lugar de refúgio, de chegada e de partida. Haja ponte.
Muito belo o poema escolhido.
Gosto muito da poesia do Victor Oliveira Mateus. E soubeste escolher, Graça, como ninguém esse poema, porque 'há um rumor nessa distância' que se desfaz pelas palavras.
Um beijo, minha amiga!
Há palavras que protegem. Há sempre pontes mas nem sempre há vontade de as atravessar.
belíssimo poema.
e bom conhecer novos Poetas.
gostei - deveras!
beijo
Fabuloso este poema! Adorei!
A verdade é que há sempre uma distância, há sempre um rumor por ouvir e é isso que nos mantém vivos!
Beijinhos
Gostei muito.
Não conheço Victor Oliveira Mateus...mas fiquei curiosa.
abraço e brisas doces**
a escrita alheia,
em seu lugar
um abraço, Graça
Muito belo este poema que escolheu para aqui editar.
(gosto muito do título do blogue.)
bj
Desenhas ilhas do outro lado do tempo porque as ausências provocam a sede, ameaçam as pontes e há,na distância, um rumor sem margens. Um poema muito belo como é todo o teu livro "Gente dois Reinos". É um gosto ter-te na minha "Seara alheia".
Um beijo, meu Amigo Victor.
Estou aos poucos voltando a esse mundo encantado
onde nossas amizades se eternizam com o passar
do tempo somos vidas que se une através de sonhos ,
e sonhos dos mais lindos ,
é esta amizade que atravessa mares ficando sem fronteiras ,
sem barreiras .
A semente boa e plantada em solo forte será
nossa colheita farta de amizades eterna,
que seguiram nossas vidas com nossos
mais absolutos sonhos em que sonhar é possível..
Deus esteja contigo e comigo.
Beijos carinhos na alma.
Evanir..
Boa Tarde, Graça.
A saudade é sempre o nome do cais, e o Corvo sempre anda de roda e faz crás crás... Sou servos do tempo, somos anzóis e peixes... e sempre seremos saudade como no principio.
Nem todas as marés levam a poeira das tristezas e das despedidas.
Um beijo
Num poema "de distâncias" há, apesar de tudo, uma ponte, mesmo passagem ameaçada... o leitor passa a ponte, com deleite.
Um Poema muito bonito ! Não conhecia o Poeta , mas gostei muito deste Poema !
Adorei este poema do teu amigo Victor!! De facto,é lindo ver como a poesia nos transporta para um mundo mágico e belo!! Beijinhos fofinhos!! http://sandrasofiaafonso1.blogspot.pt
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