30.7.14

Viagem

Pier Toffoletti


Sigo os teus passos, caminheiro 
perdido em cidades sombrias. 
Não sei manejar as estacas 
com que te inclinas no abrigo dos alpendres. 
Mas todos os caminhos me desafiam para o desvario 
de um lugar, de uma palavra, de um rosto. 
Como se a linha da vida me cartografasse o olhar.

Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

30 comentários:

Unknown disse...

Bom dia, Graça
Curioso seu poema. Fez-me refletir sobre vidas que parecem que, por mais que escolham caminho, acabam em situação idêntica à anterior, que os tinha levado a querer alterar a rota. Há vidas que parecem verdadeiramente pré-destinadas, e o mapa de seu percurso já traçado.

bjo amigo

Andrea Liette disse...

Querida Graça,

Há algum tempo tenho refletido sobre a poesia enquanto "destino". Sinto que esse poema elabora perfeitamente esta reflexão.

Sempre agradecida , um grande beijo.

Marta Vinhais disse...

Por vezes, os caminhos são sombrios e pensamos que voltamos ao ponto de partida.
Voltamos, sim, ao ponto de partida, mas estamos mais conscientes, mais sabedores. Quando isso não acontece, perdemos.
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

Alfredo Rangel disse...

Todos os caminhos me desafiam para o desvario de um lugar, distante, de uma palavra, amor, de uma poeta...

Ives disse...

A linha da vida em cada ponto celeste! abraços

São disse...

Não saberás manejar as estacas, mas as palavras maneja-las com mestria, Graça!

Abraço com força :)

Flor disse...

Lindo poema!!! Vou levá-lo para o meu facebook.

http://osdiasdaflororquidea.blogspot.pt/2014/07/se-alguem-me-perguntar.html

Beijinho.

Shirley Brunelli disse...

Belíssimo desfecho...
Graça, beijo!

Manuel Veiga disse...

como serão leves os passos - e festivos os alpendres.

... nos caminhos assim louvados!

beijo

Agostinho disse...

Muito bonito este poema Graça, a fé na recompensa da audácia.

É curioso que fiz há dias um pequeno poema que tem a figura do caminheiro como tema. Resultou da leitura recente de um diário. Embora não me pareça ter a maturação devida vou publicá-lo na minha janela.
O objetivo do caminheiro será sempre o mesmo?: encontrar, encontrar-se?

anamar disse...

E de viagem também vou...

Até breve Graça.


Por outros caminhos , vou...


Beijinho

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e quão bela será a caminhada mesmo sem saber manejar as estacas(da vida).

muito belo!

:)

LuísM Castanheira disse...

Nos caminhos percorridos
há um serôdio olhar
despertando os sentidos
que nos deixam a pensar...

Este é um poema profundo
de quem está atenta/o aos sinais.

Obrigado por nos dar a conhecer
(aos poucos), desta forma, algo da sua Obra.

Um abraço

teresa p. disse...

"Viagem" sublime!
Os caminhos, por vezes, difíceis e os rumos incertos, "desafiam para o desvario de um lugar, de uma palavra, de um rosto"
A imagem ilustra bem o poema.
Muito profundo belo!
Beijo

Anónimo disse...

Gracitamiga

Hoje não comento, só informo: já tenho quem me produza o livro de crónicas, é a Chiado Editora

Qjs

Mariazita disse...

Nem sempre é fácil manejar as estacas, até porque a vida as muda de lugar constantemente.
Mas um olhar firme ajuda a seguir as pegadas…
Lindo poema.
Bom fim de semana
Beijinhos

Nilson Barcelli disse...

A vida é mesmo desafiante... mas só para os que querem aprender a manejar estacas...
Excelente poema, como é teu timbre.
Graça, tem um bom fim de semana.
Beijo.

a d´almeida nunes disse...

Li com o olhar entorpecido.
Julgo ter entendido a mensagem.
Um bom poema...

antónio

Ana Tapadas disse...

belíssimo e de sentido intenso e profundo...
...belo olhar o teu.

bj

Daniel C.da Silva disse...

Fico a reflectir na "linha da vida a cartografar o olhar"... sendo que todos os caminhos devem ser trilhados...

:)

Zilani Célia disse...

OI GRAÇA!
QUANDO ESSES CAMINHOS NOS CONDUZEM A ALGUM DESAFIO E O CONSEGUIMOS VENCER,A CAMINHADA VALEU.
BELO, COMO SEMPRE O SÃO TEUS TEXTOS.
ABRÇS
http://zilanicelia.blogspot.com.br/

DE-PROPOSITO disse...

Mas todos os caminhos me desafiam para o desvario
---------
Os caminhos são como estações do ano. Começam e acabam. Depois, voltam a reiniciar-se no ponto de de partida. O mesmo não acontece com a VIDA. Tem Primavera, Verão, Outono e Inverno. Muitos não percorrem as 4 estações.
----------
Que a felicidade ande por aí.
MANUEL

Maria Rodrigues disse...

Uma viagem onde a poesia é brilhantemente manejada encantando que aqui chega.
Um abraço
Maria

ManuelFL disse...

O Coro, na Antígona, de Sófocles, lembra que "o homem nada sabe sem queimar os seus pés no fogo ardente". E Sophia escreveu num poema que os descobridores portugueses "navegavam sem o mapa que faziam".
Graça Pires segue os passos do caminheiro numa VIAGEM improvisada, a linha da vida, enfrentando desafios e desvarios,à procura de «um lugar, uma palavra, um rosto». O fogo ardente, o desafio, o desvario, revelam-se a condição necessária à «cartografia do olhar».

ManuelFL

Elizabeth F. de Oliveira disse...

É teu olhar o caderno de significados mais genuíno, porquanto toda palavra, gesto ou menção, transforma-se na poesia mais bela. A poesia que só teu olhar revela.
Um beijo, minha amiga!

Sinval Santos da Silveira disse...

Oi, querida amiga, Graça Pires !
Na subjetividade, consegues manejar as palavras, conduzindo-as, com maestria, à expressão de um pensamento
poético. Parabéns.
Um carinhoso abraço, aqui do Brasil.
Sinval.

author casulo-online disse...

Tem coisas bem difíceis de aprender a manejar, e isso sinto só com o tempo conseguimos nos atentar mais.

Um beijo, poetisa (e não poeta, como escrevi dia desses rs)

Cris

Silenciosamente ouvindo... disse...

E como com um enorme saber e
sensibilidade se manejam as
palavras fazendo com que elas
falem...
Bj.
Irene Alves

Laura Ferreira disse...

gosto.

Aníbal Duarte Raposo disse...

Lindo poema querida amiga.
Um beijo.