8.4.07

O rumo das aves litorais

Jeff Greenberg

Nos meus lábios, tão subitamente
comprometidos com a noite,
existe um mar alto, onde sulco
remotas lembranças, como se navegasse
todos os oceanos do mundo.
Amanhã serei eu a manejar as velas,
sem que me doam as mãos.
Seguirei o rumo das aves litorais,
como quem troca abraços
para subverter emoções.

Esta noite vi o teu nome estampado
nas velas de um barco em fuga.

Graça Pires
De Uma certa forma de errância, 2003

3 comentários:

Alexandre Bonafim disse...

Graça, li todos os seus livros. Enfim, sinto-me, sempre, arrebatado pela sua poesia. Ela possui o vigor vital dos arrebatados pela condição humana. Sinto-me gratificado por ser seu leitor. Um beijo.
Ah, peça para o seu marido ajustar o endereço de minha página no seu blog.

http://arquipelagodosilencio.blogspot.com/

Abraço carinhoso do Alexandre.

Graça Pires disse...

Alexandre, até já tinha saudades destes seus comentários, sempre tão excessivos quanto gratificantes. Eu é que lhe agradeço por você ser um dos meus leitores mais entusiastas. Um beijo.

João disse...

E nem me importam os mergulhos
Nem a água que beberei