15.4.07

Um começo cor de mel

Peter Wileman

Um começo cor de mel
como um cenário aberto
à violência das mãos.
Depois, a insinuante dialéctica
entre o corpo e a véspera
de um azul impenetrável.


Graça Pires
De Poemas, 1990

4 comentários:

Anónimo disse...

O azul que descrevo, suave
Bonito, temido pelos navegadores
Por vezes esconde o voo da ave
E muitos outros pregadores

Transforma-se em tempestade
Ouve-se os gritos e outros ais
Desfralda-se as velas para metade
E amordaça-se contra os taipais

No regaço de sua mãe
Ela chora de medo pelos trovões
Como foi possível também
Lançar tiro de canhões

Grita o mestre à sua guarda
Salve-se quem puder
Foi saltar em manada
Seja o que Deus quiser.

LP

Anónimo disse...

cara graça. que prazer ler. é daqui que vem, afinal, o aquecimento global... à escala poética ;) um grande beijinho.

Graça Pires disse...

Obrigada Alice pela sua visita. A poesia, quando nos toca, aquece o coração. Você tem razão. Um beijo.

João disse...

onde uma nuvem só
vem mergulhar entre os dedos