29.4.10

Mãe

Ana Pires



Só na memória do teu rosto, mãe
posso encontrar agora as paredes
da casa onde nasci.
Como se fosse possível voltar
àquele tempo em que a felicidade
residia nas tuas mãos
entretidas a encaracolar os meus cabelos.


Graça Pires
De Caderno de significados, 2013

52 comentários:

Luis Eme disse...

restam as memórias, o sentir aquele tempo...

abraço Graça

Licínia Quitério disse...

"quando passavas a tua mão pela minha cabeça era tudo tâo verdade", lembrei-me do que disse Almada Negreiros.

É tão bonita a forma como dizes saudade!

Um terno abraço, Graça.

Marta Vinhais disse...

Revejo-me um pouco nestas palavras...
A minha Mãe está acamada e raramente me reconhece...mas quando me chama "minha filha", sinto-me no topo do Mundo.
Obrigada pela partilha...
Beijos e abraços
Marta

Pena disse...

Maravilhosa Amiga Poetiza de sonho:
É com comoção que comento.
Um poema que vale ouro. Delicioso.
Beijinhos amigos de imenso respeito ao seu talento e a si.
Maravilhado pela sua ternura poética sublime e gigantesca.

pena


Excelente! Como SEMPRE!
Bem-Haja, poetiza brilhante.

Victor Oliveira Mateus disse...

Um abraço
muito grande e muito amigo...
v.

tecas disse...

Soberba e terna manifestação de amor.
Comove e...
Bjinho amigo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

homenagem sentida e merecida.

comovente.

um beijo

CNS disse...

Só nas memórias dos rostos que ficaram sem tempo nos podemos reencontrar. Tocou-me muito, Graça.

São disse...

Se se substituir "mãe"por "pai", assinarei o poema, que é verdadeiramente tocante.

Um abraço.

Maria Madalena Schuck disse...

É sempre um prazer imenso passar aqui e ler teus poemas, sensíveis e encantadores como poucos.
Vou 'levar' alguns (quisera todos) para a comunidade portuguesa e para meus blogs.
Muito grata por existires e estar em minha vida.
Um grande abraço, beijos

Maria Madalena

Anónimo disse...

FELICIDADE

És precária e veloz.
Felicidade
Custas a vir e quando vens,
Não te demoras,
Foste tu
Que ensinaste aos homens
Que havia tempo
E, para te medir,
Se inventaram as horas


Cecília Meireles

Beijos poéticos prá ti neste dia!! M@ria

Benó disse...

As lembranças maternais são formas que encontramos para voltar a ser criança.
Com a tua sensibilidade voltei a saltar à corda. Obrigada, Graça.

Mofina disse...

Uma Mãe nunca nos abandona, pois não?

Abraço de coração

~*Rebeca*~ disse...

Como sinto saudade da minha mãe...

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

CamilaSB disse...

As paredes da casa onde nasci,
guardam segredos de felicidade;
de anelos, desvelos de mãe.Cresci..
E na minha memória, cresce a saudade...

O seu poema é sublime, profundo...
despertou-me a lágrima. Agradeço a visita, e o comentário. Aprecio muito a sua poesia. Bjs.

Teresa p. disse...

Também partilho o mesmo sentimento e a mesma saudade, profunda e irremediável...
Comovente!
Beijo.

manuela baptista disse...

tocante é o poema

enrolado nas mãos da mãe
entretido
na busca das paredes de uma casa

que ainda nos encaracolam o coração

Tocante!!

também é a foto.

um beijo

Manuela

partilha de silêncios disse...

Quando só nos restam as memórias, devemos abraçar com carinho esse nosso passado.
Adorei o seu poema e partilho esse sentimento.

um beijinho

dade amorim disse...

O que fica na memória é ainda a mãe da gente, Graça. Em alguns casos, a memória é uma bênção.

Beijo.

Mar Arável disse...

Amanhã vou dizer


escrevo no branco

dos teus cabelos

Bjs

Nilson Barcelli disse...

Há memórias da nossa meninice que nos surgem através dos rostos familiares, mostrando-nos a felicidade que sentíamos nos mais pequenos gestos.
Belíssimo poema, querida amiga, gostei imenso.
Beijo.

Amélia disse...

Lindíssima esta evocação...eu evoco a minha também, que dobrou a curva da estrada há 29 anos...
Afinal, são eternas, as mães, enquanto perdurarem na mem+oria de quem as amou e que elas amaram.

~*Rebeca*~ disse...

Recebemos uma brincadeira, de uma amiga super querida, e queremos repassar para quem gostamos. É muito bacana, diferente e estimulante. Jota Cê e eu entramos na onda de "listar" quem somos e adoramos.

Espero que goste, viu?

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

Paula Raposo disse...

As memórias bonitas que nos sobram. Pelo tempo.
Muitos beijos.

Anónimo disse...

Olá!!!!!!!

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.

Clarice Lispector

Te desejo um BOM FDS e muita poesia. M@ria

Janaina Amado disse...

Voltaste no poema àquele tempo, Graça. Voltaste, e essa volta nos comove.

Fernando Campanella disse...

Uma constatação da efemeridade, uma busca do tempo perdido... por que tudo vira memória? Drummond já dizia "... Minas é apenas um retrato na parede/ mas como dói."
Singelo poema, Graça, linda homenagem à mãe.

Úrsula Avner disse...

Oi Graça, doce e singelo poema numa adorável dedicatória ! Bj com carinho.

mundo azul disse...

_______________________________


Memórias que já não são... Também tenho uma mãe com 86 anos, e muitas vezes, procuro na sua figura, no seu olhar, um mundo que já se apagou... As vezes é doído!

Beijos de luz e o meu carinho...

_________________________________

Unknown disse...

Que poeminha tão grande de ternura dedicado a tua mãe. És mesmo querida e sensível e escreves poemas lindos.
Beijo.
-------------
Olha: no meu blogue tenho lá um selinho que gostaria que fosses buscar.

Aníbal Duarte Raposo disse...

Cara amiga,

Perdi recentemente a minha mãe.

Os meus olhos marejaram-se de água ao ler este teu poema.

Beijos

Anónimo disse...

Amar é uma mistura de alegria e medo;
de paz por um lado e ameaça de guerra pelo outro.
É pensar que a felicidade tem nome e endereço.
É temer não estar à altura. É sofrer tanto quanto querer.

Bruno Campel

Beijos & Flores.........Feliz Domingo!!

José Ángel García Caballero disse...

conviver com as lembranças precisa de palavras habitáveis... Belo poema,

um beijo

segredo disse...

Em pensamento...memoria as recordações assombram a alma e quem sabe atenuam a saudade.
Beijinho de lua*.*

Argos disse...

Olá Graça

Hoje é sem comentários, só um abraço, pode ser?

Obrigado por partilhar estes poemas

vieira calado disse...

Muito bonito, amiga!

Beijoca

© Maria Manuel disse...

é um poema tão belo, Graça, feito de uma memória que presentifica no coração os momentos, as cumplicidades, os afectos.

beijinho muito grande para ti!

Unknown disse...

Esse rosto que a memória vai desenhando é sempre mãe...

Um beijo enorme Graça!

Anónimo disse...

A menos que me calem os anjos da noite,
terei eu sempre uma palavra de amor para distribuir,
não que seja eu a dá-la de mim a outros corações,
posto que não seria eu capaz de tal proeza,
porem estou certo de que Deus fala por mim,
não por ser eu digno de tal distinção,
mas por ser Ele, aquele que sempre me busca!

Santaroza


Boa Tarde.......Beijos & Flores!!

luís filipe pereira disse...

Belíssimo poema,

fundíssima a ternura táctil,

a beleza comovidamente concentrada à flor, mnésica, das mãos.

minha admiração,

luís filipe pereira

fernanda sal m. disse...

Belíssima esta oração à MÃE! A minha, já a perdi há muito, mas habita-me sempre.
Senti este poema, muito !
Obrigada.

Laura Ferreira disse...

Belíssimo!

pin gente disse...

muito terno!

um abraço
luísa

De Amor e de Terra disse...

É bom estar de volta e chegar aqui, para ler toda esta maravilha contida em poucas palavras.
Bj Graça e obgd. pela visita.
M.M.

Manuel Veiga disse...

beijo ... tardio!

Maria Clarinda disse...

Um beijo de carinho doce.

Gabriela Rocha Martins disse...

sempre que o tempo - agora tão breve - me permite ,paro e sorvo as palavras com que adornas o poema



.
um beijo

avlisjota disse...

"àquele tempo em que a felicidade
residia nas tuas mãos"

Bjs e boa semana.

José

maré disse...

um nó!!!
como se, também eu, as sentisse.

como se uma casa de ternura onde me abrigo.

Parapeito disse...

que lindo Graça ************
Só podia ser escrito por si
Dias cheios de brisas doces...

tb disse...

Como dizer palavras comuns transformando-as em arte.
Esta, saudade que fica retida na memória de nós.
A arte de escrever assim é só para alguns. Aqui!
meu beijo

Senhor da Pedra disse...

poema tão bonito, onde peço emprestadas ao poeta,as palavras que traduzem as saudades da minha Mãe.
Obrigado Poeta
Abraços
António