16.12.06

A cor da lua nova

Michael Banks


Com crisântemos entre as mãos,
manuseio ideias fixas
e pinto, de vermelho, todos os segredos
que guardo pouco à vontade.
Depois, ao comprido das horas,
escolho um lugar estratégico para esperar a alegria
e dou, ao coração, nomes contraditórios.
A passagem do tempo, traça em meus pés
um futuro peregrino.
Nenhum prodígio me está destinado.
Só a brisa, entrando pelo avesso dos sonhos,
infatigável e lenta, me deixa no olhar
a cor da lua nova.


Graça Pires
De Reino da lua, 2002

1 comentário:

Anónimo disse...

Adoro este poema! Sem dúvida um dos mais lindos! Parabens!
Susana