Rachel Giese
Acordei assustada: tinha cortado
os pulsos para matar a sede.
Agora que a sede sangra nos meus lábios,
devoro, gota a gota, o hálito da terra,
ou o cheiro dos morangos,
ou, apenas, o sangue das palavras.
E arrasto o dia pelas sombras,
bebendo, devagar, o mais secreto
brilho do verão.
Graça Pires
os pulsos para matar a sede.
Agora que a sede sangra nos meus lábios,
devoro, gota a gota, o hálito da terra,
ou o cheiro dos morangos,
ou, apenas, o sangue das palavras.
E arrasto o dia pelas sombras,
bebendo, devagar, o mais secreto
brilho do verão.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
30 comentários:
"...bebendo, devagar, o mais secreto
brilho do verão."
e que nesse brilho, esteja a esperança de todos nós...
Um abraço carinhoso e muito grata pelas suas palavras de carinho e incentivo.
Bj
e esta manhã acordei com as mãos feridas,de tanto procurar uma metáfora que me fugiu no vento.
e a alma a morrer,lentamente...
maré
...para que haja sempre o calor do sol
Ainda bem que a 'sede' você mata com o mais puro sangue metafórico de palavras.
Saudades, minha querida, nesse pedaço de além-mar.
Um rio...
(a beleza das palavras)
abraços!
Brilhante Amiga:
Um poema arrebatador e fascinante que delicia pela imensa significação bela.
Criada com fíguras linguísticas admiráveis de beleza.
"Acordei assustada: tinha cortado
os pulsos para matar a sede."
Um belo momento de Grandiosa poesia.
Parabéns sinceros. Adorei!
Bj amigos de respeito, admiração e estima
Sempre a admirar o que escreve com genialidade imensa
pena
Belo!
Um abraço
As fortes sedes explodindo nas artérias do verão.
É tão bom ler-te, Graça.
Beijo.
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
O poema está bem escrito , como sempre...mas arrepiou-me a ideia de beber o próprio sangue para matar a sede, perdoa.
Feliz semana.
Sede profunda e infinita...
As imagens poéticas são impressionantes, sublimes. A fotografia fabulosa.
Beijo
Lindíssimo e cheio de força!! Beijos.
Obrigada, Graça. Perdoa-me as ausências... Um grande beijinho. (não é preciso elogiar-te, pois não? às tantas, a repetição começa a tornar as palavras ocas... prefiro saborear o que escreves).
Gosto muito da força que seus poemas expressam, Graça.
Um beijo.
é a força do universo que desabrocham do teu poema
bj
Lindíssimo, Graça. Tenho andado muito afastada mas com saudades.
Sinto muito a falta da leitura dos teus poemas, que sempre me deixam com um sorriso nos lábios e, por vezes, uma teimosa lágrima a rolar pela face.
Vou voltando quando posso.
Beijos ternos, minha amiga.
o brilho do próprio sangue, o brilho das próprias palavras. que seja inspirador.
bjos.
Linda imagem e poema
Bjs.
JU Gioli
No seu poema, Graça, encontro como que um fulgor subterrâneo, talvez o da própria criação poética, essa urgência sem apelo que tantas vezes abusa do próprio criador e se alimenta dele. Mas vale a pena correr o risco.
Um beijo, uma boa noite.
De tão seca a boca fez-se terra.
Nela desenhei um árvore...
E cada vez que o orvalho se faz vida em suas folhas,
é de sangue a cor que nasce nelas.
Para que sempre continue a lê-la e a encontrá-la por outras ruas.
beijo com admiração
São esses imponderávies "secretos" os mais importantes! Belo!
Matar a sede com o sangue da terra
ou com a beleza das palavras é,
por vezes, como neste caso, a mesma coisa...
Um beijo (regressado)
o mais secreto
brilho do verão.
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Ou serão 'os sonhos de Verão'. E com o terminar do mesmo (o Verão), eles serão apenas uma doce recordação.
Fica bem.
E a felicidade por aí.
Manuel
a tua poesia é sempre muito "cuidada" e muito bem trabalhada.
escreves muit bem.
beij
Eu gosto muito de poesia e, quando leio os seus poemas, fico extasiada com o seu poder de criação!
Bem-haja!
Beijinhos
"E arrasto o dia pelas sombras..."
Adorei!
Desejo um bom fim de semana com SOL, sombra para refrescar e uma companhia amiga para conversar.
Um beijo grande.
como a loucura de um sonho se transforma em belíssimas palavras
abraço
o Verão vai-me correndo sangrento de cansaço e de sono...
Reli com prazer e emoção...
Deixo um beijo ;)
" a sede do infinito que nos salva"... diz a Graça no blog da isabel, que bom puder ler e aprender a visao sua que me reconstroi a pouco e pouco e me leva nos seus pulsos , fontes e sôfregos alimentos da nossa terra, do corpo e dos làbios.
Nao me canso de andar a " doer " neste espaço, ancolie et espoir se mélangent comme pour nous brûler des peines, nos secousses.
merci d'être passée chez-moi, vos mots, as suas palavras sempre apontam o que diz o poema por dentro.
Beijo de paris , acompanha-me hoje pelo marais, je peux?
Bjos
LM
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