Edouard Boubat
Um rio nasce perto dos lábios
de quem improvisa a sede,
ou sabe usar as mãos para colher
as primeiras amoras do verão.
Às vezes, os frutos derretem-se
na boca, queimando a língua de prazer.
É assim que os amantes se redimem
de consentidos silêncios.
Graça Pires
de quem improvisa a sede,
ou sabe usar as mãos para colher
as primeiras amoras do verão.
Às vezes, os frutos derretem-se
na boca, queimando a língua de prazer.
É assim que os amantes se redimem
de consentidos silêncios.
Graça Pires
De Quando as estevas entraram no poema, 2005
23 comentários:
A redenção é sempre um bálsamo, não é?
Boa semana.
Como a guerra,o amor exige a sábia estratégia. As primeiras amoras de cada verão parecem sempre as mais doces :)
cOMO DISSE UM DIA
do ventre até à foz
bjs
Os frutos rutilantes desse amor são intensa poesia a latejar nossa emoção. Beijo do seu sempre amigo e grande admirador de sua escrita, Alexandre.
pois nasce...
e as amoras silvstres?
às vezes é assim...
abraço Graça
Dos silêncios que falam.
A cumplicidade erótica traz a beleza na língua e no corpo...um rio que onde apetece beber...e saciar a alma.
Mais um lindo poema...com belíssima ilustração.
beijinho
o silêncio que diz tanto
Os rios que nascem perto dos frutos, das raízes, das sombras líquidas...
Que bom é deixar os braços nesse leito de águas perfumadas!
Bjs
E os teus poemas são um deleite para a alma. Vir ao teu encontro é ter a certeza de degustar bela poesia.
Mil beijinhos
Mais um belo poema com imagens plenas de significado.
A fotografia é um complemento admirável.
Beijo.
Os meus olhos 'improvisam sede', quando leio teus poemas.
Abraços de além-mar!
Graça,
desta vez fiz uma outra leitura
deste poema... o que só prova a extrema riqueza da tua escrita.
Ou seja: hoje li este texto como
um poema marcado pelo erotismo (para mim erotismo tem ainda a conotação grega: de Eros, o deus
do amor...). Creio que é uma abordagem possível....
Bj.
bela redenção. pelos frutos... queimando a língua,
excelente.
se eu tivesse talento para comentar esta poética....
não tenho.
o rio da sossegada e íntima admiração deixa-me assim: liricamente sem palavras...
obrigada G.
(bom conhecer...bom vir aqui...)
este poema lembrou-me um dos poucos que conheço do josé luís peixoto que diz assim: "os teus lábios a aproximarem-se dos meus lábios, a aproximarem-se dos meus lábios, os teus lábios, os meus lábios...", e isto só acontece graças ao rio fértil do poema. um grande beijinho, graça.
a atravessar a neblina.
um compasso aberto a chegar de um ângulo azul.
ou uma dança. na planície de um beijo.
beijo, Graça
maré
um belissimo poema de amor e mistério.
bem ao teu estilo!
beij
A função poética da palavra em seu esplendor!
Beijinhos
a sensualidade quente num poema de verão.
bjos.
Graça onde poderei encontrar o seu livro "Não sabia que a noite podia incendiar-se nos meus olhos" à venda? Fiz uma pesquisa em livrarias virtuais mas nem na webboom que costuma ter quase tudo encontrei.. Abraço, gosto de a ler.
Gosto muito do que você escreve, Graça.
Simplesmente, sublime...
Bjs
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